Rainha de Vidro

CAPÍTULO 4

Mais uma vez, Celaena Sardothien estava na sala do trono. De pé em uma janela de costas para a porta estava o príncipe herdeiro de Adarlan, olhando o céu noturno.
As portas maciças de carvalho tinham sido deixadas abertas, então naturalmente sua chegada só tinha sido anunciada pelo farfalhar do vestido de Celaena, que no final não era um barulho muito alto. Havia alguns outros na sala também, incluindo o duque Perringtonn
e a Guarda Real, todos os quais olhavam para ela com desalento de boca aberta.

Celaena examinou as poucas coisas que lhe haviam dito sobre esse acontecimento bizarro, e se sentiu tonta mais uma vez. O príncipe herdeiro dissera algo sobre uma barganha que a beneficiária, e Lorde Chaol tinha falado como se ela não estivesse prestes a voltar para as minas de sal - ela finalmente estava livre?

E então houve a última parte, a mais horrível, tentaram vesti-la como uma princesa.

-Meu Senhor,- disse Chaol suavemente, curvando-se na cintura.
Celaena sentiu seu rosto ficar vermelho quando o príncipe herdeiro se virou para olhá-los.

Era assim que era se sentir como em um bloco de leilão?

O príncipe expressou o mesmo choque que os outros cinco homens na sala, piscando rapidamente como se seus olhos estivessem enganando-o.

Ela realmente parecia diferente do que quando ela entrou pela primeira vez?
Que coisa tola de perguntar - claro que você esta! E você sabe que é bonita - se agora esta simplesmente magra, então é definitivamente algo para mandar se foder! Além disso, quem acreditaria que alguém tão atraente, tão sedutor, fosse capaz de matar - de espancar três homens? Quão misteriosa, quão encantadora, quão intrigante e perturbadora eu devo ser!

Os olhos de Celaena começaram a se encher de auto satisfação, mas ela foi rapidamente tirada de seu transe abatido pelos passos de Dorian DeHavilliard em direção a ela.

Um sorriso lento e fácil se espalhou pelo rosto do príncipe.

-Muito melhor, Lorde Chaol, muito melhor.

Era o mesmo sorriso sedutor, mas o que fazia os joelhos de Celaena Sardothien parecerem geléia a princípio, agora enchia-a de uma raiva em brasa.

Como se atreve a olhar para ela e falar dela assim!
Se eu não estivesse em um vestido tão apertado, eu o mataria. Eu o mataria e depois diria ao pai algumas coisas que…

-Senhores, vocês gostariam de nos deixar por alguns momentos? Celaena Sardothien e eu temos um assunto para discutir em particular.

O príncipe herdeiro apontou para as portas e sorriu para os homens na sala.

-Lorde Chaol, você pode ficar onde está.

Duke Perringtonn foi o último a sair, dando a Celaena um olhar que poderia ter atirado adagas quando ele bateu as grandes portas atrás dele. O príncipe chegou a seu trono e sentou-se, cruzando as longas pernas.

Os homens deveriam fazer isso?

Celaena avançou, sua raiva desaparecendo e se transformando em curiosidade sobre sua situação atual. A vingança e os pensamentos que a acompanhavam eram as últimas coisas que ela queria lembrar ou relembrar. Ela havia passado muito tempo colocando esses sentimentos em segredo, e não era como se ela realmente realizasse alguma coisa por…

Não pense nisso. Nem se lembre disso. Você se esqueceu há muito, muito tempo, e agora que isso está acontecendo, não se atreva a pensar sobre o que lhe foi dito para esquecer.

Celaena observou o príncipe, recuperando a compostura mental.

Ela seria vendida para outro lugar? Ela seria executada? Ou ela estava sendo libertada?