– Eu vou perguntar só mais uma vez. O que está acontecendo aqui? – A voz dele me dava arrepios de medo. Dean olhava apavoradamente pra mim. Era como se tudo estivesse em câmera lenta.
Aquele clima me dava vontade de chorar e sair correndo. Era algo desesperador. Eu sentia como se a qualquer momento o mundo fosse acabar.
– Quem é ele, Dean? – Ele disse apontando para mim enquanto dava alguns passos para dentro de casa. Os passos eram incertos e firmes, mostrando que, provavelmente, ele estava bêbado.
Dean me encarou mais uma vez, rapidamente, como se de alguma forma pedisse ajuda. Mas eu não podia fazer nada para ajudá-lo. Ele se levantou de forma rápida, mostrando uma postura quase militar. Eu me mantinha sentado, porém ainda prestando toda minha atenção na cena que se seguia.
– Ele é meu amigo, pai. – O Winchester respondeu com a voz firme.
– Não, não, não. – Ele disse com um sorriso debochado no rosto e largando uma maleta no chão. – Você não tem amigos, Dean. Você é um viado, não é? Eu sempre soube. E ele também, outro viado de merda. Eu sabia que você estava me escondendo algo.
– Pai, eu respeito o senhor, mas não vou permitir que ofenda ele dessa forma. – Eu nunca tinha visto Dean daquela forma.
– Você não manda em nada nessa bosta. –Ele disse vindo na minha direção. – Não quero viado na minha casa.
Rapidamente Dean entrou na minha frente.
– Quer saber o que ele é, pai? – Ele disse, pronunciando a palavra pai de forma enojada. Sua mão foi em direção a minha, me fazendo hesitar por um instante, mas logo entrelaçando nossos dedos. – Ele é meu namorado.
Até o momento eu e Dean ainda não havíamos discutido nossa relação, o que fez com que eu também me assustasse de certa forma. Mas não hesitei mais. Dean era a pessoa que eu mais amava e iríamos até o fim juntos.
– Eu sabia! Eu sabia. É claro que ele é seu namorado. Só de pensar nisso me dá vontade de vomitar. – O velho disse sorrindo sarcástico. – Eu vou dizer uma vez e espero que me obedeça, seu viado: saí da minha casa.
– Pai... – Dean disse. Seus olhos brilhavam lacrimejantes, mas ele ainda mantinha toda a postura.
– Eu disse que ia dizer uma vez, merda! Vai embora. E não precisa voltar. Se quiser leva o encosto do seu irmão junto. Também não quero ele por aqui. Vocês são o motivo da sua mãe ter morrido, sabiam? Se não fossem por vocês dois ela estava viva! – Ele praticamente cuspiu tudo em cima de nós 3. Encarei rapidamente Sam, que tinha lágrimas pelo rosto todo. Me afastei de Dean de forma rápida pra segurar a mão de Sam e trazer ele junto a nós. – Que lindos, parece uma bela família de merdas. Eu vou tomar um banho e de quebra vomitar com essa cena. Não quero nenhum de vocês aqui, a não ser que queiram apanhar.
Dean estava quase estourando, mas segurou tudo. O homem subiu as escadas, deixando nós três sozinhos.
– Dean, arruma as coisas suas e do Sam, eu converso com ele. – Disse sorrindo levemente. Ele acenou positivamente a cabeça e correu para o quarto.
Olhei novamente para o garoto que tentava segurar os soluços de choro. Me ajoelhei para chegar a sua altura.
– Sam, não fica assim, certo? Vai ficar tudo bem... O Dean vai estar aqui, eu vou estar aqui. Nada vai acontecer. – Disse limpando alguma de suas lágrimas. Ele não disse nada, apenas me abraçou.
– Ela morreu por minha culpa, Castiel. Se eu não tivesse chamado por ela eu teria morrido sozinho naquela cozinha. Ela me salvou. Ela me salvou... – Ele dizia chorando em meu ombro.
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- 𝘤𝘢𝘳𝘵𝘢𝘴 𝘦 𝘧𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴! 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐞𝐥.
FanfictionEra só mais uma manhã normal na vida de Castiel. Aulas chatas, adolescentes falando, o time de rugby treinando, corredores cheios e tudo o que já fazia parte permanentemente de sua rotina. Mas ao abrir o seu armário e encontrar uma carta sem remeten...