Realmente, ter que encarar Carlos naquela manhã foi foda! Ele me olhava com uma cara de cachorro sem dono e eu tentava não dar atenção, mas era impossível não olhar para a sala dele sempre que eu precisava me levantar, nem que fosse de canto. E, em cada vez que eu olhava, eu sentia algo diferente, ora raiva, ora tristeza, ora ansiedade.
Na hora do almoço, Elaine me chamou para eu me juntar a eles, incluindo Carlos, mas inventei uma desculpa para não ir, dizendo que eu tinha coisas para fazer. Na verdade, eu tinha mesmo. Eu queria passar em uma farmácia e comprar um teste de gravidez. Já fazia 35 dias que eu começara a trabalhar na M&M e, portanto, já fazia pelo menos uns 38 ou 40 dias que minha última menstruação tinha descido.
Relutei em comprar o teste, mas precisava tirar aquilo da minha cabeça. E, óbvio, estava morrendo de medo do resultado. Guardei-o na bolsa e voltei para o escritório. À noite eu tiraria a prova.
Felizmente, eu estava cheia de trabalho e minha mente permaneceu ocupada durante o resto do dia. Quando deu meu horário, arrumei minhas coisas e peguei meus itens básicos de maquiagem. Queria jantar no shopping, então precisava dar um jeito na cara. Levantei-me e fui ao banheiro.
Na volta, notei Carlos se aproximando da minha mesa e vi que minha bolsa estava no chão. Provavelmente eu a havia deixado mal apoiada e ela caiu. Ele se abaixou para pegá-la e então ficou estático.
Eu não queria me aproximar da mesa enquanto ele estivesse ali, mas a reação dele me chamou a atenção. Foi quando notei o que Carlos estava segurando, a caixinha do teste de gravidez. Merda! Ela devia ter caído da bolsa.
Ele me procurou com o olhar e eu fiquei paralisada no lugar. Seu cenho se franziu e ele começou a andar em minha direção.
Ao chegar na minha frente ele levantou a caixinha e me encarou com um olhar interrogativo.
Senti o sangue corar minhas faces. Olhei para os lados e ainda havia alguns funcionários ali. Elaine nos olhava com curiosidade.
— Então... está atrasada? — Carlos perguntou.
— Alguns dias — respondi. — Mas acontece de vez em quando, já fiquei até 40 dias sem menstruar. Só quero fazer o teste para tirar isso da cabeça e seguir com a minha vida — dei ênfase nessa última frase.
As sobrancelhas dele se juntaram mais.
— Vamos, eu te levo para casa — ele disse.
Olhei-o irritada.
— Não! Não precisa! Eu sei muito bem o caminho — rosnei e arranquei a caixinha de suas mãos.
Voltei para minha mesa e peguei minha bolsa. Eu ainda estava com raiva em meu coração e não queria falar com ele, muito menos pegar uma carona. Olhei para Elaine e ela me fitava com as sobrancelhas arqueadas. Senti-me envergonhada, imaginei que, àquela altura, já devia estar claro para todos que algo estava acontecendo entre mim e Carlos.
Quis sair o mais rápido possível dali. Passei por ele sem olhá-lo e chamei o elevador, torcendo para que este chegasse logo.
Infelizmente meu amado chefe chegou antes.
— Já disse que eu não vou com você! — falei.
— Então eu vou com você — ele respondeu.
Fitei-o séria.
— De ônibus?
— De ônibus, a pé, de charrete, não me importo.
— Você é insistente, né?
— Sou.
— Mas eu não vou para casa. Vou para o shopping! — retruquei.
— Eu te acompanho.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vizinhos: contos eróticos - DEGUSTAÇÃO
Romansaconto 1- MEU CHEFE, MEU VIZINHO DELICIAAA...- Esse livro é uma coletânea de três histórias, porém só a primeira está disponível nesta publicação. As demais você poderá ler na Amazon! Contos: #1 Meu chefe, meu vizinho... deliciaaa! #2 A garota da...