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3 meses depois...

ALICE 🌹

3 meses havia se passado e muita coisa tinha mudado, pra começar consegui um emprego em um estúdio, então na parte da manhã eu ia pra faculdade e na parte da tarde trabalhava.

Por mais que minha mãe estivesse orgulhosa de mim, meu pai se quer olhava em meu rosto, um dos motivos continua sendo Matheus, porém como estou trabalhando e passei a pagar minha faculdade, dei um passo a tal maravilha chamada independência, o que fez ele se revirar de raiva.

O próximo passo será morar em um apartamento sozinha, com isso meu irmão irá me ajudar, deixando eu ficar em um de seu apartamento imobiliádo.

O emprego até que paga bem, porém sempre tenho um serviço fora do estúdio, esse dinheiro ajunto pra algo preciso pro futuro, já que não tenho com que me preocupar, como por exemplo carro, meu irmão me deu um quando consegui esse emprego, ele já sabia que papai iria surtar, ainda mais por não seguir o ramo da família.

Matheus conseguiu sua moto de volta e seu braço está como antes, continua  procurando a pessoa por trás do acidente, já que ele tem certeza que isso foi proposital.

Ele e eu digamos que somos um casal não assumido, vivemos como casal, agimos com tal, só que sem ser, isso parte meu coração e tento mostrar que isso é normal.

— Alice — ouvi Matheus me chamar e o encarei, o mesmo estava com um sorriso no rosto — estava te chamando faz tempo.

— Desculpa — pedi me arrumando na cadeira — o que estava falando?

— Amanhã vai ter torneio se surfe aqui, bora vim ver? — perguntou animado me mostrando o panfleto —.

— Pode sim — respondi o entregando —.

— Vai querer ir pra minha casa ou vai pra sua? — perguntou pegando os capacetes que estavam na cadeira ao lado —.

Orla de Leblon, estamos em uma de tantas que tem por aqui.

— Quero ir pra sua, mas antes podemos passar na minha pra pegar algumas roupas? — perguntei e ele concordou com a cabeça —.

Matheus foi pagar a conta e fiquei esperando ao lado da moto, a noite estava com aquele arzinho frio, porém com o céu lindo.

Matheus voltou e montou na moto e eu fiz a mesma coisa.

Pilotava que nem louco, eu não reclamo disso, o friozinho na barriga é ótima.

Ele parou a moto em frente a minha casa, desci e o mesmo ficou me esperando lá.

Entrei em casa e meu pai estava lá, com seu copo de whisky em uma mão e a garrafa pela metade na outra, diversas garrafas estavam espalhadas pela sala.

— Aonde esta a minha mãe? — perguntei um pouco preocupada —.

— Esta na casa do seu irmão — respondeu se levantando e tombou um pouco — com quem estava? — ele perguntou e fiquei em silêncio — seu namoradinho está lá fora?

— Vou dormir na casa dele — respondi e quando passei por ele o mesmo me segurou forte pelo braço — me solta, tá me machucando.

— ATÉ QUANDO VOCÊ VAI TER QUE ENTENDER QUE EU QUE MANDO EM VOCÊ? — perguntou gritando e meus olhos se encherão de lágrimas, ele nunca tinha me trataria assim — VOCÊ NÃO ENTENDE QUE TEM QUE FAZER O QUE EU QUERO?

— ME SOLTA — gritei tentando conter um soluço e em segundos senti uma ardência em meu rosto — você me bateu? — murmurei incrédula — VOCÊ ENLOQUECEU?

— eu não criei você pra namorar favelado — falou puxando meu cabelo para eu ficar em pé — eu não gastei muito dinheiro em escolas pra você se tornar desenhista.

Eu realmente não sabia o que fazer, ele puxava ainda mais meu cabelo, tudo isso me doía muito, pelo simples fato de nunca ter agido assim.

— Você sempre me disse que eu deveria ser independente, não é mesmo? — perguntei baixo ainda sentindo as dores e as lágrimas descendo pelo meu rosto — só não imaginava que seria, pensava que suplicasse até o último pra ter seu dinheiro, não é mesmo?

— Se você continuar com ele, pode esquecer de mim, pode esquecer que tem uma casa — meu pai falou e olhei pro meu braço, com certeza ficaria roxo mais tarde — ESCOLHE LOGO ALICE.

— Eu não quero ficar nessa casa pra ficar dependente a você, não vou me casar com alguém rico pra continuar a sua herança — falei puxando meu braço e logo alisei ele, na esperança de cessar a dor  —.

— VOCÊ SÓ VAI SOFRER SE JOGANDO NO MUNDO — gritou e jogou sua garrafa no chão —.

Com certeza fez isso pra tentar me assustar, e conseguiu.

— Eu vou sofrer se não conhecer ele — falei e imediatamente limpei uma lágrima — afinal, uma hora ou outra vou ter que conhecer ele.

Meu pai ficou me encarando por um bom tempo e negava com a cabeça toda hora.

— Eu vou sair, quando eu voltar não quero ver nada seu aqui e muito menos você — meu pai falou baixo no meu ouvido —.

Quando ouvi a porta bater com tudo me sentei no sofá e deixei com que as lágrimas caísse, sem medo algum.

Ouvi a porta ser aberta e nem liguei, continuei na mesma posição.

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