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ALICE 🌹

— Filha — minha mãe me chamou, a olhei e vi que estava com um garoto — quero que você conheça o...

Ela nem sabia o nome dele, Cristo do céu.

— Mãe, esquece — falei rindo e Sara tava dando gargalhada atrás de mim —.

— Nem uma chance? — o menino perguntou e neguei com a cabeça —.

Ele saiu de perto de nós e minha mãe ficou com cara de brava.

— Alice, você vai acabar sem ninguém desse jeito — ela falou e revirei os olhos — Não revira esses olhos pra mim se não arranco fora.

— Quem disse que eu não tenho ninguém? — perguntei e Sara riu mais ainda, e minha mãe arreganhou os olhos —.

— Tu não tá pegando nem gripe — Sara disse rindo mais ainda e empurrei ela —.

— Olha mãe — falei observando ao redor — Esquece, e meu pai tá te chamando.

Ela arrumou sua bolsa e sua taça, e saiu desfilando até meu pai.

— Tem muita gente lá fora — Livia disse chegando até nós rindo — tem uns gatinhos lá fora.

Sara revirou os olhos e nos puxou pra um lugar do salão.

— Conheci um cara aí — Sara falou baixo só pra nós ouvirmos — muito gato, mais envolvido.

— O que é uma pessoa envolvida como você diz? — perguntei arqueando a sobrancelha e colocando minha mão direita na cintura —.

— Do tráfico Alice — Sara disse e revirou os olhos — ele é do Vidigal, me chamou pra um baile que está tendo, vocês vão querer ir?

— Negativo — falei negando com a cabeça — para de se meter em encrenca.

— Para de viver no seu mundinho Alice — Sara disse já um pouco brava — Tu sempre me fala o que fazer, mas e tu? Vive no teu conto de fadas,vai querer ir Livia?

— Não posso ir amiga, meu padrasto já me viu — Livia falou acenando pro mesmo —.

Sara saiu e Livia agarrou o meu braço.

— Você iria com ela se ninguém tivesse te visto? — perguntei pra mesma que tentou disfarçar seu sorriso — Não vou te julgar amiga.

— Iria — falou e sorriu — de vez em quando não faz mal viver uma aventura.

Revirei meus olhos e fomos para uma mesa.

Ficamos lá conversando, anunciaram que ia começar a apresentação e fui pra perto de meus pais.

— Por favor, Emanuel — chamaram meu pai no palco e ficou somente minha mãe que não parava de falar com uma fotógrafa, e eu que estava tentando prestar atenção —.

— Mãe, tô indo embora — falei tocando em seu ombro —.

— Alice não faz nem duas horas que chegamos — falou pegando minha mão —.

— Quero ir mesmo pra casa — falei e sorri —.

— Quer que eu peça pro nosso motorista te levar? — falou e neguei com a cabeça —.

— Eu chamo um táxi — falei e abracei a mesma — Beijo.

Ela me deu um beijo, acenei pro meu pai que olhou pra minha mãe.

Fui até a saída e pedi pra chamarem um táxi pra mim.

O táxi chegou e pedi pra ir pra praia.

— Obrigada — falei recebendo o troco —.

Desci do carro e pude respirar aquele ar que tanto amo.

Tirei meu salto e comecei a andar pela areia.

Me sentei em um lugar bem calmo e fiquei vendo as ondas.

Senti um cheiro insuportável, e ouvi uma voz.

— Calma mãe, eu tô bem — falou se sentando ao meu lado, e eu acho que nem percebeu que eu estava ali — chego até ao amanhecer — falou e soltou uma fumaça pela boca — mãe, Marcela provável tá no baile.

Ele falou mais algumas palavras no telefone e desligou.

— O que é isso? — perguntei apontando pro cigarro —.

— Maconha, quer? — perguntou e neguei com a cabeça — sério que não sabia o que era? — concordei com a cabeça — que mundo tu vive?

— No país das maravilhas — falei fazendo graça — Será que pode apagar isso ou ir pra outro lugar? O cheiro é forte.

— Sinto muito mais não — falou e me levantei, o mesmo puxou meu braço e virei pra olhar — Senta, tu tava aqui antes — ele disse apagando o cigarro —.

Me sentei novamente e olhei pro mar.

— Meu nome é Alice — falei sabendo que o mesmo me observava —.

— Matheus — falou tirando o boné — Tá afim de ir pra uma balada?

— Eu nem te conheço — felei rindo —.

— Matheus Torres, 24 anos, tenho dois irmãos — falou colocando seu boné — Quer ir comer um lanche no shopping então? — perguntou se levantando —.

— Tudo bem — falei me levantando com a ajuda do mesmo —.

Fomos pra calçada, ele limpou sua roupa e colocou o seu tênis, e eu limpei minha roupa e logo coloquei meu salto.

— Vem — falou puxando minha mão, paramos em frente de uma moto e me espantei, nunca tinha andado em uma — Vai me dizer que tá com medo — falou pegando o capacete —.

Ele colocou em mim, subiu na moto e me ajudou a subir também.

Eu acho que quando as meninas falam pra eu me aventurar mais, elas não quer dizer sair com um desconhecido, ir na moto ou carro, porque, pensa, vai lá e é um estrupador, um fora da lei.

Matheus andava rápido, mais tomava muito cuidado.

— Chegamos — falou quando estacionou a moto no estacionamento — vem — me puxou pra tirar o capacete, guardou, ajeitou meu cabelo e colocou a chave em volta de seu pescoço — Tava em um evento super importante em — falou e riu —.

— Sim — falei e chamei o elevador —.

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