— Luci? — me cutucou. — Lúcifer?
Acordei assustado, como se estivesse dormindo em alguma cama. A minha frente havia uma mesa redonda e todos os príncipes infernais estavam ali, me encarando curioso.
— D-Desculpe... — me ajeitei em minha cadeira. — Onde estávamos?
— Você ia nos dizer quais serão as suas mudanças no inferno.
— Eu... — tossi limpando a garganta.
Comecei a respirar fundo, um pouco nervoso, não sabia o que dizer. Senti uma mão tocar meu ombro e quando olhei para o lado, era Park Jimin. Ele me lançou um sorriso caloroso, o moreno sempre sabia quando eu estava mal.
Naquele momento, eu estava mais do que mal.
— Acho melhor remarcarmos, desculpem-me.
Me levantei de minha cadeira sob protesto de meus irmãos e sai da grande sala de reunião sem olhar para trás sendo seguido por Jimin. Sabia que eles ficariam putos, alguns estavam vindo do Purgatório e é muito perigoso deixar o local sob vigia de comandantes apenas.
Entrei em minha sala e corri até meu celular que estava sobre a mesa, nada de mensagens. Apoiei minhas duas mãos sobre a mesa enquanto fechava meus olhos, respirei fundo.
— Ele ainda não mandou mensagens, certo?
Neguei com a cabeça.
— Dê um tempo a ele, Tae. — Jimin se aproximou.
— Amanhã fará dois meses lá em cima, Jimin. — abri meus olhos. — Ele não responde minhas mensagens desde aquela noite, não me manda nenhuma também. E-eu me sinto...
Magoado, era assim que eu me sentia. Jamais pensei que passaria novamente por isto, a última vez foi quando briguei com meu pai e me rebelei contra suas regras. Desde então eu jurei nunca mais passar pelo mesmo, independente do que fosse ou com quem fosse.
Mas Hoseok estava me magoando.
As grandes portas da minha sala foram abertas com agressividade, um rapaz de cabelos loiros caminhou em minha direção a passos firmes. Apontou o dedo para mim.
— Que palhaçada foi aquela, Luci?!
— Eu não estava com cabeça, Seokjin. — respondi.
Kim Seokjin era o príncipe da luxuria, foi o primeiro humano a ir para o inferno quando sequer existiam príncipes de pecados. Era apenas eu no comando de tudo, foi bem no início. Como um demônio, ele se mostrou muito prestativo, tinha espírito de liderança e era sem pudor algum. Quando o inferno foi tornando-se algo maior, decidi nomear algumas criaturas para governar ao meu lado e Seokjin foi uma delas.
Ele apenas soltou uma risada, Jimin permanecia quieto.
— Com cabeça?! — bateu apenas uma palma. — Nós o escolhemos como um líder sério, você provou que merecia.
Trinquei os dentes tentando me controlar. Me escolheram? Senti vontade de rir! Eu era o mais forte entre eles, eu que construí tudo aquilo, eles apenas me seguiram.
NUNCA, repito, NUNCA precisei provar nada porque eu sou o soberano do inferno.
Peguei meu celular sobre a mesa novamente e chequei as mensagens.
— Não acredito que você ainda está levando esse humano a sério. Acorda, Taehyung! — estalou os dedos. — Eles são poeiras debaixo de nossas unhas.
Já havia conversado sobre Jung com o Seokjin, ele achou a ideia absurda já que odiava os humanos tanto quanto eu pude odiar um dia.
Bom, já nem sei mais se odeio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Proseando Com Luci | Vhope
أدب الهواة[CONCLUIDA] Taehyung, um dos príncipes dos sete pecados capitais, ganha de presente de seu amigo um smartphone para que pudesse fugir um pouco de suas obrigações. Usando o nick VLuci, ele acaba conhecendo Hoseok em um aplicativo para amantes de jogo...