Capítulo 14: A Mudança.

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É incrível como a vida é feita de uma maneira tão complexa, mas ao mesmo tempo, estas peculiaridades tornam – se tão importantes quando chegam a um determinado ponto de nossas vidas, tal qual a importância dos garis na nossa sociedade (que ajudam a manter a ordem higiênica de uma cidade), da mesma forma que o bem depende exclusiva e indiretamente do mal para existir, dentre muitos outros fatores que compõem esta espécie rara chamada vida.

Após ter morado três anos em Embu das artes, a família de Felipe decide retornar a São Paulo, Felipe se despede dos seus amigos com uma tristeza imensa, enquanto entrava no carro de sua mãe, olhava para a paisagem e se perguntava: "O que fazer com às canções, com as músicas e com o projeto que criamos? Será que um dia iremos nos reunir novamente?" Eram perguntas como estas que martelavam sua mente no percorrer do trajeto.

Felipe agora está em uma nova escola, apesar de ela ter o mesmo nome de sua antiga escola do ensino fundamental, havia algo que a diferenciava das demais, os alunos eram mais velhos, as garotas eram mais lindas, além de serem mais velhas.

Ao analisar isto tudo, Felipe começa a perceber que ele mesmo já tinha ficado mais velho, contudo, ele não tinha sofrido tantas mudanças físicas quanto os outros jovens da sua idade, exceto pelas cobranças que desde o início sempre existiram na sua familia.

Após ter passado por mais um ano em São Paulo, Dona Eunice volta das férias que ela havia tirado no emprego, tendo em vista sobre o que ela havia adquirido de conhecimento nestas férias, ela chama seus filhos, que ficam atônitos com o que ela tinha a dizer.

— Gente! Tenho uma informação extremamente importante para dar a vocês...

A família de Dona Eunice ficava olhando para ela, sem desviar o foco em nenhum momento que fosse.

Felipe resolve perguntar:

— Diga logo qual é a novidade, já estou ficando ancioso.

Rafael diz logo em seguida:

— Eu também já estou cabreiro com o que ela tem a dizer.

— Pessoal! Nós vamos mudar de casa! Diz Dona Eunice demonstrando estar feliz da vida.

— E para onde nós iremos? Questionou Felipe.

— Ah, no mínimo deve ser pra Cotia, ou pra São Matheus. Diz Rafael num tom irônico.

— Não mesmo, vocês estão errados! Já conversei com o pai de vocês e já acertamos tudo... Nós iremos para Palmares.

— E o que tem de bom lá que não tem aqui? Questionou Felipe mais uma vez.

— É uma chance de recomeçar, de termos paz, uma vida nova, se você quiser, pode ficar aí com seu tio e sua vó.

— E quando será isto? Perguntou Felipe.

— Será daqui a uma semana, até lá você tem tempo para pensar e decidir se quer ir conosco ou ficar com seu tio. Respondeu Dona Eunice dando um fim aquela discussão.

Felipe saiu da sala e dirigiu-se até o quarto onde dormia e começou a olhar para algumas fotos que tinha guardado, além de olhar para a sua pasta com lembranças de pessoas que passaram em sua vida.

— O que se passa neste seu mundo mental bambino? Diz Corona ao observar Felipe, que se encontrava em um estado melancólico.

— Eu nunca saí de São Paulo, no máximo de lonjura que eu fui morar foi no interior dela e para onde vamos é muito, mas muito longe.

Corona, ao ver a tristeza de Felipe, apenas disse uma coisa que talvez não fosse o que ele quisesse ouvir, mas, talvez, era exatamente disto que ele precisava.

— Bambino, nada nesta vida é eterna, não fique triste por você se separar de seus amigos, apenas se abra a novas experiências, deixe o medo de lado lute por aquilo que você acredita, vai que lá esteja a solução de seus problemas.

Felipe questionou logo em seguida:

— Mas, e se eu não gostar de lá? E se eu não conseguir me adaptar lá?

Corona, ao segurar nos ombros de Felipe responde em um tom seco e esbravejante, enquanto olhava dentro dos olhos dele:

— A gente dá um jeito!!!

— Tudo bem então!

Então, Felipe enxugou às pequenas lágrimas que passeavam por teu rosto discretamente, enquanto que, no mesmo instante, voltou a esboçar um sorriso que há muito tempo não mostrava.

Enquanto eles conversavam, bem longe dali, o ser já havia tirado suas conclusões e havia se teleportado para os Jardins de Sawrion, local onde tinha um esconderijo abaixo das cachoeiras das dores, que tinha suas águas feitas de lágrimas de mães que perderam seus filhos, seja ao nascer, ou até mesmo após ter sofrido um acidente de carro, dentre outros tipos de fatalidades.

Quando ele adentra ao seu esconderijo, três seres pequenos, gordos com capas e capuz pretos e cheio de joias e pedras preciosas penduradas em seus pescoços e pulsos, vieram em sua direção, correndo até ele como se fossem cães que brigam para serem o primeiro a ver o seu dono.

— Como foi a busca de hoje Lord Galf?

— Olha Dimomoon, a minha busca por informações me mostraram resultados bastante promissores, por hora, já reuni às informações das quais eu precisava. Respondeu o ser, esboçando uma risada psicotica.

Quando Dimomoon iria lhe perguntar algo, a mesma é interrompida por um empurrão desferido pela segunda bruxa, que lhe faz a seguinte pergunta:

— E quantas peças o senhor já encontrou mestre Galf?

Ao ouvir a pergunta, Galf responde:

— No momento, apenas três das oito peças Failuromoon, mas às três peças são excelentes, me atrevo a dizer que podem ser as mais fortes.

Quando Failuromoon ia dizer algo, é interrompida por um puxão de cabelo dado por Desgraçomoon que, ao jogar a Failuromoon para o lado, Questiona Galf da seguinte maneira:

— E o que faremos com apenas três peças mestre?

Galf responde, demonstrando total confiança a autoridade no que dizia:
— Por hora, apenas observaremos, até porque, ainda faltam cinco peças, também devemos estar atentos às Essências, pois, assim como as peças do destino, as Essências podem nos trazer muitos benefícios, além de grandes poderes que estão além da nossa compreensão.

Quando Desgraçomoon ia dizer algo, acaba recebendo uma investida das duas irmãs, que acabam se roletando no chão em uma briga desenfreada.

— CHEGA!!! Disse Galf, demonstrando reprovar aquele comportamento infantil das três.

As três pararam a briga no mesmo instante, enquanto olhavam para o seu mestre e sentindo uma terrível energia que ele emanava, tão aterradora quanto o próprio inferno.

— Nossos adversários estão lá fora, então, se vocês querem brigar, poupem energias para usarem contra eles em batalha, do contrário, receio que terei que punir todas vocês.

— Mas mestre.... Disse Dimomoon.

— Sem Mais! Respondeu Galf extremamente enfurecido.

— E qual será o próximo passo Mestre?? Perguntou Dimomoon.

De forma sarcástica, Galf Responde olhando para as três bruxas:

— Vamos para Pernambuco! Lá eu mostrarei a Ascenso Ferreira como se faz uma boa prosa!

— Com certeza!!! Responderam as três ao mesmo tempo.

E assim eles comecaram a arquitetar o plano diabólico projetado por Galf.

8 Peças do Destino.Onde histórias criam vida. Descubra agora