dez

8K 542 223
                                    

ANNE
dias depois

— Acho que o seu pai vai atrasar de novo, anjinho. — digo e aperto o nariz dela, vendo ela sorrir.

Seguro na mão da mesma e a levo até o pátio, a deixando sentada em um banco e me sentando ao seu lado. Ela balança as pernas e olha para o portão, tombando a cabeça para o lado e analisando a silhueta de uma mulher.

— Olha, tia, parece a minha... — parou quando a mulher se aproximou mais e sorriu. — MAMÃE! — gritou e pulou do banco, correndo até a mulher, enquanto eu me levantava.

— Oi, meu amor. — disse a mesma, abraçando a pequena e a enchendo de beijos. — A mamãe estava morrendo de saudades!

— Eu tabém, mamãe!

— Oi, eu sou a Aine. — falou, me cumprimentando.

— Prazer, sou a Anne.

— Quase a mesma coisa. — sorriu e eu retribui. — Como essa garotinha está se saindo?

— Muito bem. Ela é muito inteligente! — elogio e Aine sorri, apertando a filha.

— Obrigada. — agradeceu. — Desculpa pelo atrasado.

— Ah, eu já estou acos... Não foi nada! — digo e sorrio. — Tchau, Maria, até amanhã. — aceno e a mesma acena de volta.

— Tchau, Anne. — sorriu Aine.

— Tchau, Aine. — aceno, com um leve sorriso no rosto.

[…]

Ajeito o óculos em meu rosto e mordo o lábio, segurando na ponta do pincel e passando ele delicadamente pela tela presente em minha frente. Me afasto por um momento e limpo o pincel, analisando a pintura e bufando logo em seguida.

Bela merda.

Ouço a campainha tocar e deixo o objeto de lado, limpando a mão e indo até a porta, escutando a campainha mais uma vez. Abro a porta e me deparo com Philippe, que assim que me ver sorrir.

— Oi. — sussurrou.

— Oi. — dou um meio sorriso. — O que faz aqui?

— Fingindo que não preciso seguir uma alimentação saudável. — disse e ergueu saquinhos de lanches, me fazendo rir.

Abro mais a porta e dou espaço para que ele entre. Fecho a porta atrás de mim e vou o empurrando até o sofá, o fazendo sentar lá.

— Eu vou pegar refrigerante. — digo e ando até a cozinha, pegando copos e a garrafa, os colocando em cima da mesa.

— Te trouxe lanches e você não me deu nenhum beijo. — falou, me fazendo rir e me virar para ele que estava atrás de mim.

— Veio com a intenção de me comprar?

— Não, mas não custa tentar. — riu e eu segurei em seu queixo, deixando um rápido selinho em seus lábios. — Zara não está? — perguntou.

— Não, ela tinha um encontro.

— Coitado do cara. — disse e eu ri, entregando um copo com refrigerante para ele.

Voltamos para a sala e nos jogamos no sofá, comendo os lanches que ele havia comprado.

— Achei que você fosse buscar a Maria hoje. — digo após um tempo e ele me olha.

— Eu até iria, mas a Aine voltou de viagem e decidiu ela mesma ir. — deu de ombros.

— Conheci ela. — falo. — É muito bonita e, pelo jeito, bem simpática. Por que terminaram?

— Não tinha sentimento mais. — deu de ombros mais uma vez. — Então resolvemos deixar pra lá. Mantemos a amizade.

— Isso é bom... — murmuro e limpo a minha boca, o analisando. — Não afeta a Maria.

— Sim, e isso é o que importa. — sorriu e eu retribui. — Você está toda suja de tinta.

— Ah, eu tava tentando fazer alguma coisa, mas não deu certo. — digo e pressiono os lábios.

Ficamos um momento em silêncio, enquanto ele me analisava atento.

— E os seus namoros? — perguntou.

— Geralmente ninguém queria me namorar. — falo e ele faz cara de quem duvida. — Eu fui ter meu primeiro namorinho quando terminei a escola. Conheci ele em uma biblioteca e a gente começou a sair, namoramos por uns 5 meses, até ele encontrar outra mais interessante. — dou de ombros e me encosto no sofá.

— E não teve mais? — repetiu a minha ação.

— Teve o da faculdade. Nos aproximamos depois de ele quase me atropelar.

— Você namorou um cara que iria te atropelar?! — perguntou e eu ri.

— Não era a intenção dele. — digo. — Esse durou dois anos, e tava tudo bem, até eu descobrir que meu chifre estava do tamanho da Torre Eiffel. — completo e ele ri.

— Eles devem estar muito arrependidos agora. — disse e eu sorri.

— Talvez estejam. — digo e ele sorri. — Você fica bonito quando sorri.

— Então o resto do tempo eu sou feio?

— Não. — rio. — Quis dizer que você fica mais bonito quando sorri. — completo e ele ergue uma sobrancelha.

— Está flertando comigo, senhorita Anne? — perguntou e eu fiquei levemente vermelha, o fazendo rir. — Você também fica linda quando sorri. — completou.

— Obr...

— Mas fica mais linda ainda se estiver me beijando, então, com licença! — falou e segurou em minha nuca, selando nossos lábios.

Coloco a mão em seu rosto e aproximo mais meu corpo do dele, intensificando o beijo. Sua mão desceu para a minha cintura e ele apertou a mesma, me puxando para o colo dele em seguida. Me separo com selinhos e me ajeito em seu colo, colocando cada perna de um lado.

— Tá vendo? Você claramente se jogou nos meus braços. — disse e apertou minha cintura.

Sorrio e o puxo para mais um beijo, arranhando a nuca do mesmo. Philippe desceu os beijos para o meu pescoço e eu tombei a cabeça para um lado, dando mais espaço para ele.

— ANNE, VOCÊ NÃO VAI ACREDITAR! — gritou Zara, entrando com tudo na casa.

— Zaraaaa! — resmungo e escuto Philippe bufar, enfiando o rosto na curva do meu pescoço.

***
ai ai
kk

Professora ━━ Philippe Coutinho Onde histórias criam vida. Descubra agora