Capítulo 5

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O príncipe Ivaldir analisou a espada. O cabo de marfim de mamute trabalhado com ouro e a lâmina de liga de dragão tornam a arma uma das mais belas obras vistas por Hefesto. As runas vermelhas e douradas na lâmina foram trabalho de Sindri. Embora ela venha me ensinando o olimpiano, ele sabia que não chegava perto de sua habilidade.

Eitri e Brook estão quietos observando. Apesar de constatarem a liga de dragão assim que viram a espada, não teceram nenhum comentário.

Depois de quinze minutos analisando a espada, Ivaldir olha para Sindri e Hefesto.

- É um trabalho formidável, tenho que admitir. Mas eu esperava mais da neta do rei dos anões e do vencedor do Torneio de Fotia. Pelo menos, mais do que apenas uma espada que desperdiçou um material tão raro como liga de dragão.

Hefesto viu os irmãos de Sindri sorrirem e seus olhos brilharem. Antes que possam falar algo que magoe Sindri, ele se aproxima do príncipe Ivaldir e lhe entrega uma adaga.

- Por favor, alteza. Se puder deixar uma gota de seu sangue cair no lugar reservado para a gema da espada, talvez reconsidere sua observação.

Um brilho de curiosidade e animação surgiu nos olhos do pai de Sindri. Ele fura seu dedo e despeja o sangue na empunhadura. Seu sangue brilha e se transforma em uma gema azul com desenhos brancos. O príncipe olimpiano precisa se controlar para não sorrir quando os olhos de Ivaldir se arregalam quando ele olha novamente para a espada. Pelo canto dos olhos Hefesto vê os irmãos de sua namorada se inclinar para frente, curiosos.

Ivaldir brande a espada devagar, e uma coluna de ar a acompanha, derrubando folhas e ferramentas pela forja. Os três príncipes anões olham Hefesto com a boca aberta.

- É uma espada elementar?

Hefesto balança a cabeça, mas é Sindri quem responde.

- Não pai, é uma espada que responde ao poder do usuário. Você é um usuário da magia do ar, então a espada responderá ao seu tipo de poder. Se meu sangue fosse utilizado o poder da espada seria do elemento terra, e assim por diante.

- Tenho que dizer que estou impressionado – falou Ivaldir.

Brook, porém, bufa e se aproxima com o peito estufado, seguido pelo irmão.

- Grande coisa. É apenas uma cópia do projeto que ele apresentou no Torneio de Fotia.

Sindri respira fundo para retrucar, porém Hefesto a impede colocando a mão em seu ombro. Ele sorri para a garota e pisca, antes de se voltar para o irmão dela.

- Sim alteza, você está certo. Fiz uma espada que responde ao poder do usuário no Torneio de Fotia, mas não utilizei liga de dragão, apenas aço. E lembre-se que a liga de dragão foi criada por Sindri e por mim utilizando uma técnica que apenas poucos olimpianos conhecem. Em Nidavellir, Sindri é a única que sabe utilizar magia de sangue e criar liga de dragão.

As bocas aberta de Eitri e Brook foi toda a recompensa que Hefesto queria, mas eles não tinham terminado. Sindri se adiantou.

- Por favor pai, segure a espada com as duas mãos e repita as palavras: "óti ta krymména apokalýptontai, kai aftó pou eínai éna gínetai dýo, kai i dýnami pollaplasiázetai".

Ivaldir precisou ouvir mais três vezes as palavras, e mesmo assim demorou um bom tempo antes de repeti-las corretamente. Quando fez isso, Hefesto não segurou o sorriso de alegria ao ver a espada se transformar em duas. Agora o príncipe nidavelliano segurava duas lâminas de liga de dragão.

- Nós chamamos essa espada de Presas de Yin Yang – disse Hefesto. – A espada com a lâmina com runas douradas é Yin, usada para o ataque. Por favor, príncipe Ivaldir, faça o teste.

A Forja de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora