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MATHEUS 🔥

Eu sempre escondi o afeto que sentia pelas meninas que eu ficava, nunca amei ninguém a não ser meus pais, irmãos e avôs, mas a Alice, caralho cara, era diferente, eu consigo sentir algo, e por mais que eu não queira eu gosto, gosto de sentir algo por ela.

O sorriso dela, os deboches, a serenidade dela, a inteligência, a postura, os olhos, o fato de não ligar quem você é, da onde veio.

— Vai levar ela pra casa dela? — minha mãe perguntou entrando na cozinha —.

— Vou sim — falei terminando de passar a água do café — o pai dela já mandou mensagem.

— Olha pra mim Matheus — ela falou e eu ri —.

— Se eu olhar pra senhora vou me queimar aqui madame — falei e ela riu negando a cabeça —.

— Não se priva de sentir algo por já imaginar o pior, tu é jovem, tem muito o que viver, passar — minha mãe falou vindo pro meu lado e alisou a minha costas — se for pra sofrer vai sofrer, viva e para de dar de maluco pra  perto de mim menino, sei que tu ouviu tudo e não vem pagar de sonso não.

Eu ri dela e a mesma saiu da cozinha.

Peguei uma xícara e coloquei café, Alice entrou na cozinha já tomada banho e sorriu pra mim.

— Quer café? — perguntei depois de dar um gole do meu e ela fez careta —.

— Não gosto — falou negando com a cabeça —.

— Mentira — falei negando com a cabeça e ela riu — tu não bebeu direito, bebe de novo — falei indignado —.

— Desculpa te decepcionar meu bem — falou e riu — meu irmão tá na minha casa.

— Só deixa eu terminar de beber e te levo — falei e ela concordou com a cabeça —.

Alice veio pro meu lado e deu um beijo na minha bochecha, eu sorri e fiz o mesmo com ela.

— O cheiro é uma delícia, não vou negar — ela falou se referindo ao café e ri —.

▪▪▪

— Vai com cuidado, por favor — Alice falou me abraçando e me soltou —.

— Fica pra jantar Matheus — ouvi a mãe da Alice falar da porta da casa —.

— Acho melhor não — falei olhando pra Alice e depois pra ela —.

— Não se preocupada com ele, está na casa do meu filho — ela disse tentando me confortar —.

A Alice ficou enchendo meu saco que acabei entrando.

A casa é linda e muito elegante, mas não minha realidade.

— Podem se servirem — a mulher disse e coloquei um pouco pra mim —.

— Quem vê nem imagina o dragão que tu é — Alice falou baixo só pra mim ouvir —.

Mostrei o dedo do meio pra ela discretamente e esperei as duas sentarem pra começarmos a comer.

Dona Valeria falou em todo jantar sobre a Alice, seu casamento e suas obrigações.

Conversou comigo o tempo todo, me tratou bem, nem parecia tudo aquilo que a filha falava.

— Tenho que ir — falei olhando a mensagem que tinha acabado de receber de Marcela —.

— Mais já? — Alice perguntou fazendo bico —.

— Sim — falei me levantando assim como as duas —.

— Apareça mais vezes — Valeria falou  e sorri concordando —.

Alice foi comigo até o lado de fora da casa e paramos em frente a minha moto.

— Me manda mensagem — falou envolvendo seus braços em volta de meu pescoço —.

— Pode deixar gatinha — falei e ela sorriu —.

— Vai fazer alguma coisa amanhã de noite? — ela perguntou como quem não quer nada e eu sorri —.

— Faculdade, por quê? — falei vendo sua cara de decepção e coloquei minhas mãos em sua cintura —.

— Ia te chamar pra ir assistir um filme que lançou esses dias — falou fazendo bico e eu ri da tentativa falha dela —.

— Pode ser sexta quando sair da facul então? Não posso ficar faltando — ela concordou com a cabeça animada e sorri com a sua empolgação — agora tenho que ir madame.

Beijei ela e a cada momento me sentia mais satisfeito, ela é um poço de curiosidades.

— Vai lá, se não vai ficar tarde — Alice falou em meio aos nossos selinhos —.

— Te mando mensagem quando chegar — falei e dei um último beijo nela —.

Subi na moto e quando estava um pouco afastado já vi ela pelo retrovisor me olhando.

Como sempre aquele trânsito do Rio, eu tinha que chegar antes das 22:00, hoje ia ter o toque de recolher.

Vi que não tinha jeito, pouco tempo e ele nunca para.

Fui acelerando, deu sinal vermelho mais nem liguei, passei retão, cheguei do outro lado no alívio, mais quando chego lá sinto o impacto do meu corpo no chão, meu corpo sendo arrastado, minha perna doendo pra caralho e minha visão ficando turva.

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