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devo confessar um crime, então. mãe, chamo teu sagrado nome pois devo descender aos meus joelhos e abaixar minha ruiva cabeça e clamar por perdão aos seus pés, agarrar o veludo de suas saias negras com minhas rosadas mãos. confesso ao crime da alforria e como consequência o crime da insânia. é verdade, é verdade que não sou mais sua filha. é verdade que a natureza me engoliu, mastigou, e me cuspiu na forma de uma miragem excêntrica e indomada que muito melhor veste o nome Eco. mãe, confesso ao crime da liberdade; de existir em forma líquida. confesso que desmanchei minhas vestes e descobri minha verdadeira pele, e confesso que esta toma o nome d'água.

ÁGUAOnde histórias criam vida. Descubra agora