Epílogo

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Algum tempo depois...

Já fazia algum tempo desde que Jimin havia ido a terra repentinamente, após ser invocado.

Eu odiava quando isso acontecia. As invocações repentinas, sem dúvida, eram as piores e as mais dolorosas para nós, os seres infernais. Porque era como se alguém estivesse te raptando, te agarrando contra a sua vontade e te levando para um lugar sem rumo.

Por isso, quando isso acontecia, os demônios geralmente fodiam com a vida do contratante.

Cocei novamente o queixo, enquanto recostava em minha cadeira da enorme sala pensando em como o tempo havia passado rápido. Como eu estava me sentindo sozinho. Olhei para a terceira gaveta da minha mesa, lá estava guardado aquilo que me trouxe tamanha alegria, que fez meus dias felizes. Eu juro, queria muito abrir e voltar a fazer tudo como antes.

Porém, eu não podia.

Eu sei, sou um canalha pelo que eu fiz. Eu fodi com ele, entrei em sua vida e depois sumi sem mais e nem menos, sem qualquer pista. Mas é porque estava se tornando perigoso, caloroso demais.

E eu, Lúcifer, não posso ficar nutrindo sentimentos por humanos.

Não posso ter como ser atingido, e, se... Bom, se alguém fizesse algo com ele, eu jamais me perdoaria. Eu caçaria o indivíduo até no último canto desse vasto universo.

De repente, no canto da minha mesa, o cristal avermelhado que eu usava como decoração começou a brilhar. Ele não era necessariamente usado para isto, muito pelo contrário. Havia enfeitiçado-o para saber quando meus amigos estivessem em perigo. Meu coração falhou uma batida ao me lembrar de Jimin, pois este estava na terra. Jin estava bem, cuidando de seus assuntos no inferno.

A única ideia que tive foi ir até a terra para sanar as minhas dúvidas.

[...]

Acabei chegando a uma rua movimentada, parecia quase como uma avenida. Estava de noite e muitas pessoas passavam animadas, com roupas chamativas. Parecidas com as que vi na festa de Jhope.

Segui pelas ruas a pé, observando toda aquela garotada animada. Aquilo me fazia lembrar da época boa de minha vida, quando vim a terra e participei da minha primeira festa. Quando percebi que, na verdade, os humanos não eram tão idiotas.

Quando conheci Hoseok.

Distraído, acabei sendo empurrado de leve por um rapaz que passou correndo ao meu lado, esbarando em meu ombro, para chegar próximo ao seu grupo de amigos. Confesso que senti uma forte vontade de estrangula-lo, mas me seguirei. Ao olhar sério para este, meu olhar acabou se desviando para uma cabeleira ruiva que estava em sua direção, precisamente ao outro lado da rua.

Um rapaz sorridente, alegre, ao lado de um moreno. Era Jimin.

Segui os mesmos que entraram no clube iluminado. Passei pela porta de entrada quando senti uma mão puxando-me pelo ombro, era o segurança. Apenas olhei em seus olhos e fiz o que tinha que fazer, o coloquei em um transe e entrei no local.

A música era alta, chegando até mesmo a me dar certa dor de cabeça. As pessoas pulavam de um lado para o outro, eu realmente não estava entendendo que tipo de dança era aquela, mas tudo bem. Mais a frente havia uma espécie de grade para se debruçar e olhar para o andar inferior do clube, que por sinal era onde ficava a pista de dança de verdade. E, de lá, eu pude ver Jimin dançando com aquele moreno.

Juntos, colados, olhando um nos olhos do outro.

Naquele momento eu pude perceber que aquele filho da puta estava cometendo uma grande estupidez sem cabimento. Eu precisava fazer alguma coisa, mesmo que depois o Park fosse querer me matar.

Proseando Com Luci | VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora