dois

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PHILIPPE
dias depois

mensagem.

aine: Tem uma reunião de pais na escolinha da Maria amanhã, não falte.

eu: Olha, você não precisa ficar me lembrando de tudo.

Curte sua viagem e fica tranquila que eu cuido muito bem da Maria.

aine: Fico preocupada.

eu: Você não muda nunca...
Relaxa, ok?

Tchau, tenho que ajudar ela com um desenho de unicórnio.

aine: Diz pra ela que mandei beijos.

eu: Só pra ela? :(

aine: Me poupe, pelo amor de Deus.

eu: KKKKKKKKKKKKKK
Beijo, Aine.

aine: Não cansa de ser idiota... 🙄

*

- Papai.

- Oi, meu amor. - respondo e olho para Maria.

- Você não vai se atlasar de novo, vai? Não pode atlasar na reunião. - disse e eu mordi o canto do lábio.

- O papai sabe disso. - digo e me aproximo da mesma, me abaixando para ficar do mesmo tamanho que ela. - O papai vai chegar bem na hora. - sorrio e abro os braços, recebendo um abraço da mesma.

[...]

Estou atrasado.

Bufo e desço do carro apressado, enquanto corro em direção às salas, procurando pela da Maria. Encontro e entro na mesma, vendo Maria e a professora sentadas em um canto da sala, enquanto a última lia um livro.

Coço a garganta e chamo a atenção das mesmas. Maria fecha a cara e desvia o olhar, me fazendo suspirar.

- Desculpa a demora. - peço olhando para Anne. - De novo. - completo.

- Tudo bem. - deu um meio sorriso e se levantou, fechando o livro e o deixando em cima da mesa, se voltando para mim. - A reunião já acabou a um tempo, mas o senhor pode assinar aqui para marcar presença e...

- Não precisa me chamar de senhor. Eu nem sou tão velho. - peço e ela balança a cabeça de forma afirmativa, dando um meio sorriso.

Assino no local onde ela indicou e em seguida ouço ela falar sobre a evolução da Maria. Na verdade não prestei atenção em nada, já que estava focado no quanto ela era linda.

- Não tenho do que reclamar sobre a Maria.

- Ah, ela teve a quem puxar. - sorrio, me achando.

- Sim, a mamãe. - falou Maria, me fazendo a olhar indignado e Anne rir.

- Bom... acho que é só isso. - falou Anne, mordendo o canto do lábio em uma expressão pensativa. - Ah, você deveria dar uma olhada no caderno dela. Ela fez ótimos desenhos. - completou e piscou para Maria, que sorriu.

- Ok, obrigado. - digo. - Até amanhã? - pergunto e ela me olha confusa.

- Ah, sim, claro. - falou e olhou para Maria. - Tchau, Maria. - sorriu.

- Tchau, tia Anne.

- Até mais, Anne. - me despeço e saio com Maria.

*
ANNE
sexta-feira

— E então, Bela, com um beijo, conseguiu acabar com o feitiço que a bruxa havia colocado na Fera, e ele voltou a ser um lindo príncipe. Se casaram e viveram felizes para sempre. - termino e olho para Maria, que estava sentada ao meu lado.

Philippe havia conseguido não se atrasar dois dias na semana, mas hoje ele já estava atrasado de novo.

- Bela é um nome legal.

- Eu também acho. - sorrio.

- Se a Fela fosse o papai, e você a pincesa, você beijalia ele, tia? - perguntou me olhando curiosa e eu arregalei os olhos.

- Que?! - pergunto. - De onde você tirou isso? - rio.

- Meu pai te acha bonita. - falou e eu fiquei boquiaberta, a olhando.

- Ahn... ok. - digo e fecho o livro, ainda sem saber o que falar. - Que tal ler outro livro? - pergunto mas não obtenho resposta, a olhando e vendo que a mesma tinha a atenção voltada para a porta.

Philippe estava parado na mesma enquanto olhava para a criança com cara de culpado, já que havia prometido não se atrasar mais. Maria retribuia o olhar com uma expressão de brava no rosto, e eu queria me esconder de vergonha, lembrando do que a menor havia dito momentos atrás.

- Atlasou de novo. - falou ela, se levantando e pegando a bolsa. - A mamãe não atlasa.

- Por que a mamãe tem super poderes, e o papai não. - disse Philippe, me fazendo soltar um pequeno riso, chamando a atenção dele. - Oi, Anne.

- Olá.

- Me desculpe por atrapalhar seu tempo mais uma vez cuidando da Maria até depois do horário.

- Tudo bem, a Maria é uma ótima companhia. - sorrio e ele retribui.

- Eu tava falando pra tia Anne que você acha ela bonita, papai. - falou Maria.

Sinto minha bochecha esquentar e desvio o olhar do de Philippe, que havia ficado completamente sem graça pelo comentário.

- Chegando em casa vamos conversar sobre matar o papai de vergonha, ok, mocinha? - perguntou e Maria riu, colocando as mãos na boca de uma forma de que não diria mais nada. - Ahn... isso é...

- Coisa de criança. - o interrompo, coçando a garganta em seguida. - Está tudo bem. - completo.

- Então, ok... - disse e eu dei um meio sorriso. - Até mais.

- Até. - murmuro e me despeço de Maria, vendo os dois saírem em seguida. - Que vergonha, meu Pai. - sussurro e coloco a mão na testa.

***

Professora ━━ Philippe Coutinho Onde histórias criam vida. Descubra agora