Trolls é um puta filme e eu posso provar.
–
Eu nunca gostei de animações.
Minha vida sempre se resumiu a Harry Potter, como vocês já devem ter percebido no decorrer dessa narrativa, então nunca tive muita paciência para ficar assistindo animações (o que não se aplica aos clássicos da Disney como Mulan, O Rei Leão e, é lógico, Monstros S.A... GATINHO!). Então imaginem a minha cara de cu seco quando Jisung insistiu para que nós assistíssemos Trolls.
Trolls, bicho!
Detestei a ideia, briguei, lutei, fiquei emburrado, mas no fim fui vencido pelos meus melhores amigos que desejavam assistir um filme "diferente" do que os que eu os obrigava a assistir (calúnia!).
Fui assistir a droga do filme com a total certeza de que seria dinheiro jogado fora e tempo desperdiçado. O começo me irritou profundamente com aquela cantoria toda, mas eu gostava dos clássicos da Disney, então consegui sobreviver, dei algumas risadas, fiquei com dó da garotinha apaixonada pelo príncipe e quando eu achava que não tinha mais nada pra assistir naquele filme, porque o final era bem previsível, Justin Timberlake e Anna Kendrick resolveram cantar "True Colors" da Cindy Lauper. Eu já conhecia a música graças ao meu pai, fã de tudo dos anos 80, mas eu nunca tinha parado para prestar atenção na música. Percebem como eu nunca me dou o trabalho de prestar atenção em alguma coisa e de repente eu sou atingido por uma epifania? Taylor Swift e Cindy Lauper me perdoem.
De qualquer forma a música me passou tanta paz, tanta calma, não sei dizer se foi à voz do Justin e da Anna que me causaram tamanho impacto, se foi à melodia nova, se foi à letra, ou o conjunto, mas eu já estava aos prantos no primeiro verso da música.
No fim das contas Trolls se tornou um dos meus filmes favoritos e eu passei a dar chance às animações, mas porque essa história sobre uma música e um filme é tão importante? Por que assistir Changbin chorar copiosamente agarrado a mim me fez ver as cores dele. As mais diversas camadas existentes, como se ele tivesse várias escondendo aquela parte pequena de humanidade que a gente anseia desesperadamente ver e conhecer, entende?
Changbin já foi meu primo idiota, se tornou meu primo beijoqueiro e agora é o meu primo quebrado, perdido, carente de carinho e atenção e algumas outras camadas que ele ainda não me mostrou, mas aposto que deve haver raiva, tristeza, mais raiva, decepção, um pouco mais de raiva.
Enquanto ele chorava, soluçava, tremia, me apertava e se recusava a dormir, eu só conseguia pensar na música que eu ouvi numa sala de cinema com meus melhores amigos e foi por isso que eu parei a playlist da Taylor Swift e comecei a cantar "True Colors" baixinho em seu ouvido, na esperança de que ele se acalmasse.
"Você aí, com os olhos tristes, não desanime. Oh, eu sei que é difícil ter coragem. Nesse mundo cheio de pessoas você pode perder a direção e a escuridão dentro de você pode fazer você se sentir tão pequeno.
Mostre-me um sorriso então. Não fique triste. Não consigo me lembrar de quando foi a última vez que eu ti vi rindo.
Este mundo te deixa louco e você aguentou tudo o que você podia suportar. Apenas me chame, porque eu sempre estarei lá.
Eu vejo suas cores verdadeiras brilhando! Vejo suas cores verdadeiras e é por isso que eu te amo, então não tenha medo de mostrá-las. Suas cores verdadeiras são bonitas."
E foi assim que ele adormeceu finalmente e, apesar de estar caótico, não pude deixar de admirar as verdadeiras cores de Changbin. Ele se tornou humano, tocável, palpável, e principalmente,
VOCÊ ESTÁ LENDO
Sonetos - changlix
RomanceFelix viu seu primo Changbin quatro vezes e essas quatro vezes foram suficientes para transformar o Lee. Changbin é assim, um furacão que varre tudo sem perceber o estrago causado, mudando sonhos com seus olhos de gato e tatuagem de bússola. Caótico...