Capítulo 12

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- Eles são os melhores entre os curandeiros anões. Se alguém pode salvar a princesa, são eles.

Hefesto olhou Aquariel parado ao seu lado. Assim como ele, o elfo não saiu da frente do quarto de Sindri. Estavam sujos, fedendo e exaustos. E Hera fez questão de apontar isso assim que chegou. A Rainha olimpiana franziu o nariz para os dois. Apontou para as vestes do filho 

- Hefesto, isso é maneira de andar em um palácio? Francamente, o que vão pensar do Olimpo? Você é o embaixador de nosso reino aqui e...

- Hera, cale a boca.

Aquariel  mordeu os lábios. A mãe de Hefesto piscou algumas vezes. Depois estreitou os olhos e falou bem baixo.

- O que disse?

Hefesto passou as mãos no rosto e se sentou no chão, com as costas na parede. O olhar que dirigiu para a mãe a fez recuar um passo.

- Disse para calar sua maldita boca. Pelos raios de Zeus, mulher. Você é irritante quase ao ponto de ser insuportável. Minha noiva está lá dentro entre a vida e a morte e você me fala sobre roupas? Sobre como me portar em um palácio? Vá para o Makai, e leve suas boas maneiras com você.

Raios faiscaram nos olhos da rainha olimpiana. Ela fechou seu leque e o ar foi invadido por um cheiro de ozônio.

- Você acabou de me mandar para o reino demoníaco? Se esqueceu com quem está falando, moleque?

Hefesto torceu o canto da boca.

- Como esquecer, se você insiste em me lembrar?

Hera bateu o pé no chão.

- Sou sua mãe e exijo respeito.

Aquariel engasgou.

- Mãe do ano.

Os olhos faiscantes de Hera se voltaram para o elfo.

- Tem algo a dizer, elfo?

Aquariel a olhou sem nenhuma expressão no rosto.

- Para a mulher que quase declarou guerra contra elfos e anões porque não pensa para falar? Não, nada a dizer. Obrigado.

A Rainha deu um passo na direção de Aquariel, que pela primeira vez não se encolheu. Hefesto riria se não fosse a voz que rosnou atrás da rainha.

- Mulher, que raios pensa que está fazendo?

O brilho dos olhos de Hera se apagou. Zeus chegava com Oberon e Odin. 

- Eu... eu estava apenas...

O rei dos elfos olhou da olimpiana para seu filho.

- Majestade, você estava ameaçando meu filho? 

Hefesto quase teve dó de sua mãe ao ver a cor de seu rosto sumir.

- Não, jamais faria isso rei Oberon. Estava apenas...

- Estava apenas sendo a chata de sempre - emendou o ferreiro olimpiano, antes que sua mãe causasse uma guerra entre os reinos do Continente Ômega. - Perdoe minha mãe, meu senhor. Está ficando confusa com a idade.

O peito da rainha inflou enquanto Odin e Oberon riram. Zeus passou a mão no rosto e olhou para o filho. Hefesto esperava ver acusação, mas viu alívio e agradecimento no olhar do pai.

"Quem diria que o caminho para agradar meu pai seria ridicularizar minha mãe. Se soubesse disso quando era importante, teria começado mais cedo."

Nesse momento a porta do quarto de Sindri se abriu. Ivaldir saiu e olhou diretamente para Hefesto. Os olhos inchados do anão apertaram o coração do rapaz, temendo as palavras que ouviria a seguir. A voz do rei estava rouca.

A Forja de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora