7. Encontro na Capital Paulista.

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— A gente precisa ir — Gael falou em meu ouvido algumas horas depois de termos nos separado.

Peguei o celular para ver o horário e então concordei, já eram quase 5h e logo Gertrudes iria acordar para preparar o café da manhã de sábado.

Cami e Tati já estavam esperando o motorista para ir embora, já que muita gente já havia saído para outras festas ou ido para alguma balada ou bar na Avenida Paulista.

Estava sentindo um pouco de frio, já que não havia levado jaqueta ou coisa do tipo. Precisava me policiar mais com as intervenções que Gael estava fazendo na minha vida, para evitar coisas realmente drásticas.

— Vamos, boneca — ele jogou sua jaqueta de couro pelos meus ombros e segurou minha mão. — Vou chamar um uber para você e vê se não faz muito barulho quando chegar em casa.

— Aonde você vai? — perguntei curiosa, passando os braços em frente ao meu corpo.

— Tenho que resolver algumas coisas — ele respondeu olhando para o celular e depois levantando os olhos para mim.

— Foi aquela ligação que você recebeu?

— É, sobre, um amigo meu — ele lambeu os lábios um pouco nervoso.

Estranho, um amigo... Será que ele ia encontrar algum "amigo"? Talvez... O GABRIEL! Será que ele estava indo encontrar o Gabriel e não queria falar porque ele não tinha superado o garoto?

— Gael, você é bissexual? — joguei na lata e ele estreitou os olhos, me olhando curioso.

— Sem filtros, por isso gosto de você — ele comentou sorrindo, depois deu de ombros. — Sim, por quê? — respondeu com tranquilidade.

Ok, aquilo era realmente uma novidade. Suspeitar da sua sexualidade era algo normal, mas ouvir dele que também ficava com homens, era algo realmente... Realmente.

— Ah, não! Não estou indo encontrar algum cara, se bem que independente do contexto... — ele riu, voltando os olhos para o celular e depois olhou para o final da rua de onde vinha um carro. — Seu uber está chegando.

Então ele estava indo encontrar uma garota e só não quis deixar aquilo explícito. Antes que entrasse no carro, tirei sua jaqueta e estendi para ele com meio sorriso no rosto. Até que morar na mesma casa que ele e tentar manter uma amizade, não parecia de todo ruim.

— Acho que você irá precisar mais do que eu, afinal, estou indo para minha cama quentinha — não respondeu nada mas pegou a jaqueta também sorrindo.

Quando cheguei em frente à minha casa, entrei pelo quintal do vizinho, da mesma forma que eu havia saído. Como era um condomínio fechado de casas, nenhuma casa tinha portão ou muro, porém minha casa tinha câmeras na parte da frente e a última coisa que eu queria era meus pais vendo minha fuga e retorno logo pela manhã.

Subi as escadas do meu quarto com a mesma dificuldade em que desci e então tirei os saltos e o vestido para finalmente relaxar. A boneca inflável estava intacta aonde havíamos colocado e o sol já invadia o meu quarto àquela hora da manhã.

Não tomei banho, nem se quer coloquei pijama. Apenas entrei embaixo da coberta e relaxei até o sono chegar.

💖

Naquela mesma noite, mami e papi voltaram para casa e nos liberaram do castigo. Se eles soubessem da fugida que demos para uma festa, talvez teriam deixado durante mais duas semanas e sem televisão.

Não tenho certeza a hora exata que o Gael chegou em casa, mas quando acordei por volta das 15h, ele já estava lá e conversava animado com Gertrudes, comendo uma macarronada preparada por ela. Seus cabelos estavam molhados e seus olhos pareciam mais suavizados.

Declínios de Uma Adolescente Rica [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora