Minha Gata | pjm×llm

Primícias

Primícias significa o começo de algo... Hehe

~xXx~

Em um lugar um pouco distante de sua vila, a garota treinava seus golpes com a espada, denominada katana. Os ventos balançavam o campo ausente de cores vivas, proveniente do outono. As folhas alaranjadas sobrevoavam sobre si, à medida que se movimentava. Seus cabelos estavam presos em um coque forte, com alguns fios desarmônicos na periferia, suas roupas de uma camponesa comum. Cada movimento seu era preciso, ao mesmo tempo que transmitia delicadeza e exatidão. Sentia gotas de água rolarem até o queixo, por tanto tempo que deveria estar ali e a breve brisa sobre seu rosto.

De repente, ela escuta sons ensurdecedores e várias bolas de fogo atacarem sua vila ao norte. Preocupada, correu para lá. Todos estavam desesperados, crianças choravam, os adultos corriam de um lado a outro sem saber o que fazer. Sua vila foi bombardeada, atingindo muitas famílias, inclusive os próprios pais. Quando chegou em casa para buscá-los, estava completamente destruída, e seus progenitores mortos, caídos no chão.

- Ph̀x mæ̀! Ph̀x mæ̀! - Gritou desesperada, aos prantos, do lado dos corpos.

De repente, alguns soldados invadiram e tentaram agarrá-la, entretanto ela foi mais rápida, levantou-se sacando a katana e rasgando o pescoço do primeiro que se aproximou, fazendo com que derramasse algumas gotículas de sangue em seu rosto, logo depois desviando do golpe de espada e penetrando a lâmina afiada no abdômen do outro que vinha atrás, fazendo-o cuspir aquele líquido vermelho e cair ao chão.

Seus olhos se transformaram em um completo vazio sem qualquer resquício de humanidade, seus sentimentos se afloraram com tamanha angústia e tristeza que dominava seu coração. Saiu com rapidez, enfrentando diversos homens com armaduras e katanas que estavam no seu caminho, procurando quem estava no comando, para assim poder vingar a morte dos pais e de todos da vila. Enquanto as pessoas ao redor eram levadas à força até os navios na beira do mar, a garota pegou um homem com a katana em seu pescoço e o fez falar.

- O que você quer? O que quer? - Indagou, desesperado.

A garota dizia mas ele não entendia. Sem paciência, cortou sua garganta e o jogou no chão. Correu pelo campo enquanto golpeava diversos deles e se desviando de todos os golpes. Entretanto, aos poucos perdia sua força, e a quantidade de homens aumentava cada vez mais. Até que um a golpeou na cabeça, fazendo-a desmaiar.

Quando acordou, atordoada, diversas pessoas de sua vila que não foram mortas, estavam ali espremidas em um local pequeno e escuro com pequenas brechas que permitia entrar ar fresco.

Quando olhou para si, não estava com sua katana, sentia uma forte dor de cabeça e um forte enjoo, então acabou vomitando. Estavam em alto mar. Com frio, fome e sede, permaneceram ali por muito tempo. A garota ouvia o choro das crianças que perderam os pais, e as mães desesperadas por perderem os filhos. Quando finalmente após dias sem comer, alguns homens aparecem com comida, jogaram vários bolinhos de arroz enroladas em vegetais. Pegou aquilo desesperada, enquanto via duas mulheres brigarem por um, de tamanho pavor seria apenas pensar em ficar com fome sabe-se lá por quanto tempo mais.

Vendo que uma delas estava grávida, decidiu dar o seu para aquela mulher, antes que ambas se matem, e viu a expressão agradecida que ela fez. Sorriu fraco. Tinha que aguentar, tinha que ser forte.

(...)

Lisa recuperava a consciência aos poucos, ouvia pequenos aptos proveniente do monitor de sinais vitais. Sentia-se totalmente fraca.

- Lisa... Lisa... - Jimin a chamou.

Ambos estavam no hospital com ela deitada na cama. Decidiu chamá-la quando a mesma deu sinais de que estava acordando.