REALIDADE VIVE

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MATHEUS 🔥

Já havia se passado alguns minutos desde que Alice entrou em sua casa.

Estava curioso pra saber o porque de tanta demora, provavelmente seu pai teria parado em um dos corredores da casa.

Ouvi alguns gritos e esperei um pouco, quando percebi que já estava passando do ponto descidi ir até lá, só que quando estou no meio da entrada seu pai sai pela porta, sabia que não teria dado nada bom pelo seu simples olhar.

— Espero que saiba cuidar dela — ouvi dizer quando parou do meu lado — .

— Eu faço a mínima idéia de que merda você fez ou falou pra ela, só que saiba de algo — falei no mesmo tom, sem virar nem nada — Alice já não é mais sua garotinha, ela não é mais tão ingênua igual antes, ela não precisa de ninguém cuidado dela, muito menos algum homem.

Eu sabia o quanto Alice tinha evoluído, ela já está caindo na real em relação ao mundo real, sabia que não era mais contos de fadas e que a realidade vive.

Quando percebi que ele ia falar alguma coisa fui correndo até a porta, quando abri meu coração partiu de encontrar ela daquela maneira.

— O que foi Alice? — falei indo até ela e me desesperei quando vi os machucados, quando me levantei pra ir atrás de seu pai ela me segurou — me solta Alice.

— Por favor, me ajuda a fazer as malas, não vai atrás dele, não vele a pena — ela falou com a voz embargada, enquanto uma mão segurava a minha a outra limpava suas lágrimas — tenho que pegar tudo que é meu antes que ele volte, não quero mais o ver.

Eu sabia que se eu falasse algo naquele momento não adiantaria de nada.

Puxei ela para um abraço apertado e parecia que tinha se desmontado, seu soluço se mistura com seu choro, partia meu coração de a ver nesse estado.

— Não sei nem aonde vou passar durante esse tempo — ela falou limpando seu rosto quando se separou de mim — não quero ficar na casa de meu irmão pra acabarmos nos encontrando, muito menos pedir um favor, ele já vai liberar um de seu apartamentos daqui algum tempo.

— Passa lá em casa — falei puxando sua mão até a escada, senti seu olhar sobre mim e virei — que foi Alice? Minha família te ama, será um prazer pra todos, você já é de casa, melhor, da família.

Até seu quarto não trocamos nenhuma palavra, ajudava ela a pegar suas coisas e a mesma colocava em uma de suas malas.

Enquanto ela fazia as malas as prontas eu descia e colocava em seu carro.

Depois de muito sobe e desce naquelas escadas só faltava uma mala, já não tinha sobrado mais nada em seu quarto e muito menos em seu closet.

— Pronto — falei fechando o porta malas — te encontro no pé do morro.

Alice concordou com a cabeça e andou até a mim me surpreendendo com um abraço.

— Obrigada por tudo Mat — ela sussurrou e em resposta eu dei um beijo em sua testa — te vejo lá.

Esperei ela entrar no carro e dar partida, subi na moto e consegui passar seu carro facilmente.

Quando cheguei no pé do morro fui falar com os meninos sobre o carro, que estava tudo bem e não precisavam vasculhar, foi difícil para um caralho tenho que admitir.

Quando Alice chegou pedi pra subir pra minha casa pra continuar conversando com eles, estava de cora dos assuntos sobre morro.

Vi que começou a escurecer e descidi ir pra casa.

Quando entrei na sala pude ouvir risadas e elas vinham da cozinha.

Caminhei até lá e os quatros estavam sentados em volta da mesa, Alice já tinha tomado banho, sabia porque seu cabelo estava molhado e ela vestia roupas que a cubria por inteiro.

— Finalmente chegou — minha mãe falou assim que viu eu na porta — pode ir tomar banho, vou começar a preparar a janta.

Antes de eu ir pro meu quarto dei um beijo em todos, gostava daquilo, família significa acolher independente da situação, e sabia que Alice se sentiria em família.

Fui pro meu quarto e ele estava espalhado de malas.

Quando fui colocar minhas coisas no criado mudo vi a tela do celular da Alice brilhando, sua mãe estava ligando.

Com isso lembrei do motivo dela estar aqui, o verdadeiro motivo dos choros e surtos.