Segundo Verso: sobre tatuagens e bússolas;

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Peço desculpas pela demora na atualização, ainda que essa fanfic já esteja finalizada eu sou uma procrastinadora sem vergonha na cara e fiquei com preguiça de entrar no notebook para postar, mas aproveitei que me animei pra finalizar um capítulo de outra changlix e apareci por aqui. 

Espero que gostem do segundo capítulo e prometo que domingo apareço com outro. 

x/x



Quantas vezes uma mentira precisa ser contada para que se torne verdade?



Quando era mais novo minha mãe sempre dizia que era errado mentir. Totalmente, completamente, fora de questão, nunca minta para seus pais, etc, até que um dia, durante uma conversa sobre histórias em quadrinhos, ela me veio com o seguinte pensamento:


"Uma mentira contada muitas vezes pode se tornar verdade."


E, bom, eu acreditei nela. Talvez porque era conveniente, talvez porque eu era uma criança que estava descobrindo as revistas mais adultas (adultas demais para minha pequena idade), enfim, tinha meus motivos pra usar tal frase como lei de vida, então, basicamente mentia várias vezes esperando que fosse se tornar verdade.

Percebe como as coisas funcionam na cabeça de uma criança?

Desta forma, quando meus pais perguntavam se estava tudo bem na escola, eu mentia. Dizia que estava, que não haviam problemas, mesmo que os meninos tirassem sarro de mim por causa das minhas sardas. Estava tudo bem em mentir, afinal uma hora aquilo se tornaria verdade, não é? Uma hora eles iriam parar de implicar comigo e com minhas sardas. Tudo perfeito, eu conseguia lidar com essas mentiras, até meus pais me perguntarem o que eu achava do primo Changbin. O que eu respondi?

Eu respondi que ele não fazia a menor diferença na minha vida.

Quantas vezes precisei responder essa mentira para que ela se tornasse verdade?

Na verdade a pergunta correta seria: essa mentira se tornou verdade? Sinceramente? Creio que não.



Acordo com o celular tocando incansavelmente. Já imaginei que fosse o alarme, me lembrando que minha vida não está ganha e preciso ir pra faculdade (me formar, trabalhar, me aposentar quando não tiver mais disposição para porra nenhuma e morrer - ciclo natural da vida), porém, ao olhar o visor na esperança de cessar o barulho irritante, visualizo seis mensagens do meu melhor amigo, sonserino (todo mundo tem defeito, lufanos são os melhores!), compositor nas horas vagas e companheiro de crime desde os meus seis anos (o crime no caso era tocar a campainha de casas alheias e sair correndo - entre outras coisas -, e se me perguntarem eu negarei até morte) Han Jisung.

Jisung e eu nos conhecemos quando eu iniciei na escola e por sermos dois idiotas com total noção disso, ficamos amigos instantaneamente. É claro que se eu soubesse que ele iria me acordar vinte minutos mais cedo, do que pra mim já era considerado cedo demais, eu não teria aceitado brincar com ele no parquinho.

Abro nossa conversa no aplicativo de mensagens e se tinha qualquer dúvida que deveria trocar de melhor amigo (será que o Jeongin está muito ocupado?), tive certeza.

Sonetos - changlixOnde histórias criam vida. Descubra agora