14. Papparazzi.

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Dormir aquela noite foi a coisa mais fácil que eu já tive que fazer na vida. O braço quente de Gael segurava minha cintura como se fosse a coisa mais importante que fizesse. Sua respiração estava em meu pescoço, ainda pesada porque dormia confortável.

Aquela foi a primeira vez que tinha me entregado para alguém e por mais que eu achasse que seria estranho, foi uma sensação maravilhosa. O cuidado, o carinho que Gael tinha pareceu coisa de outro mundo, nunca imaginei que ele pudesse ser tão... prestativo. E aquela manhã eu estava me sentindo uma princesa, que teve a oportunidade de finalmente se deleitar com seu príncipe.

Quis me deliciar ainda em seus braços e poder dormir novamente, mas ouvi a maçaneta da porta girar e ser aberta rapidamente. Puxei o cobertor até a cabeça, fazendo Gael acordar com o movimento rápido e ficar sentado na cama.

— Você não toma vergonha na cara mesmo, hein!? — ouvi a voz de papi através do cobertor. Eu não podia emitir nenhum som. — Trazendo as vagabundas que você fica para dentro de uma casa de família na qual não é sua!?

— Ângelo, acho que isso não diz respeito a você — Gael respondeu simples. — Não era esse o tipo de homem que você sempre quis que eu fosse?

Conversa estranha, mas compreensível. Papi deve ter sido aquele tipo de tio chato que enche o saco dos sobrinhos, mas agora ele era diferente, porque comigo ele era o melhor pai do mundo!

— Mande a ir embora de uma vez, não quero esse tipo de comportamento dentro dessa casa! — quase gritou antes de bater a porta.

Gael respirou fundo e deitou-se novamente na cama. Ouvi uma música começar a tocar, acredito que veio do seu celular. Continuei da mesma forma que estava, até sentir sua mão subir pela minha bunda nua e fazer um carinho delicioso. Tirei o cobertor de cima de mim e pude vê-lo sorridente, ainda sem camisa, apenas de cueca branca para minha felicidade plena.

Seus dedos estavam quentes e agora subiam pelas minhas costas, fazendo meu corpo arrepiar quase por completo. Seus olhos intensos acompanhavam minhas feições e quando eu sorri, eles pareceram dilatar.

— Não era esse tipo de bom dia que eu queria te dar — disse simples, enquanto voz e violão saiam simples do celular. Logo reconheci ser uma música do John Mayer.

Estávamos em um momento muito íntimo e eu me sentia extremamente exposta não por estar nua, mas sim pela situação de conexão que estávamos tendo. Não sei se isso era certo, ele era meu primo e aqui estávamos.

Bom, ficar com primo não me parece errado. Ainda mais quando o tal se trata de Gael, pelado e respirando fundo, gemendo em meu ouvido, enquanto ele se enterra em mim mais uma vez e outra, e outra.

Abri os olhos depois de relembrar de tudo que tinha acontecido na noite anterior. Ele apenas sorriu e levantou-se para ir ao banheiro dando uma visão do seu bumbum arrebitado e branco todo marcado com o lençol da cama.

Olhei no relógio e constatei que estava quase no horário de ir para escola. Abri a porta para ver se papi ainda estava ali pelo corredor, mas nem havia sinal dele. Corri para meu quarto, tomando um banho curto e quente, ainda sentindo as sensações que Gael havia causado em meu corpo.

Assim que consegui me arrumar, desci as escadas para tomar café da manhã, onde encontrei apenas mami. Ela estava com um dos celulares em mãos, parecia que escrevia nervosamente alguma coisa.

Gael desceu as escadas correndo logo atrás de mim. Suas mãos tocaram meus ombros e um sorriso sedutor passou pelos seus lábios antes de finalmente nos sentarmos.

— Bom dia! — falei para mami, que largou o celular de lado e sorriu.

— Bom dia, meu bem! — disse, sorrindo. — Bom dia, querido. Como você está?

Declínios de Uma Adolescente Rica [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora