Empoderada e dona de uma personalidade forte, Bella Salvatore não é a princesinha dos contos de fada. Soube desde cedo sua origem e a honrou desde o momento que a conhecera. Filha e neta de mafioso, Bella não é nada ingênua ou dependente da proteção...
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Quando o médico terminou de avaliar e medicar Bella, o sol já está nascendo. Ninguém pregou o olho e eu muito menos desgrudei meu corpo de perto do dela.
Já são quase dez da manhã e segundo meus cálculos, ela já deve estar acordando depois da dosagem de medicamentos. Está limpa, roupa aconchegante e dorme feito um anjo. Estou ao seu lado na cama, alisando seu rosto e afagando seu cabelo.
— Você não pode simplesmente sair por aí resolvendo tudo sozinha, Bella. Eu tento cuidar de você, mas como você é teimosa... — digo baixinho e beijo seu rosto.
Elena entre com algo na bandeja e deixa sob a cama, pedindo para que eu me alimente. Mas só me sentirei bem quando vê-la acordada e ao menos brigando com alguém.
— Não sei que feitiço você fez pra me ter tão fácil e tão vulnerável a tudo que te atinge...
Ela se mexe, mas não desperta. Vejo Theodoro entrando no quarto com sua filha no colo, dormindo feito anjo. Observo Bella mais uma vez e quando volto o olhar, ele está se sentando na cama.
— Quero que ela acorde rápido para segurar Giovanna. Ela gosta tanto — comento.
— Bella é louca por crianças. Na escola, tratava as outras crianças como seus filhos.
Sorrio.
— Quero ter vários com ela... — passo meus dedos em seu cabelo.
— Você a ama, não é?!
Olho para ele. Realmente não sei o que responder. Só sei que meu peito queima em um nível altíssimo, sem chance de explicação. Ao mesmo tempo que queima, me traz uma paz sem igual.
— Queria poder te responder precisamente, mas a tua irmã causa tantos efeitos em mim que "amor" é muito pouco para o que eu sinto.
Parece que me tira um peso das costas ao dizer isso. Tento disfarçar um sorriso no rosto e a vergonha estampada na cara, mas é quase impossível. Theodoro se levanta e sai, sorrindo de lado e olhando para baixo, vendo Bella de olhos bem abertos.
Me levanto assustado e olho para ela, que está sem reação alguma. Nos olhamos firme. Não entendo a expressão de Bella, penso em falar algo, mas meu sogro adentra o quatro com minha sogra e rapidamente chegam perto pra cuidar dela.
Totalmente sem jeito, saio do quarto e dou de cara com Theodoro segurando Giovanna no topo da escada. Ele me vê.
— Ela ouviu, não foi?
— Eu não sei... acho que sim... — coço a nuca, ainda sem jeito.
— Ela não disse nada, né?! — meu cunhado questiona.
Nego com a cabeça. Eu nunca me declarei pra ninguém e se um dia chegasse a falar essas coisas pra Bella, não seria dessa forma. Não tenho a intenção de assusta-la e nem mesmo de me assustar. Tudo parece estranho, ainda.
