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Não esqueçam de me presentear com estrelinhas e comentários 🌟

Bárbara Passos

...

O Sol já estava no meio dos céus enquanto continuava encarar o teto do meu quarto.
Tentava ainda processar tudo que havia acontecido nos últimos dias desde que conheci o jogador mais famoso da Loud.
Minha vida havia girado em trezentos e sessenta graus de uma hora para outra e eu não havia aprendido a lidar com isso.

Olhei para o porta retrato do meu lado e deixei que sutilmente as lágrimas descesse de meus olhos.
Era a única foto que minha estava comigo antes dela sumir pelo mundo.

Seus cabelos castanhos longos estavam presos em forma de trança iguais aos meus. Seu sorriso sereno me tranquilizava .

Queria saber se eu havia puxado esse espírito aventureiro dela e por um instante quis contar a ela como estava a minha cabeça em relação a tudo que estava acontecendo.

Eu apenas a queria presente.

Já havia se passado mais de quinze anos que ela havia ido embora e eu em nenhum momento a procurei.

Talvez por medo...

Balancei a cabeça me levantando daquela cama tentando esquecer que um dia ela me abandonou sem justificativas.

Éramos felizes e ela me abandonou...

O sentimento de tristeza se misturou com a raiva me fazendo abaixar o porta retrato antes que eu fosse arremessar contra a parede e vê-lo em pedaços.

Meu quarto era bem pequeno,pois só comportava minha cama e um criado mudo.
Após a partida de minha mãe,meu pai bebia todos os dias e com isso nossa economia ruiu fazendo com que se mudássemos com frequência até eu começar a trabalhar e garantir o aluguel.

Me perguntava como que ele iria se virar assim que soubesse que estou indo embora. Eu tinha em mente em manter o aluguel pra ele,afinal ele era a minha única família.

Peguei uma caixa e fui guardando as poucas roupas que tinha dentro dela junto com o porto retrato. Minhas únicas lembranças.

Olhei mais uma vez as paredes descascadas com reboco me fazendo lembrar de quantas noites chorei pela solidão e quantas noites ri sozinha da minha própria tristeza. Segurei a maçaneta e fechei a porta dando adeus aquela pequena versão insegura de mim.

Desci as escadas sem cautela,pois pelo horário meu pai não deveria estar em casa me deixando assim mais a vontade para que quando fosse contar a ele, não teria retaliação e assim seguir em paz

- Está fugindo escondida igual sua mãe? - Pelo tom de voz grave,eu já sabia que tinha fracassado.

Procurei seu rosto pelo cômodo da sala e o encontrei sentado no sofá segurando uma garrafa.
Não conseguia ver suas expressões,mas não era difícil de advinha.

- Não tenho motivos para me esconder. - O respondi seguindo em direção a porta.

- Você não vai a lugar nenhum. - Sua voz soou fria pelo cômodo.

- O que disse? - Perguntei sem acreditar no que havia acabado de ouvir.

- Não vou repetir porque sei que você não é burra. - Ele se levantou e caminhou até mim.

Ele estava a uma certa distancia,mas era incapaz de não seu cheiro forte de álcool tomar conta do ambiente.
Forcei a maçaneta a girar e fracassei

- Eu troquei a fechadura. - Ele disse como se não quisesse nada. Por um instante vi uma ação de Coringa mais velho em minha frente.

- Eu não quero discutir contigo pai. - Disse eufórica sentindo ele se aproximar. - Me deixe sair.

- NÃO! - Sua voz gritou firme me fazendo teme-lo. - Você vai ficar aqui.

A impaciência estava tomando conta de mim junto com a raiva que me fazia querer sumir daquele local.

- Você não pode me impedir de ir embora só porque não consegui impedir a minha mãe de ir.

Antes que me desse conta do que eu havia acabado de dizer sinto sua mão pesada contra meu rosto em cheio.

A caixa em minhas mãos caem revelando o que estava dentro.

Minhas bochechas ardem de dor pelo peso de sua mão. Não consigo me mexer pelo fato

Minhas pernas se prendem no chão quando ele tira o porta retrato da caixa notando a foto da minha mãe.

Seus olhos castanhos se transformam em puro ódio.

- É isso que você estava me escondendo? - ele pergunta. - RESPONDA!

Eu não consigo. Meu corpo todo tremer.
De forma impaciente ele me pega pelo cabelo e me arrastava para dentro da casa novamente.

Não consigo conter meus gritos de medo e desespero do que ele poderia fazer.

Ele pega o isqueiro e o acende na única foto que eu tinha com ela.

Meu corpo todo doe e reage ao ver aquilo.
Quero soca-lo.

Eu não queria perder a única lembrança dela.

O chuto fazendo se desequilibrar e corro em direção a porta gritando por ajuda,mas falho.

Meu pai puxa o vestido que estava usando o rasgando por completo,deixando apenas as peças íntimas.

Grito desesperada.

Meu pai estava completamente bêbado e fora de si.

Sinto ele bater minha cabeça contra o chão me deixando tonta.

Tudo parece ficar lento e doloroso.

Grito mais uma vez sentindo seu cinto que era quase um chicote tocar violentamente minhas costas

Sinto as minhas forças se esvaindo.

De repente a porta em nossa frente se romba e um sorriso fraco sai de meus lábios ao notar quem entrou ali.

Coringa.

Meu pai pareceu reconhece-lo e sua irá apenas aumentou

- Você foi o culpado de ter destruído minha vida! - Ele gritava enquanto partia pra cima de Coringa.

Tento me arrastar para fora daquele local,mas sinto meu pé sendo puxado de volta.

Ao me virar para ver quem me puxou,vejo meu pai com o rosto com cortes me puxando quanto Coringa está atrás dele prestes a dá o golpe final e noucate.

Sinto suas mãos me cobrirem com sua jaqueta de couro e em seguida me pegar no colo como se fosse uma criança.

Seu rosto está com uma linha dura e firme enquanto anda rápido em direção a um lugar que eu não sei.

Não escuto mais nada,apenas seu coração acelerado.

Minha visão começa a ficar turva e meu corpo dormente

- Obrigada Coringa...

Mergulho numa imensa paz .

PERIGOSO | LOUD CORINGAOnde histórias criam vida. Descubra agora