A respiração dele estava ligeiramente ofegante quando bateu a porta do quarto e acelerou os passos no intuito de que as próprias pernas não o traíssem e o levassem de novo para perto dela. Como poderia resistir se ela se aproximasse assim em qualquer outro momento?
Teria que evitar de todas as maneiras ficar só com Sansa, pois a força sobre humana que tivera agora, não poderia repetir em nenhuma vez mais. Caminhava para as diligências e funções da Guarda da Noite, quando na verdade queria caminhar para os braços dela, para perder-se uma vez mais nela e sentir o que sabia, só seria possível sentir junto a ela.
Os dias que se seguiram foram um pouco mais protocolares que o normal. Jon tentou ser um anfitrião a medida do possível e dos recursos que o lugar dispunha, e mesmo evitando ficar sozinho com a Rainha, estava sempre se assegurando que ela tinha segurança, conforto e as provisões que precisava para sua estadia.
A ruiva estava muito diferente da menina assustada que um dia fora. Era altiva, corajosa, determinada. Sempre que ela não percebia e se distraia com alguma audiência ou outra atividade ele ficava escondido observando-a, e cada vez mais admirava aquela mulher por toda sua postura e por tudo o que ela representava para ele. Em momentos como aquele, tinha certeza que seu erro ao matar Daenerys não tinha sido em vão, pois a loira teria sido implacável com Sansa. Ela a invejara desde o primeiro momento em que percebeu o poder que a irmã tinha sobre ele.
Nesta imersão de pensamentos ele se descuidou e só percebeu a presença silenciosa ao seu lado quando o perfume tão conhecido e arrebatador alcançou-lhe os sentidos. Descalçando uma das luvas, ela tocou em sua mão e seus dedos entrelaçaram.
-Eu respeito e o amo ainda mais, se é que isso é possível, pelo que está fazendo, Jon. Sei que a matou por minha causa e me culpo terrivelmente por isso. Apesar de tudo, eu não lhe desejava a morte e tive um verdadeiro sentimento de gratidão pelo que Daenerys fez pelo norte e por toda Westeros. Mas, pra mim era claro desde o princípio que haveria a alternância de tiranas no poder. Já não consigo mais lamentar o fato de ter revelado a Tyrion, pois desde que você nos contou, ficou visível pra mim que o reino não poderia estar sendo conduzido por ninguém melhor e mais correto do que você.
_Sansa...
_Você é a melhor pessoa que eu conheci. Achei que nunca haveria alguém mais honrado que Eddard Stark, mas você, mesmo não sendo seu filho, herdou dele a correção e a hombridade. Eu só gostaria que você esquecesse um pouco isso, ao menos por uma noite... – seu tom já era suplicante – por favor, Jon. Me dê apenas uma noite, um último momento para eu guardar antes de voltar para Winterfell.
Ele não queria se aproximar dela exatamente por isso; sabia que não resistiria nem cinco segundos. Ao mesmo tempo que queria afastar-se, a menção dela a voltar para casa, o perturbou de tal forma que apertou ainda mais forte sua mão na dela. Virou-a de frente para ele e se olharam tão absortos do mundo a volta que Sansa achou por um instante que ela a beijaria ali mesmo, na frente de todos. E se ele o fizesse, ela não protestaria, sequer se importaria.
Mas ele não o fez. Não disse absolutamente nada, apenas saiu dali. Uma lágrima solitária brotou no olho dela, mas a Rainha tratou de tocar rápido sua mão nela e não deixa-la cair. Logo, ela caminhou a passos rápidos e antes que a noite caísse, determinou ordens da sua partida para casa logo cedo no dia seguinte. E disse que por estar um pouco indisposta se recolheria antes do anoitecer, não gostaria de fazer nenhuma refeição e nem ser incomodada.
Jon perambulou um pouco sem rumo, sofrendo miseravelmente pela vontade de tê-la e ter que, além de se afastar, vê-la partir. Quando se aproximou dos soldados dela e vendo eles arrumando suas montarias e provisões, questionou o porquê e avisaram que foram ordens da Rainha Sansa, pois partiriam no dia seguinte. Soube depois também que ela sequer quisera se alimentar e já estava recolhida.
