(Para Todos os Oppas que Já Amei - Part. 3)

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— A obra A Condição Pós-moderna, de Jean François Lyotard, reproduz a ideia de que o conhecimento é feito para ser vendido. A partir do momento em que o conhecimento vira informação, deixa de ser matéria indefinível da mente: torna-se produto de compra e venda. Sendo assim, podemos observar exemplos disso na tecnologia, nos quais as grandes corporações [...]

Lee Min Ho era o tipo de professor que motivava os alunos a estudarem. As garotas mais do que os garotos, aposto. Exceto, talvez, pelos garotos gays. Eles também reconheciam o ser humano incrível que era o Sr. Lee. Já os heteros, tinham inveja.

A aula de filosofia era sem dúvidas a minha favorita, desde que o Sr. Lee havia começado a dar aulas para minha sala no segundo semestre do ano passado, depois que a última professora entrara em licença maternidade.

Quando comecei a refletir sobre meus sentimentos a respeito do senhor Lee, percebi o quão estranho era aquilo. Ele era meu professor, afinal! No entanto, ainda era compreensível. O senhor Lee era o professor mais jovem da escola, e era atencioso a ponto de fazer com que até a diretora tivesse uma queda por ele. E olha que ela era casada!
Mas, depois de uns meses, decidi que acabaria com aquelas ideias malucas e escreveria uma carta para ele. Eu era sonhadora, mas não iludida. Sonhos e ilusões são coisas bem diferentes, e eu sou racional o suficiente para saber que um relacionamento com um professor é algo fora de questão.
Mesmo que Lee Min Ho fosse lindo, charmoso e inteligente, nada entre eu e ele seria possível.

— Com licença, senhorita S/S. —  A voz do Senhor Lee arrancou-me de meus pensamentos, e eu imediatamente olhei para ele, que se aproximava calmamente.
Além de nós, todos os alunos da sala já haviam se retirado. Corei imediatamente ao perceber isso. Ele deveria pensar que eu estava dormindo sentada ou coisa do tipo. Que constrangedor!

— Oh, sim? — Respondi, me levantando e agarrando a bolsa no encosto da cadeira, com pressa para jogar todos os materiais que estavam em cima da mesa, dentro da mochila. — Me desculpe, eu estava distraída. Já estou saindo.

Curvei-me, pronta para sair da sala, quando senti a mão quente e macia do professor segurar meu pulso. De maneira relutante, me virei para ele, e quase desmaiei ao me deparar com aqueles olhos castanhos fixos em mim.
Lee Min Ho retirou sua mão do pulso do meu pulso tão rápido quanto o segurou. Tudo o que sobrara, fora o leve formigamento que se manteve constante em minha pele, após isso.

— Poderia esperar por um momento? Tem algo de que preciso falar com a senhorita.

Pisquei, atônita. Eu tentei entender, mas não entendi. Minhas notas estavam excelentes, eu era a melhor da turma na matéria de filosofia, não havia motivos para ele querer falar comigo. Mesmo assim, respondi:

— É claro.

Lee Min Ho sorriu com os olhos ao ouvir as minhas palavras, e levou sua mão ao bolso do casaco que vestia. O meu coração começou a palpitar imediatamente. Ele estava prestes a pegar algo no bolso.
Aquilo não poderia estar acontecendo de verdade, fora dos meus mais lindos sonhos.
Achei que desmaiaria naquele mesmo instante.

Eu estava prestes a dizer que aceitava me casar com ele, quando o professor retirou um envelope do casaco. Um envelope. Rosa. Escrito "Para o professor Lee Min Ho", e com a minha letra.
  Senti minha boca ficar seca no mesmo instante. Achei que seria capaz de desmaiar, mas por motivos bem diferentes do que eu imaginava. Aquele era um pesadelo, e não um lindo sonho.

— O que o senhor está fazendo com isso? — Perguntei, assustada.
Eu quis arrancar aquela carta das mãos dele e sair correndo, pedir transferência da escola, talvez morrer. Mas ao invés disso, engoli em seco e mantive meus olhos presos no rosto do professor, que não parecia afetado pela mesma tensão e constrangimento que eu sentia. Ele parecia bem demais com aquela situação terrível.

IMAGINES K-POP 2 [PEDIDOS FECHADOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora