MADALENA CEREJA
Passaram-se dez minutos desde que Enrico tinha carregado Jonas para o quarto. Tinha voltado para a cozinha e tinha começado a fazer o bolo quando escutei o barulho de um telefone que eu sabia já ser o meu tocando.
Andei até o quarto me sentei na cama ao ver que quem me ligava era dona Luísa.
— Oi dona Luísa.
— Madalena, está tudo bem aí meu anjo?
— Está sim.
— Mesmo? Enrico e você estão... bem?
— Acho que sim. — Ri. — Um amigo dele está aqui... Jonas.
— Ah, Jonas, ele é um ótimo menino. Enrico e ele são amigos desde o colégio.
— Sim eles estão enfiados no quarto.
— Fofocando. Aqueles dois parecem velhas fofoqueiras, você precisa só ver quando junta a peste loira junto.
— Peste loira?
— Sim, Douglas é outro amigo deles, quando juntam os três ficam tricotando feito velhas fofoqueiras de esquina. — Ela gargalhou do outro lado. — Mas então filha, eu estou te ligando para saber como está indo... Enrico não te maltratou mais, né?
— Não na verdade parece que estamos nos entendendo aos poucos.
— Jura mesmo? — Quase gritou. — Que maravilha, eu sabia que era você menina!
— Eu?
— É! Escute Madalena, estou ligando para te pedir um favor.
— Pode pedir, dona Luísa.
— Como te disse passei o último mês cuidando de Enrico e quase não parei em casa. Luiggi e eu sempre fomos muito ligados... Ele sugeriu uns dias fora, então vamos fazer uma pequena viagem de férias, vão ser quinze dias incialmente, e com você aí me sinto segura em saber que o doido do meu filho está bem cuidado. Então saio agora a noite, não vou nem conseguir ir até aí, mas continuaremos nos falando por telefone, ok? Tudo bem, né?
— Tudo bem, dona Luísa.
— Vamos marcar um jantar quando eu voltar, assim você conhece Luiggi, porque só pelo que eu já disse, ele já te adora.
— Será um prazer.
— Então vamos nos falando, meu anjo. Cuide bem de Enrico, hein? Beijo minha querida.
— Cuido sim, até a volta dona Luísa.
Depois de nos despedirmos voltei para a cozinha e me surpreendi a encontrar Enrico sozinho sentado no sofá da sala com cara de quem comeu e não gostou.
— Oi? — Chamei e ele mirou em mim, percebi seus olhos irritados e engoli seco. — Seu amigo já foi?
— Já.
— Estava no telefone com sala mãe, ela disse que vai fazer uma viagem com seu pai por uns dias.
— É, acabei de ver que ela me enviou uma mensagem.
— Hum. — Remexo as mãos inquieta sobre seu olhar e decido voltar para a bancada para terminar o bolo. — Ela sugeriu fazer um jantar quando voltar para que seu pai me conheça. — Comunico.
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CIDADE CINZA {DEGUSTAÇÃO} DISPONÍVEL AMAZON
RomanceEnrico De Giordano tinha uma vida boa perante as milhões de pessoas que moravam na selva de pedra chamada São Paulo. Tinha sucesso profissional, uma bela casa, pais saudáveis e bens de vida, uma esposa linda e o tão sonhado filho a caminho. Numa noi...