Empoderada e dona de uma personalidade forte, Bella Salvatore não é a princesinha dos contos de fada. Soube desde cedo sua origem e a honrou desde o momento que a conhecera. Filha e neta de mafioso, Bella não é nada ingênua ou dependente da proteção...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Sento em cima da mala, na tentativa de fechá-la e falho. Já é a quinta mala e tudo ainda está transbordando para fora. Ontem teve o tal jantar e hoje mesmo já arrumei as minhas malas; não gosto de enrolação e quanto mais cedo começarmos, talvez, mais cedo, eu me livro.
Quem sabe Deus não manda um meteoro pra terra e ele vai exatamente na cabeça de Vicenzo. Ficaria viúva, jovem, linda, rica e poderosa.
Minha mãe entra no meu quarto e vê uma zona. Sem falar nada, me ajuda a fechar a mala.
— Obrigada.
— Ainda não conversamos desde o jantar.
Eram quatro da tarde. Não desci pra tomar café e pedi o almoço no meu quarto. Realmente não estava afim de ver ninguém e quando não desço para as refeições - coisa que acontece raramente, já que prezo pela união familiar - minha família rapidamente entende que prefiro ficar sozinha. Nem Theodoro veio me procurar hoje.
Realmente preferi passar um dia sozinha, pensativa e tentando organizar as coisas do meu quarto e da minha mente. É importante que eu não me abale. Preciso estar forte e enfrentar seja lá o que for, porque sempre foi assim.
— Eu vou me casar e me mudar para a casa de Lázaro. É simples, mamãe. Não há o que conversar — não falo irritada, mas também não sou muito amigável.
— Achei que você não ia aceitar numa boa. Seu pai ficou feliz pela decisão.
— Como eu disse, uma hora isso iria acontecer e eu sei que preciso de gente poderosa do meu lado, pra um dia eu ser poderosa dentro da máfia.
— Seu avô ficaria orgulhoso de ver o brilho que você tem nos olhos quando fala sobre isso.
— Eu tenho saudade dele... — digo triste.
Minha mãe suspira.
— Eu também. Queria que soubesse que casamentos assim não são o fim do mundo. Olhe para mim e seu pai.
Sorrio sem graça. Era o meu desejo viver em um casamento idêntico ao dos meus pais. Amor. Companheirismo. Fidelidade. Respeito. Empatia. Compaixão. Carinho.
— Mãe, convenhamos que eu e Vicenzo nunca nos suportamos — sou sincera.
— Talvez as coisas mudem, ficando só vocês dois. Vicenzo disse a Rico que comprou uma casa. Ficarão só vocês dois.
Ótimo, é mais fácil de nos matarmos.
— Cadê Theodoro? — mudo de assunto assim que me lembro do meu irmão, eu sabia o quanto ele estava irritado.
— Saiu para espairecer desde o café e ainda não voltou.
— Ele está irritado. Queria conversar com ele.
— Rico já conversou e ele parece que entendeu. Ele sabe que não há outros caminhos, Bella; até para ele.
