Empoderada e dona de uma personalidade forte, Bella Salvatore não é a princesinha dos contos de fada. Soube desde cedo sua origem e a honrou desde o momento que a conhecera. Filha e neta de mafioso, Bella não é nada ingênua ou dependente da proteção...
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Acordo extremamente cansada e tenho a impressão que uma manada de búfalos passou por cima de mim. Talvez tenha sido porque o idiota do meu marido colocou o peso das suas pernas todo sob mim.
A cama tem dois lados e eu fico em um e ele tem a obrigação de ficar no outro. Quieto. Parado. E não como se tivesse dançando a noite inteira. Tentei acordá-lo diversas vezes, mas eu falava com as paredes.
De hoje ele não passa.
Estou tomando um banho pra me trazer energias novas e me dá forças pra mais um dia. Hoje tenho planos de personalizar a casa de tiros do jeito que gosto. Bem gótico. Mas antes, vou até o centro da cidade comprar algumas coisas que me ajudarão na decoração.
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Desço as escadas e já vou ouvindo vozes alteradas. Olho no meu relógio e não são nem nove da manhã. Ótimo.
Assim que chego na sala de estar, procuro me aproximar das vozes e percebo que vem do escritório. Dirijo meu corpo até lá e encosto meu ouvido na porta. Vejo Tenório me olhando e eu faço sinal de silêncio.
— Nós precisamos que todos votem sim, pra que haja a mudança de líder. Essa máfia não é bagunça — ouço uma voz grossa e aparentemente de algum fumante.
— Fora que você precisa de um herdeiro, Vicenzo — outra voz.
— E também de estabilidade no casamento. Quem garante que daqui há meses você não ficará sozinho? É uma vergonha querer colocar no trono alguém que tenha um dia de casado — a mesma voz grossa e fumante.
Com o meu sangue fervendo, eu abro a maldita porta de madeira que me separa daqueles idiotas. Eu sei as regras da máfia porque eu estudo elas dias e noites e não será debaixo do meu nariz que vão passar a perna em alguém. Ainda mais em Vicenzo.
Porque eu não me casei atoa.
Não mesmo.
Todos me olham com os olhos arregalados, inclusive o meu querido marido. Os homens, todos, imediatamente se levantam de onde estão e ficam a postos.
