the lonely cupid

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shinsou!imagine
school;soft

s/n > seu nome
s/s > seu sobrenome
s/a > seu apelido
c/c > cor do cabelo
individualidade da s/n > pode controlar, sentir, ler e saber os sentimentos de ódio e amor das pessoas.
s/n é da 2A

s/s s/n. Shinsou não sabia como explicá-la. Ela parecia perfeita, juntando suas qualidades e defeitos. Mesmo ainda sendo uma aluna, era conhecida no mundo profissional e era popular na U.A. Cupid, seu nome de heroína e apelido, era famosa por juntar casais e resolver brigas.

O garoto de cabelos roxos se sentia intrigado pela menina. Apesar de ajudar todos com seus problemas sociais, era sozinha. Apesar de só conviver com amizades tóxicas e falsas, sorria.

Em uma pausa, o garoto alto com olheiras marcadas se aproximou da menina, que estava sentada sozinha encostada em uma das árvores do pátio.

s/n sentia a grama fofa e refrescante, as folhas de outono caindo a sua volta e a brisa matinal balançando seus cabelos c/c. A menina lia cuidadosamente um livro de romance, folheava as páginas com cuidado e ansiedade, o desejo de saber o segredo que os próximos parágrafos  guardavam era enorme. Comia morangos distraidamente para saciar sua fome, uma cena eterna e linda para Shinsou.

Ele se abaixou lentamente, olhando nos olhos brilhantes de curiosidade da outra, e pegou o morango que ela iria comer. A fruta suculenta, que deixara os dedos delicados de s/n avermelhados, agora estava na posse do arroxeado, que saboreava aquela frutinha com deleite.

A cupido interrompeu sua leitura incomodada, o casal da história estava tendo o mais bonito dos encontros: embaixo de um ipê amarelo na primavera dividindo histórias e frutas. Levantou seu olhar raivosamente, porém sua feição mudou completamente ao ver quem estava na sua frente. Suas bochechas enrubesceram e sentiu-se sem palavras. Nunca quis admitir, mas sempre teve uma paixão platônica pelo mais novo. Segurou firme no livro e usou-o para cobrir seu rosto vermelho como morangos. Não queria que ele a visse envergonhada.

— s/s-san, cuidado para não manchar seu livro. - apontou para a mão da outra.

Imediatamente ela largou o objeto de tanta afeição no colo, limpando a mão na grama. Sentiu algumas folhas secas entrando em contato com sua pele. Shinsou riu bem humorado da atitude inesperada da garota, fazendo-a corar mais.

s/n tentou reconstruir sua postura. Pegou um morango e deu uma grande mordida deixando somente a parte que não comeria. Jogou no pote onde estavam as frutas anteriormente e olhou para o menino sentado a sua frente.

— Por que está aqui, Shinsou-kun? - perguntou meio receosa, fechando o livro e o apoiando ao seu lado delicadamente. A utilização de tal pronome, pois já haviam conversado antes.

Um vento mudo passou, sacudindo as folhas das árvores alaranjadas e levantando o cabelo c/c da menina. Ela tentou lutar contra as mechas rebeldes que voavam, porém era inútil.

— Eu te vi sozinha e me senti na obrigação de te fazer companhia. - falou dando de ombros. Virou um pouco o rosto para ela não perceber que estava corado.

— Por ética, interesse ou vontade? - Ela foi ao ponto, desinteressada. Seu tom carregava muita tristeza e mágoa, parecia arrependida de algumas escolhas de sua vida.

Ela encostou a cabeça no tronco espesso e marrom escuro da árvore com pesar, fechou os olhos e suspirou profundamente. A última coisa que queria era alguém pedindo conselhos amorosos e pedidos de desenrolamentos. Principalmente algum desses vindo do Shinsou.

— Sendo cem por cento honesto - o coração da outra apertou, podia sentir a angústia tomando conta de si - Sempre quis voltar falar com você, s/s-san. Desde que conversamos um pouco na biblioteca. - coçou a nuca meio envergonhado.

