Capítulo 11

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- Estou surpreso criança. Estamos brincando já faz meia hora e você ainda não está morto.

O Balrog chicoteou na direção de Hefesto mas ele pulou por cima da criatura e cortou seu ombro com o martelo/machado de guerra. O monstro resmungou e o jogou para o lado com o braço.

Ele mal se equilibrou e o chicote se endireitou na mão do inimigo, se tornando um bastão. As armas colidiram novamente e os arredores voltaram a tremer. E colidirem outra vez, e outra vez. Logo as chamas de Hefesto começaram a perder a intensidade.

O filho de Zeus se afastou alguns metros e concentrou às chamas em sua arma.

- Isso pode te drenar - alertou Veren.

A única resposta foi:

- Eu sei - e olhando para o monstro ele levou o martelo para trás. - Martelo flamejante, patada do urso feroz.

Veren Laikken foi arremessado e uma pata de urso feita de fogo se moldou ao seu redor crescendo na medida que se aproximava do Balrog. Hefesto viu o monstro hesitar e bater o bastão no chão.

- Manto da mãe infernal.

Só a frase provocou um calafrio no Mestre Artesão. Ele ficou pasmo quando viu o bastão se multiplicar e tomar a forma de uma mulher que se curvava e protegia a criatura. Então o impacto se fez. E uma explosão veio em seguida.

Veren veio voando e parou na mão de Hefesto que olhava o fogo esperando. Passos foram seguidos de uma sombra que devorava o todo fogo. Logo O Balrog estava visível. Ele sorria, mas algo em seu olhar estava diferente.

- Vou te contar algo, menino. Nós Balrogs somos originais do Reikai.

Hefesto mal respirou quando arregalou os olhos para a criatura, que cuspiu lava no chão.

- Entendo sua surpresa, não se fala muito sobre nós quando éramos celestiais, os arcanjos mais poderosos do Reino Celestial. Quando nos cansamos da tirania do Conselho Celeste e dos deuses superiores, aceitamos a proposta de um membro do conselho que queria mudança. Nos rebelamos. E para conseguir mais poder, cinquenta de nós participamos de um ritual. Precisamos matar nossas mães para que elas nos protegessem eternamente, mas tinha que ser voluntário. E elas se ofereceram por nós.

O impacto daquilo fez os joelhos de Hefesto tremerem. Seu estômago embrulhou. Ele segurou sua arma com força para que o monstro não percebesse que seus dedos vacilavam.

- Hoje nós somos Balrogs graças a elas, e não meros demônios no Makai. Habitamos a alta hierarquia, os Montes de Aaron. E vamos conquistar esse mundo para que o sacrifício delas jamais seja em vão. Diga-me, como você imagina deter um poder criado pelo amor?

Nesse momento Hefesto parou de tremer. Olhou para o monstro e o entendeu. 

- Acho que entendi, pelo menos em parte. Mas vou te dizer porque vou vencê-lo. Você não luta por amor, luta por vingança. Quer destruir tudo para que a morte de sua mãe não seja o desperdício que foi, porque vocês perderam, senão não estariam no Makai, no mundo inferior.

O Balrog rosnou e apertou mais forte o chicote.

- E o motivo pelo qual vou vencer é simples. Eu luto para proteger aqueles que eu amo. E principalmente aquela que eu amo.

E sem mais palavras Hefesto partiu para o ataque. O Balrog rugiu e investiu na direção do oponente. O suor mal escorria pelo rosto do Mestre Artesão e logo evaporava. Seus olhos ardiam em chamas roxas enquanto gritos saiam de sua garganta. Seu braço girava Veren Leikkaus rebatendo o chicote do Balrog, que ria a cada vez que às armas se chocavam.

A Forja de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora