V. flowers remindes me of you

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*AVISO: Esse capítulo é uma dedicatória, portanto, haverão características diretas da pessoa a quem este capítulo é referido.*

//Kim Taehyung :


17 de Junho, "é verão mas  parece primavera", foi o que disse a moça do tempo hoje mais cedo no rádio que escutava me arrumando para ir pro trabalho. Também é tudo que estão dizendo por aí: que o clima de verão está tão agradável  que chega a ser primaveril, e eu concordo completamente. Minhas flores estão crescendo lindamente no pequeno  jardim aqui de casa.

Trabalho como fotógrafo no Seoul Newspaper (jornal da cidade), e essa manhã recebi vários pedidos para fotografar espécies diferentes e exóticas de flores. 
Eu deveria fotografar hortênsias pra matéria de naturalismo, margaridas para uma revista sobre agricultura, hibiscos para um artigo de saúde e bem-estar, e minhas preferidas:
amores-perfeitos para um conto que seria publicado na seção de "Melhores textos literários do mês", um projeto que meu chefe havia feito a fim de apresentar um pouco de literatura além de apenas manchetes sobre  política e a economia estar falindo. 

E foi o que eu fiz desde as 7:40 da manhã: pegar transporte público e procurar lugares onde as flores estivessem nascendo notavelmente fortes, saudáveis, e dignas de serem fotografadas e mostradas. 
Estava ansioso para voltar para casa, tomar um banho quente, e lá mesmo concluir o trabalho fotografando amores-perfeitos, os que minha vó me deu de presente quando vim morar sozinho em Seul, e que desde então, cultivo com carinho. Ela me disse que esse tipo de flor trazia bons momentos.
Pego um trem quase vazio de frente a uma garota que lê um livro de poesia. 
Seus cabelos escuros e longos caem sobre seus ombros pálidos. Enquanto ela lia o livro e grifava estrofes/parágrafos, ela colocava uma mecha de cabelo por detrás da orelha com um brinco de cristal. Sua postura era ereta e elegante, não se curvava para ler fazendo com que o livro, infelizmente, cobrisse boa parte de seu rosto. 
O tempo parece passar devagar enquanto eu a observo, uma música clássica toca no vagão onde só temos nós dois. 
Eu queria chamá-la; perguntar sobre o livro, comentar o clima agradável de Junho, começar uma conversa hipotética, qualquer coisa. Ela exala um perfume muito bom, não só pela aparência, mas pela pessoa que demonstra ser com o pouco do que vejo dela por alguns minutos. Pode ser precipitado da minha parte puxar assunto assim do nada, atrapalhar a leitura dela, deixa pra lá.
Passam-se cinco seis segundos que pensei isso, e então ela fecha o livro, o guarda na mochila e suspira, arrumando sua franja para trás e tirando um pacote de bolacha da bolsa. 

-Você... aceita ?- ela percebe que eu a olhava e oferece por gentileza, seus olhos claros brilhavam como se tivessem estrelas nadando nele, era de um azul-esverdeado, nunca vi nada parecido antes. Por um minuto, não soube o que responder. 

-Eu... aceito sim, obrigado- eu sorrio sem-graça, e aí percebo que eu aceitar, foi uma decisão tomada pelo impulso, mas eu estava mesmo com fome, então por que recusar? Ela me dá o pacote, retiro uma e devolvo o mesmo para ela.

-O clima está ótimo não acha? tão primaveril...- a moça diz olhando o mundo lá fora pela janela.

-Com toda a certeza, as flores principalmente, estão se destacando cada vez mais. - digo tentando desenrolar o assunto.

-Você também percebeu??? achei que tivesse sido a única- ela parecia espantada, e foi aí que eu notei: realmente, quem mais já vi que admira as flores e lê poesia?  essa moça é diferente. Com um sorriso largo que não consegui conter, respondi:

-Eu também achei que fosse o único! tive que fotografar várias flores hoje, e sinto que nunca vi nada parecido. - ela assente sorrindo, e diz apontando para a câmera que eu levo pendurada por um cordão no pescoço:

-Fotógrafo?

-Ah sim, trabalho no Seoul Newspaper.

Flower Face; kth + youOnde histórias criam vida. Descubra agora