REALIDADE VIVE

03 💣

MATHEUS 🔥

Alice olhava tudo atenta, curiosa.

— Nunca tinha vindo a esse shopping? — perguntei parando em frente de uma loja —.

— Pra falar a verdade não — falou observando tudo — aqui as pessoas são bem diferentes digamos, as roupas delas.

— Você vai em shopping de rico, e esse é um shopping digamos que de pobre — falei entrando em uma loja — lá as coisas costuma ser mais cara e tal.

Ela concordou com a cabeça, talvez esteja um pouco confusa ainda, não a julgo, não é a realidade dela, mais que é engraçado é.

Ela foi pra uma seção de calçados e eu olhar umas roupas.

— Como ficou? — perguntou me mostrando um tênis —.

— Ficou bom — falei a observando ela ficar mexendo em seu vestido — Vai comprar? — perguntei e ela concordou com a cabeça — e seu salto não machuca não?

— Machucar não machuca, mais cansa muito — falou indo até onde deixou seu salto e sua bolsa —.

Ela tirou o tênis, e enquanto ela colocava o salto em seu pé eu colocava o tênis na caixa.

— Vamos — ela falou se levantando e colocando sua alça da bolsa em seu ombro — Quer alguma coisa?

— Não obrigado — falei e ela deu de ombros —.

Ela foi pagar enquanto eu ficava vendo umas roupas.

Nesse mês vai sobrar um dinheiro, aí vou pegar minha véai e meus irmãos, e vir pra cá comprar algumas coisas.

— Só deixa eu colocar esse tênis — falou se sentando em um banco, colocou a meia e o tênis, guardou o salto na caixa — Vamos comer alguma coisa?

— Vamos — falei indo pra um corredor e senti alguém segurar meu braço — O que foi?

— Tinha muita gente, tava com medo de me perder — falou agarrando mais meu braço —.

Chegamos na praça de alimentação e Alice me puxou pra um negocio de lanche.

Fizemos o nosso pedido e fomos sentar em um lugar perto.

Ela mexia em seu celular enquanto eu ficava vendo se era a nossa senha.

— Que merda — ela murmurou olhando o celular —.

— Que foi? — perguntei observado a mesma que não parava de mexer suas mãos —.

— Minha mãe — falou e revirou os olhos — Deixa ela.

A senha foi chamada e me levantei pra pegar nosso pedido.

— Que tal eu dar meu número pra você? — perguntei com a boca cheia —.

Ela me deu seu celular já desbloqueado, e eu fiz a mesma coisa.

Depois de já ter salvo meu número, terminamos de comer e jogar as coisas fora.

— Aonde pede táxi aqui? — perguntou quando estávamos na escada rolante —.

— Deixa que eu te levo, não dá em nada — falei indo pra uma fila —.

Paguei o estacionamento e fomos de encontro com minha moto.

Coloquei o capacete nela e montei na moto, ajudei ela subir e mostrei como era pra segurar a sacola.

Ela me falou onde era e já conhecia meio por cima.

Só casa de alto nível.

Passamos pelo porteiro e parei em frente a sua casa.

— Muito obrigada — falou quando tinha acabado de tirar o capacete da cabeça dela, logo em seguida colocando em mim —.

— Que isso — falei e dei um sorriso — acho melhor vazar — falei olhando pra um velho que estava olhando de uma janela —.

— Tchau — falou e deu um beijo em minha bochecha —.

Esperei ela entrar e fui pro morro pilotando igual um doido.

Quando eu cheguei na barreira os cara me barrou.

— Vai pro baile hoje não? — um deles me perguntou —.

— Que nada — falei observando a movimentação — Marcela tá lá?

— Quando ela não tá? — outro fez graça e revirei os olhos —.

Subi direto pra minha casa, abri a garagem, entrei com a moto, e fechei o portão.

Entrei em casa e minha mãe estava sentada no sofá e meu irmão deitado no colo dela.

— Vamos amanhã pra praia? — Maicon meu irmão de oito anos disse pulando em meu colo —.

— Tá merecendo mãe? — perguntei, dei um beijo em sua bochecha e sentei em seu lado com Maicon em meu colo —.

— Tá sim — falou fazendo carinho em minha bochecha — Vamos todos? Faz tempo que não vou.

Concordei com a cabeça, deixei  eles na sala e fui pro meu quarto.

Tomei banho, coloquei uma cueca e deitei na minha cama.

Na tela do meu celular mostrava o número da Alice, mostrava que estava online, mais não sabia se mandava ou não mensagem, mais não custa nada não é mesmo?

Mensagem ON

Matheus: E aí. (00h38)

Alice: oi. (00h40)

Matheus: se eu não te chamo tu não manda nem mensagem né. (00h40)

Alice: mandaria, mais confesso que eu ia demorar pra mandar. (00h41)

Matheus: vai fazer alguma coisa amanhã? (00h41)

Alice: nada programado, porque? (00h41)

Matheus: bora pra praia? Mais vou com meus irmãos e minha mãe, mas não dá em nada. (00h42)

Alice: você me busca ou nos encontrarmos lá? (00h43)

Matheus: te busco as 10:00, na portaria ou na sua casa mesmo? (00h44)

Alice: na minha casa, vou te liberar na portaria, trás dois capacetes, é perigoso tu andar sem. (00h45)

Matheus: pode deixar madame, boa noite. (00h45)

Alice: boa noite. (00h46)

Mensagem OF

— E aí — Marcela disse abrindo a porta do meu quarto — a mãe disse que vamos pra praia amanhã, verdade?

— Sim — falei bloqueando a tela do meu celular — amanhã vou levar uma conhecida, então sem gracinha por favor.

— Não é nenhuma mandada daqui do morro não né? — perguntou encostando no batente da porta — é tudo puta.

— Você é do morro, então é puta? — perguntei arqueando a sobrancelha —.

— Você entendeu — falou revirando os olhos — pode deixar, boa noite.

— Boa noite — falei deitando —.

Marcela apagou a luz e fechou a porta.