— S-sempre...? - a menina sentiu novamente as bochechas corarem violentamente, o ar a sua volta estava mais quente. Abaixou de leve a cabeça, tentando processar o que estava ocorrendo.

Shinsou se apaixonou por aquela cena, sabia que a teria guardada para sempre em suas memórias. Queria falar tudo o que sentia para a menina, mas tinha medo que ela zombasse do mesmo. Afinal, o que uma estudante mais velha iria querer com um mais novo?

Mesmo assim estava decidido a tentar, não poderia perder essa chance perfeita nesse cenário maravilhoso. Respirou fundo e juntou toda a sua coragem.

— Posso te fazer um pedido, s/s-san? - o mais alto indagou, fazendo a menina sair de seu transe. Ela ansiava para saber o que ele queria.

— Pode sim... - respondeu relutante, olhando no fundo dos olhos roxos do menino. Uma imensidão hipnotizante era encontrada no fundo de suas orbes, o escuro da íris se misturando com o negro de suas pupilas.

— Eu quero que você leia os meus sentimentos. - respondeu simplório encarando a outra. - Relacionados a você.

Aquele foi o pedido mais incomum que já fizeram para a mesma. Não sabia o que Shinsou queria provar com aquele experimento estúpido, mas resolveu cumprir o pedido sem pestanejar.

Sua íris se tornava gradativamente cinza, um sinal de que estava lendo os sentimentos de ódio do mais novo. Corou levemente ao perceber que o índice de sentimentos negativos dele por ela eram mínimos, ou talvez nulos.

Ela parecia surpresa e assustada ao mesmo tempo. O menino a tirou de seu transe tocando de leve no seu ombro e os olhos voltaram para a coloração original. Ele deu um leve sorriso a reconfortando e indicou que deveria prosseguir.

Os olhos rapidamente tomaram uma coloração rosa. A curiosidade a matava, sempre quis saber os sentimentos de Shinsou por ela, mas sabia que era imoral ler alguém sem sua permissão.

Ela corou violentamente quando percebeu o que ele sentia. Ele a amava, tanto quanto ela o amava. Ele queria sentir o seu beijo tanto quanto ela queria sente o beijo dele.

— Shin... Shinsou-kun? - ela estava perplexa, sem palavras.

Não conseguia raciocinar direito a situação que estava, mas sabia que estava a adorando. Sentiu uma sensação gostosa de felicidade percorrer pelo seu corpo.

— Eu gosto de você, gosto muito. - falou meio baixo - E eu queria saber se poderíamos, sei lá... - o mesmo se embolava com as palavras. O medo da rejeição o dominava por completo - tentar fazer isso - apontou para ele e depois para ela - dar certo.

O sorriso no rosto de s/n era gigante e seus olhos marejados carregavam lágrimas cristalinas. A sua alegria era imensa.

Pegou impulso e abraçou o garoto a sua frente, envolvendo seus braços em volta de seu pescoço. O outro apoiou sua cabeça no ombro dela e abraçou sua cintura. Estava ainda um pouco confuso, mas nunca recusaria um abraço dela.

— Claro que sim, Shin-kun! - falou alegre, com a voz abafada por estar com a cabeça na curvatura do ombro do maior.

Para os dois aquele momento poderia ser para sempre. Um lugar fora da linha do tempo, onde poderiam continuar assim até não quererem mais, o que era impossível.

Finalmente a cupido solitária não se sentia mais tão deslocada e perdida no mundo. A cupido solitária agora tinha alguém para chamar de seu.

~

Gente, mil desculpas por não postar isso antes! 
Eu acabei ficando só de preguiça nas férias e agora já vão começar as provas, então eu posso ficar meio off ;-;
Eu queria perguntar se vocês preferem que eu continue com s/n ou invente um nome e aparência para cada imagine. Se fosse na segunda, aí vocês podia fazer pedidos de imagine e de personagem, assim eu poderia colocar vocês nas histórias!
Esse capítulo foi um pedido da Bealiz23, espero que tenham gostado💕
Bye~

bnha stuffOnde histórias criam vida. Descubra agora