Dark Paradise

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Um suspiro. Um fio entre a lâmina e seu corpo que não permitiu nenhum vestígio de que algo sequer acontecera. Uma palavra sussurrada ecoando em sua mente. Corra! 

Piscou duas vezes precisas e rápidas para se manter lúcido. O que estava havendo? A minutos ele estava dançando com Jeny. Estava tendo um momento humano que nunca sentiria em sua vida demoníaca. Sentiu o corpo quente dela contra sua estrutura gélida. Num instante tudo se desmanchara e se tornara um caos.


Olhou para frente e viu a porta funcionar como um portal. Era a única explicação clara para dezenas, se não centenas, de renegados estarem se amontoando e atropelando uns aos outros. O demônio olhava pros lados, tentando se situar. Foi quando, como num suspiro solto por uma alma, ele viu uma lâmina se erguer nas suas costas. Antes que pudesse sentir a espada cortar sua carne, já havia impedido o ataque do Raiih, que possuía consigo uma das espadas de Miguel, capazes de causar cortes em anjos, queimar a pele de demônios e desintegrar cada humano na terra. A espada tinha no punho prateado um anjo de face clara com os olhos escuros. Ao seu redor, formando uma circulo, algumas escrituras desconhecidas para Will. Era possível notar que ao redor da lâmina, se repetia a mesma sequência de palavras. O demônio não se deu ao trabalho de decifrar, segurou firme suas espada e atacou o renegado pelos lados. Eram de um tipo peculiar e pouco usada pelos demônios. O objeto começava em um formato reto, que se abria no meio, formando um "C" deformado. Usar elas requeriam certa habilidade que só os mais treinados(ou desocupados) conseguiam ter.

Will afastou a espada do renegado para trás e teve espaço para chutar ele na barriga, fazendo o mesmo cair em cima de uma mesa. Sentiu seu peito queimar e a respiração ficar acelerada. Onde estava o reforço? Olhava pros lados e via anjos caírem no chão após serem atacados, e suas peles de porcelana se escurecerem ao entrarem em contato com as espadas de Miguel. Havia algo errado ali. Não eram espadas comuns.

Enquanto tentava achar seu lugar naquela briga, ele notou que seu mundo havia virado um caos. Os renegados haviam se tornado maiores do que eles deveriam ser. Criaturas angelicais que eram banidas estavam tentado matar pobres e inúteis mortais em troca de quê? Alguém o devia respostas. Tinha ficado longe da sua casa por tempo demais. Em troca de cuidar para que uma humana não caísse em mãos erradas. Que ela estivesse pronta para concretizar uma profecia. 


O demônio, que estava na sua forma original, conseguia ouvir gritos de desespero. Aquele era o próprio som das almas humanas que descobriam estar no inferno. Aquilo tinha virado som ambiente para ele. Respirou fundo, antes de atacar mais um renegado, que estava em cima de uma garota loira. Depois de tirar a espada das costas da criatura, Will notou que haviam duas marcas de cicatrizes nas costas dele. Pela cor, parecia que algo grande havia sido tirado dali. Ele viu a garota gritar para tirar o corpo morto que caiu em cima dela e simplesmente ignorou.

Foi quando viu alguém no topo da parede de escalada do ginásio. Forçou a vista e reparou nos cabelos ruivos soltos. Não era possível. Ela não era louca o suficiente para isso. 


Ele cerrou os olhos para a garota, que havia se despedido do vestido, rasgando a bainha dele e tinha consigo um...Satã o ajudasse a decifrar o que era aquilo na mão dela e o que raios ela iria fazer ali. 

Will tinha duas opções: continuar naquela luta ou salvar a louca pendurada na parede. Que ele fosse perdoado, mas suas ordens mandavam que escolhesse o segundo. Até porque, ele não deveria proteger humanos. Mesmo que se sentisse culpado. 

Good Nigth, Demon!Onde histórias criam vida. Descubra agora