PERIGOSO | LOUD CORINGA

4.

Não esqueçam de me presentear com estrelinhas e comentários 🌟

...

Olhei novamente o relógio enquanto servia a ultima mesa da loja,que hoje estava um pouco movimentada.
Era exatamente 23:47 e hoje o restaurante iria fechar mais cedo a meia noite.
Ordens direto da direção, o que eu fique agradeci,pois estava precisando descansar a mente.

Isso significava que eu finalmente poderia voltar a um certo lugar.

Me apoiei na bancada,peguei minha carteira de cigarros e o acendi,logo senti a fumaça queimando meus pulmões ao som de Bob Marley que bailava pelo local.

Observei o casal que eu havia acabado de atender. Eles mantinham uma sintonia visível e um companheirismo enorme entre eles. Era belo de se ver.

Me perguntei mentalmente se eu queria viver algum assim um dia. E a resposta era rápida e fácil.

Não.

Isso não combinava com o meu modo de vida.

De repente,risadas e varias vozes em ecoaram pelo local e tomando conta dele. Varias mulheres e alguns homens entraram como se aquilo fosse uma grande festa.
Agitados com suas garrafas de bebidas alcoólicas iam se espalhando pelo salão.

No meio dessas idas e vindas de pessoas,uma figura apareceu.
Com duas mulheres loiras em cada um de seus lados,ele se sentou na mesa me encarando com um sorriso travesso nos lábios. Cretino. Mil vezes cretino.
Esse era o troco dele por não ter ido jantar com ele. Respirei fundo tentando segurar a raiva que havia dentro de mim e segui em direção a mesa dele com meu bloquinho de anotações de pedido. Afinal,ele estava esperando que eu explodisse,mas não, eu iria mostrar que o meu desprezo era maior.
Ajeitei meu coque e segui a passos precisos em direção a mesa aonde agora a loira estava sentada em seu colo e acariciava seu rosto.
Pude ver ele fingir que não havia me visto me aproximar,pois sabia que ele queria que eu me irritasse.
Raspei a garganta chamando atenção de todos da mesa,mas dessa vez ele não me encarou apenas pegou pegou o cardápio.

- Boa noite,quais seriam seus pedidos senhores?

A loira que se mantinha em seu colo com seu vestido colado vermelho,olhou em meus olhos e de um sorriso debochado,já a outra pediu diversos sorvetes diferente e todos eles em potes diferentes.

- E o senhor,o que ira pedir? - A do vestido vermelho,cochichou em seu ouvido algo,enquanto ele mantinha o olhar no cardápio.

- Um milk shake de morango. - Por fim me respondeu. Anotei e segui em direção a cozinha.

Já havia feito varias viagem de entrega e a reclamação de demora era grande,mas segui fazendo o que fui orientada.
Era a terceira vez que eu ia na mesa de Coringa para servi-lo e eu estava perdendo a paciência com sua atuação, afinal já se aproximavam das duas da manha,duas á o meu expediente e eu já estava farta. Iria servi-los pela ultima vez e iria avisar sobre o fechamento do local. Assim que coloquei a vasilha na mesa,esperei que eles me olhassem,mas não. A loira se mantinha no pescoço do jogador como um animal. Nojo.

- Seu sorvete de menta com chocolate senhores.  - A loira pegou uma colher e passou em seu decote,em seguida lambeu,porém,sua expressão não foi das melhores.

- Que sorvete horrível! Tem gosto de velho! Vagabunda! Não sabe ao menos servir. - Engoli em seco todo os milhares de palavrões que pensei.

- Todos os sorvetes estão dentro da validade senhora. - Respondi tentando acalmar a chama que ardia em mim.

- Validade!? Pare de ser sonsa! - Ela gritou chamando a atenção de todos que estavam lá. Podia ver GS no outro lado da rua,observando a situação. - Ainda vem dar encima de meu namorado. Você vai ver o que a sua categoria insignificante é para mim.

Ela pegou a pequena vasilha de sorvete e jogou em mim. A risada de todos ecoou pelo salão. Eu via os olhos de Coringa assustado e vidrados em mim.

O ódio estava me transbordando,mas apenas me virei e segui em frente. Antes de sair daquele local caótico ao meio das risadas,peguei um balde que estava próximo cheio de agua suja e vendo ela distraída,joguei.

Não fiquei para assistir o espetáculo de drama,apenas me virei,peguei minha mochila e segui em direção a porta.

Já estava chegando na moto, quando senti a mão de um homem segurar meu braço. Era ele,não precisava nem me virar para ter certeza.

Olhei dentro de seus olhos e apenas disse o que o meu coração transbordava.

- Obrigada por me humilhar Coringa - disse olhando dentro de seus olhos. - Parabéns... Você faz isso com todas que te rejeitam não é? Decadente...

Um misto de sentimentos me transbordava,mas eu não podia chorar ali na frente dele.

A melhor defesa é o ataque.

- Você é menos que nada,Victor Augusto