dezenove

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PHILIPPE

— Oi? — sussurrou Anne, me olhando enquanto eu encarava Arthur. — Eu não... sabia que estaria aqui. — murmurou e pelo canto do olho eu a vi olhar para a minha mão, onde estava o buquê, e soltar um leve suspiro.

— É, eu... — murmuro e volto o olhar para ela, me sentindo um completo idiota. — Queria fazer uma surpresa, o que foi uma péssima ideia. — falo e ela morde o lábio.

— Arthur e eu havíamos saído para jantar e...

— Ah, é mesmo? — a interrompo. — Que gentil da sua parte, Arthur. E ainda trouxe a senhorita até a porta de casa, um verdadeiro cavalheiro. — ironizo, olhando para ele novamente.

— Philippe... — sussurrou Anne, colocando a mão em meu braço.

— Não queria atrapalhar o momento especial de vocês dois. — digo e puxo meu braço, os olhando. — Tenham uma ótima noite. — completo e passo pelos mesmos, trombando em Arthur.

Passo ao lado da lixeira e jogo aquele buquê inútil na mesma, seguindo caminho até o meu carro e indo para casa.

[…]

— Ué, voltou?! — perguntou Clarice, pulando do sofá e me olhando animada. — Como foi?

— Ela aceitou? — perguntou Marcelo.

— Quando eu estiver começando a gostar de alguém, me avisem para parar. — peço e subo as escadas, os deixando confusos e indo para o meu quarto.

Fecho a porta atrás de mim e ando até a cama, me jogando na mesma e enterrando o rosto no meio dos travesseiros.

—  Com certeza não foi uma boa ideia. — resmungo e tiro a caixinha do bolso, a jogando em algum lugar do quarto.

*
ANNE

— O que eu fiz? — murmuro e sinto o olhar de Arthur sobre mim. — Meu Deus como sou idiota.

— Anne, relaxa. — escuto Arthur falar. — Você conversa com ele amanhã.

— Tenho que entrar, e você tem que ir. — digo e ele suspira, confirmando com a cabeça e se despedindo com um beijo na bochecha.

Vejo ele andar até o carro e dar partida, saindo do meu campo de visão. Olho para a lixeira e vejo o buquê lá. Caminho até o mesmo e o pego, ajeitando algumas rosas e o cheirando em seguida.

— Uma ridícula. — resmungo e sigo até a casa, entrando na mesma. — Isso que você é, Anne!

[…]

Escuto um barulho no andar de baixo e aperto os olhos, me forçando a levantar. Faço minhas higienes no banheiro e em seguida desço as escadas com passos rápidos, chegando na cozinha e vendo Zara fazendo panquecas.

— BOM DIA FLORES DO... ué, cadê o carinha? Não acordou ainda? — perguntou e eu respirei fundo, me sentando na mesa. — O que foi?

— Ele não dormiu aqui.

— Por que não? — perguntou com as sobrancelhas juntas.

— Eu fiz merda, Zara. — murmuro e vejo o olhar dela descer para a minha mão, abrindo a boca em seguida.

— Anne, eu não acredito que não aceitou o pedido de namoro dele! — falou indignada, enquanto eu a olhava.

— Pedido de namoro?

**
bom dia!

Professora ━━ Philippe Coutinho Onde histórias criam vida. Descubra agora