Primeira Tarde de Estudos;

210 22 3
                                    

– E como tivemos o feriado no dia 15, não foi possível fazer a aplicação da atividade, por isso, para que essa nota possa ser reposta, eu preciso que vocês façam um trabalho em duplas para a próxima aula. – Finalizou o professor de geografia, logo em seguida o sinal tocou, e barulho de estojos e mochilas foram ouvidos. – Vocês podem escolher os temas de acordo com o que foi dado esse bimestre. As duplas também ficam a escolha de vocês. Uma boa tarde a todos.

Terminei de guardar meu material, logo me levantando a caminho da porta da sala.

– Cas! – Ouvi uma voz atrás de mim e senti uma mão no meu ombro. – O que você acha de fazermos o trabalho juntos?

Me virei para encarar o menino de cabelos loiros e olhos verdes que me olhava atentamente esperando a resposta.

– Por que não? – Respondi para ele, que sorriu abertamente antes de me abraçar. Passamos alguns segundos abraçados antes de eu perceber que ainda estávamos na escola, então me afastei um pouco de.

– Desculpas... Às vezes eu esqueço que estamos aqui. É que eu sinto tanto sua falta. – Ele disse coçando o pescoço.

– Dean, nós nos vemos durante todos os intervalos de aulas. – Eu respondo rindo levemente.

– Mas é muito tempo! Eu sinto sua falta. – Ele diz fazendo um bico.

– Você é dramático, são quarenta e cinco minutos. E você senta a 5 carteiras de mim. – Eu digo revirando os olhos.

– Mas cinco segundos longe de você é como uma eternidade! E aquele menino fica na minha frente e eu não consigo ver você. – Ele exclama. – Vai me dizer que você não sente nem um pouquinho minha falta.

Ele me olha com olhos de cachorro abandonado e eu não consigo negar.

– Eu também sinto sua falta. – Digo, recebendo um largo sorriso dele. – Agora vamos pra minha casa? A próxima aula dele é depois de amanhã e eu não quero que o trabalho fiquei ruim.

Passamos nos armários para pegar as coisas e vamos em direção a minha casa, durante todo o caminho conversamos sobre coisas aleatórias e sem sentido.

Finalmente chegamos na minha casa. Meu pai cumprimentou o Dean, ele gostava muito do garoto, e logo subimos para o quarto.

– Então, sobre o que vamos fazer esse trabalho? – Ele pergunta animadamente.

– Pensei em fazermos sobre a Antártida... Ela tem tantas espécies únicas e um ambiente maravilhoso e inexplorado. – Respondi.

– Realmente... Perfeito! Vamos fazer sobre a Antártida! – Ele disse abrindo sua mochila e tirando suas apostilas de dentro. – Mas você vai ter que me explicar um pouco sobre ela antes...

– Por quê? – Questionei confuso.

– Porque eu meio que não prestei atenção nessas aulas... – Ele disse coçando seu queixo.

– O que você estava fazendo pra não prestar atenção? – Perguntei para o rapaz a minha frente.

– Eu estava escrevendo aquelas cartas pra você. Eu não tenho muito tempo nem privacidade pra fazer isso em casa. Eu divido o quarto com meu irmão. Ele contaria pro meu pai... E meu pai não é muito amigável. Ele provavelmente me daria uma surra se descobrisse que escrevi cartas para um menino. – Ele desabafou, me deixando em choque.

– Eu não deixaria ele fazer isso. – Eu disse dando um passo a frente.

– Por isso ainda não contei para ele... Mas eu prometo um dia contar. – Ele disse com um sorriso meio forçado.

Sorri de volta, logo sentando na cadeira do computador e ele se sentou em minha cama. Virei ficando frente a frente com ele.

– Então, a Antártida foi o último continente a ser descoberto. Ela é o continente mais inexplorado e mais intocado pelos seres humanos, tudo isso devido as suas temperaturas extremamente baixas... – Comecei a minha explicação. Durante cerca de 5 minutos eu expliquei a Dean tudo o que eu sabia sobre o continente e ele me olhava fixamente.

De repente ele se levantou e rapidamente e me beijou. Apenas um selinho. Mas foi o suficiente pra me deixar corado e confuso.

– Você fica muito lindo explicando a matéria, eu não consegui resistir. – Ele disse com um sorriso sapeca no rosto. Revirei os olhos pra ele.

– Então não vou poder continuar explicando a matéria se você for me beijar toda hora. – Disse para ele.

– Eu prometo que eu vou me controlar, mas com uma condição... – Ele disse tombando a cabeça para o lado.

– Qual condição? – Perguntei encarando-o.

– Um último beijo. – Ele disse fazendo bico e esticando o corpo pra frente.

Dei um sorriso revirando levemente os olhos e indo em sua direção, deixando um leve beijo em seus lábios. Ele sorriu com o beijo me olhando fixamente com os olhos verdes.

– Pode continuar agora. – Ele disse enquanto me encarava fixamente e sorria.

Continuei explicando a matéria, mas agora era eu quem estava desconcentrado com aqueles olhos e o cabelo bagunçado dele. Mas mesmo assim controlei todos os meus instintos para continuar explicando a matéria.

Depois de outros longos 30 minutos eu terminei de explicar toda a matéria para Dean.

– Acho que entendi... – Ele disse se levantando. – Obrigado, Cassie... O que eu faria sem você?

Ele disse e me abraçou.

– Nada, bebê. Eu sou maravilhoso. – Eu disse me avisando. – Tá ficando tarde e você não avisou seu pai.

– É... Melhor eu ir. – Ele diz guardando seus livros e pegando a mochila. – Obrigado de novo, Cassie.

Ele sorri pra mim e eu vou em direção dele. Coloco minhas mãos em seu rosto e dou um pequeno selinho em seus lábios.

– Vou sentir sua falta. – Ele diz.

– Amanhã a gente se vê bem cedo. – Eu respondo.

– Eu sei. – Ele diz me abraçando. – Eu queria poder ficar com você o tempo todo.

– Eu também... – Respondo encarando ele.

– Agora eu preciso ir. – Ele afaga meus cabelos e dá um beijo na minha testa, logo indo em direção a porta. – Tchau, Cassie.

– Tchau, Dean. – Respondo dando um pequeno aceno com a mão. Me deito na cama logo em seguida.

Como é possível amar tanto alguém?

- 𝘤𝘢𝘳𝘵𝘢𝘴 𝘦 𝘧𝘭𝘰𝘳𝘦𝘴! 𝐃𝐞𝐬𝐭𝐢𝐞𝐥.Onde histórias criam vida. Descubra agora