Série Almas No Infinito: Mostre-me Um Caminho

Floresta dos Doces Escuros

    Minha vontade era de sair correndo do local, que lugar sombrio e estranho, junto com a adaga de Paolo corto quatro bananas podres de uma só vez, vejo Heitor cortar maças do amor estragadas enquanto eu protegia Stefano, que sem Fernando, ficava desarmado! O cheiro de podridão era enorme, o local tinha cheiro de doces estragados, cigarro e bebidas alcóolicas muito fortes, além daqueles doces olharem para nós e quererem nos devorar! Percebi de imediato que aquele lugar não era pra mim quando me deparei com a porta que nos trouxe para cá, uma porta feita de maria-mole estragada, sem placa e sem aviso algum, e enquanto caíamos só ouvia gritos e cheiros estranhos, aquilo era um local escuro mesmo! Passo na frente de um cabaré, onde havia prostituição de crianças, homens bem mais velhos pareciam babar com crianças de roupas curtas e se oferecendo para eles, aquilo embrulha meu estômago!

- Temos que sair daqui, não quero nem ver o que acontece com essas crianças... – digo.

- Realmente é muito triste... – comenta Stefano.

- Mas onde acharemos esse cara que sequestrou Fernando? – ainda estava na dúvida quanto aquilo.

- Quem foi o rapaz, Stefano? Você até agora não me disse... – diz Heitor, mesmo vendo tudo que víamos, crianças ingerindo bebidas alcoólicas, fumando, se drogando, prostituindo-se, ele estava calmo, sereno, nem parecia que matou maçãs do amor estragadas há poucos minutos, sua guarda estava sempre alta!

- O... Lucas do Cabaré... – Stefano fala vacilando nas palavras.

- Até aquele miserável está metido nisso?! – Heitor parece revoltado.

- Sim...

- Então será mais fácil achá-lo do que pensamos! – ele completa virando uma esquina, nos deparamos com mais um cabaré, mas este era feito com portas de vidros escuras, com luzes vermelhas de pisca-pisca. Tinha dois seguranças corpulentos... Não seria tão fácil passar!

- Deixe isto com Heitor! – Stefano me puxa para trás de uma casa, enquanto Heitor anda tranquilamente até os seguranças, que começam a gritar com ele. Quando percebo, Heitor se esquiva de um soco, pega o braço de um dos seguranças e o joga em cima do outro. Ele pega o tridente e perfura os dois de uma vez, que viram pó instantaneamente. Stefano então puxa-me para ir de encontro a Heitor, por onde passamos pela porta. Sinto todos nos encararem, mas Heitor age como se ninguém estivesse olhando para nós. Lá dentro, mais cenas como aquela, uma garota que aparentava seus quatorze anos beijava um homem de quase trinta, outras dançavam num pole dance com roupas muito curtas e de sutiã rendado, uma garota veio se oferecer para Heitor, que passou sem dar confiança para ela. Uma outra puxou Stefano para uma mesa, mas ele também recusou. Vendo aquilo, fico com nojo desse tal de Lucas! Quando passo por uma mesa, um garoto fumando maconha me puxa, deveria ter seus treze anos, bebendo vodka como se fosse água, o cheiro de bebida me enoja!

- Quer algo que eu possa dar? – ele pergunta.

- Ela não quer nada! – Stefano me puxa do garoto, sua voz era mais séria, e devo admitir, ele ficava mais lindo com aquela voz... Vejo mulheres mais velhas no local, passando a mão em garotos que deveriam ter seus dezessete anos e estavam vestidos de gogo boy. Saio andando de mãos dadas com ele, para que ninguém nos puxasse, porém perco Heitor da minha visão!

- Cadê Heitor? – pergunto baixinho para Stefano.

- Procurando informações... – ele fala também baixinho. Logo vejo-o, ao lado de uma mulher que deveria ter o dobro de sua idade, ele alisava seu rosto e beijou sua canguta, que nojo! A mulher fala algo no ouvido dele, ele então parece agradecer e sai andando... Vindo em nossa direção, ele fica olhando ao redor, como se temesse algo que eu não saberia dizer!