O suor escorria pelo rosto de Hefesto, algo que o incomodava muito. No Olimpo isso não acontecia. Afinal, ele era um senhor do fogo, treinado pela própria Héstia. Então não era o fogo que o fazia suar daquele jeito.
Era o nervosismo.
Desde o começo de suas aulas, cinco semanas atrás, sua vida se resumia a...
- Mais cinquenta espadas para a guarda da fronteira norte - resmungou Sindri entrando na forja. Ela jogou o pergaminho com a requisição em uma mesa no canto, totalizando umas trezentas armas.
- Esse não seria um trabalho para todas as forjas?
Sua mentora o olhou. Nos primeiros dias ele mal conseguia sustentar o olhar dela, mas com o passar do tempo descobriu que ela não era nem metade do que tentava passar para os outros. Na verdade ele a achava uma companhia muito agradável.
- Esse é o problema. Se reclamamos disso continuarão falando de nós. Pode até piorar.
Hefesto suspirou. A coisa estava realmente feia. Naquele momento alguns dos alunos de Eitri passaram pela bancada deles. Um deles cutucou os outros e apontou para Hefesto. Eles saíram rindo enquanto o garoto suspirava, fechando seus olhos vermelhos.
- Queria saber como minha história chegou até aqui em Nidavellir.
Sindri parou de mexer nos papéis e o olhou. O garoto já conhecia aquela cara de paisagem. Aí vinha uma tirada daquelas.
- Você não pode ser tão inocente assim.
- O que quer dizer?
Ela jogou as mãos para o alto.
- Cara, você foi derrotado em um torneio onde era um dos favoritos. Por uma mulher que para piorar era sua irmã. Depois a engravidou. Achou mesmo que coisas assim ficariam só no palácio do seu pai? Você não conhece mesmo o poder da língua do povo.
Ele olhou novamente para a lâmina de aço na qual trabalhava. Nem lembrava mais o que estava fazendo.
- Para ser sincero nunca pensei nisso. Foram tantas burrices seguidas que meu pai ficou muito bravo. Desonrei minha família com meus atos, foi imperdoável.
A expressão dura de Sindri suavizou. Suspirando ela olhou para baixo.
- Você nunca pensou que esses fatos vazaram para fora do Olimpo, então. Você é realmente inocente, príncipe.
- Imagino que sim.
Eles trabalharam em silêncio por um tempo. Hefesto moldava as espadas e Sindri fazia o acabamento. Era como correrem sem sair do lugar, pois assim que terminavam uma ainda tinha centenas de pedidos lhes esperando.
Sindri jogou uma arma no chão.
- Nunca terminaremos isso. Precisamos de mais mãos - passou as mãos trêmulas pelo rosto enquanto resmungava. - Talvez alguns aprendizes ajudassem.
- Mais mãos - murmurou Hefesto. Ele pensou por alguns momentos e olhou para a garota anã. - Posso tentar algo diferente?
A princesa deu de ombros, mas uma faísca de curiosidade apareceu em seus olhos.
- Se nos ajudar a terminar isso mais rápido, pode usar meus cabelos para moldar essas espadas.
O príncipe olimpiano respirou fundo algumas vezes. Lembrou das palavras de Mestre Arges em uma de suas aulas particulares:
"Os etherianos ligados à elementos naturais, como você pequeno Hefesto é ligado ao fogo, podem utilizar e manipular tais elementos como uma extensão de seus corpos."
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A Forja de Sangue
FantasyPara moldar um bom ferreiro é preciso suor, sangue e lágrimas. Hefesto, príncipe do Olimpo passará por tudo isso. Contando com ajuda de elfos e anões da mitologia nórdica. Hefesto sempre foi um patinho feio no Olimpo. Rejeitado como guerreiro pela f...