PERIGOSO | LOUD CORINGA

1.

Não esqueçam de me presentear com estrelinhas e comentários 🌟

...

Andava apressadamente, sem foco e sem certezas em meus passos.
Fechei o minha jaqueta de couro por conta do vento gelado.
Podia ouvir os gritos de meu pai distanciando de acordo com o meu andar.
Era a sétima vez em menos de cinco dia que ele chegava bêbado em casa. Sempre causando brigas e machucados em mim. Todos os dias eram assim,desde que minha mãe faleceu quando eu tinha apenas quatro anos. Não sabia a causa de sua morte,mas é algo que meu pai me culpava todos os dias. Era a forma dele esquecer a merda de vida que ele me proporcionava.
Ele me odiava a cada dia mais por conta da semelhança com minha materna.

Passei as mãos no meu bolso,procurando a minha carteira de cigarros,enquanto montava em minha moto.
Pude ver de longe,ele arremessando uma garrafa de vidro em minha direção,acreditando que poderia me acertar.
A distancia me favoreceu. Apenas baixei a viseira do capacete e acelerei a toda velocidade.
O vento soprava forte e frio em meu rosto,enquanto eu relutava contra as lagrimas que temiam a descer de raiva.

Estava me afastando da cidade certa da minha desistência e seguir meu caminho a luz da Lua quando fui interrompida pelas vibrações incansáveis do meu celular.
Pelo visor,via que faltava apenas cinco minutos para que meu plantão começasse e que minha gerente estava furiosa comigo,de certo. Acelerei,já me preparando para o pior.

Eram exatos quatro horas e setes minutos e a lanchonete continuava vazia.
Podia ver as luzes do posto de gasolina brilharem com sua luz neon no outro lado da rua chamando a minha atenção e me mantendo acordada,já que a falta de movimento na lanchonete estava me deixando tediosa.

Pude ver Gilson atravessar a rua. Ele se tornou meu melhor amigo e fiel companheiro desde que consegui esse emprego. Ele é frentista do posto,que acaba sempre tirando plantão noturno junto a mim. Seu apelido é GS. A diferença é que ele estuda,enquanto eu sou a irresponsável.

- Mais uma noite longa e tediosa,minha amiga. - Ele se senta na banqueta de frente a mim. - Vi que chegou encima da hora,fiquei preocupado.

Dei de ombros,enquanto preparava um milk shake.

- Apenas o de sempre. - Ele me analisou com seus olhos castanhos. - Um dia ele cansa e terei paz novamente.

-Já parou para pensar que isso pode não acontecer? - Ele voltou a tomar sua bebida.

-Se ele não parar,eu sumirei de vista. - Conclui,pegando minha carteira de cigarros indo em direção a porta de saída para que eu pudesse fumar.

Gs saiu em direção ao seu local de trabalho,entendendo que eu preferia o silêncio.
A estrada estava deserta e serena,ate um som de motor chamar atenção. Vi dois carro vindo em disparada e parando no posto de forma eufórica.

Fiquei em estado de alerta,quando notei que se tratava de um assalto.
Os olhos de GS focaram em mim de forma rápida, para que eu pudesse me esconder.

Apressei meus passos para dentro da lanchonete e torci mentalmente para que eu fosse invisível,apaguei todas as luzes,mas foi falho e rápido,quando vi já tinha uma revolver mirando minha cabeça.
O suor descia frio e minha respiração ofegante,afinal estava colocando todo o dinheiro da lanchonete nas mãos daquele infeliz.

Eu estava acabando de passar o dinheiro,quando vi uma sombra atrás do assaltante. Com um golpe só,o marginal foi atingido e desmaiado por um pessoa que segurava um taco de basebol.

Por trás da máscara,meu olhar encontrou o dele e ali eu encontrei o meu caos,meu pesadelo,meu perigo...