Pediu ao cozinheiro que lhe entregasse uma tigela com um caldo e pães, colocou algumas frutas em uma bandeja e foi pessoalmente ao quarto dela, na verdade o seu quarto, fazê-la comer; sabia que se mandasse por outro, ela não aceitaria e lhe informaram das ordens expressas de não ser incomodada.
Duas batidas na porta: _Sansa, abra por favor.
_Não, Jon. Vá embora.
_Por favor, eu apenas te peço um instante.
Um pouco incerta ela entreabriu a porta e deitou-se novamente na cama. Ele pode observar que ela já havia se banhado e estava com os cabelos soltos e apenas uma camisola branca. O coração dele deu um pulo a mais.
_ Duas coisas, Senhora: eu não quero que fique sem comer, pois poderia adoecer.
Ela o olhou dividida entre a curiosidade e a ironia: _E, qual a segunda ordem, Lord Comandante?
_Você não partirá amanhã. Eu sei que você tem que voltar, mas amanhã, não. Ainda não.
Neste instante ela ficou em pé, em uma postura desafiadora: _ Já dei a ordem. Quem você acha que eu sou para determinar minha chegada ou minha partida?
Colocando o alimento numa mesa lateral, ele se aproximou perigosamente dela, não parecia aquele Jon que em geral a tratava com doçura. A puxou de forma abrupta junto dele, esbarrando o corpo dela no seu.
_ Você sabe quem eu sou.
Empurrou-a de encontro a uma parede próxima e beijou-a com força, com toda vontade reprimida. Não teve paciência para despi-la e rasgou a camisola dela ao meio. Sansa ficou um pouco assustada, mas ao mesmo tempo ainda mais excitada com aquele homem sedento por ela. Deixando claro com seus toques que a queria com desespero. Espalmou as mãos nas costas dela, enquanto seus lábios sugavam os seios, um de cada vez. Ela jogou a cabeça para trás e deixou-se apenas sentir.
Ele soltou-a por um instante e rapidamente deu fim à própria roupa. Estavam nus no frio da muralha, mas queimavam, suavam, ardiam. Ele a levantou pelos glúteos e a penetrou ali mesmo, pressionando as suas costas contra a parede. Os gemidos eram inevitáveis.
Sem sair de dentro dela, Jon a carregou até a cama deitando-se e deixando-a por cima dele. Queria ver, precisava ter essa imagem dos cabelos longos e ruivos balançando enquanto os seios à mostra o convidavam o tempo todo e ela mexia deliciosamente nele, os olhos fechados e a boca abria-se num ângulo delicioso e lembrou-se com ainda mais tesão que já se derramou naquela boca linda e sensual.
O prazer dela veio junto com os gemidos do nome dele, mas ele ainda queria mais. Tirou-a de cima e rapidamente a deitou de bruços, a tomando assim, jogando seu peso em cima do corpo delgado ao que ela correspondeu abrindo as pernas e pedindo mais força. Quase gozou somente com as palavras dela. Com sua boca colada no ouvido da ruiva, ele sussurrou, enquanto arremetia cada vez mais rápido: _você vai ficar. E eu vou te foder todos os dias. Você é minha. – mal terminou de falar e inundaram-se juntos no prazer, gemendo sem se importar se fossem ouvidos, completamente esquecidos que houvesse qualquer coisa fora dali.
Alguns minutos depois, enquanto estavam deitados, ainda sem roupa e abraçados um ao outro, batidas urgentes na porta e um brado avisando ao Lord Comandante que chegou um corvo do Rei Brandon.
Jon levantou-se rápido e com apreensão, não abriu a porta, mas pediu que o mensageiro passasse o minúsculo papel por baixo da dela. Quando abriu, Sansa já estava ao seu lado e eles leram os seguintes dizeres: Sansa deve voltar a Winterfell, e você, Jon, no momento certo precisará assumir o peso por seus atos. Nossa irmã o chamará e no momento oportuno você deve cumprir, de fato, o seu destino, irmão.
Rei Brandon Stark
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The song of ice and pain.
RomansQuando o destino de Westeros se definiu, profecias e destinos se cumpriram, novos caminhos foram tomados e coisas voltaram ao ponto de partida. O exílio de Jon traria um pouco da paz que lhe era tão cara e há muito tempo acreditava que na vida não a...