Minha amarga síndrome de Estolcomo

Capítulo 4 (visão de Sun)

Já haviam se passado 4 dias após o sequestro e nós meio que havíamos nos acostumado com nosso cativeiro. Eu estranhei a falta de movimento por ser um sequestro, afinal, Brandon já deveria ter contatado nossos familiares pedindo a recompensa mas… nada?

A casa estava vazia e estávamos esperando a pizza que Brandon havia prometido de trazer. Mas era uma demora terrível e Sarah já estava ficando totalmente incomodada.

De repente, um cara de cabelo platinado, liso e bem branquinho destrancou a porta com uma pizza na mão. Ele era alto e bem bonitinho até. Usava uma jaqueta de couro e uma máscara no rosto. Brandon havia nos explicado antes que aquele seria Alex. Seu "colega de crimes".

Nos animamos com a pizza e ele prontamente pôs na mesa. Conversamos enquanto comíamos, de um pedaço em outro, o assunto chegou em Alex. Como ele podia parar nesse mundo tão sombrio se era um cara tão gente boa?

— Bem, eu cresci por essas bandas mais pesadas e sempre morei na rua. Eu só ia para a escola pra conseguir me alimentar e não morrer de fome. E eu nunca consegui nenhuma oportunidade pra trabalhar porque não tinha o que comer, muito menos coisa boa pra vestir. A vida não tem oportunidade pra quem mora na rua, mano.

Alex suspirou um pouco emocionado por lembrar de sua fase ruim.

— Então, o Brandon me achou. Ele era um pouco casca grossa e tal, mas foi ele quem me salvou. Ele me ensinou a roubar, me ensinou a matar e até a fazer tráfico de drogas.
Não me entendam mal, eu não uso nada disso. Mas eu devo minha vida a ele. Se hoje eu estou aqui, com uma graninha e bem vestido é graças a ele. E ele sempre me diz isso.

As meninas ficaram horrorizadas com o depoimento de Alex e tentaram convencê-lo de que havia outros modos, mas ele estava totalmente cego. Brandon era como um ídolo pra ele.

Enquanto isso, no meu interior, eu tinha curiosidade sobre Brandon. Eu queria saber mais sobre aquele que me mantia refém.

Então questionei a Alex sobre o que ele fazia antes de levar essa vida.

— Bem, o Brandon não gosta muito de dar detalhes sobre a vida dele. Mas quando ele era criança, o pai dele agredia muito ele. Era porrada em cima de porrada. A mãe dele era viciada em remédios e alcoólatra então ele viu a mãe morrer diante dos olhos dele.
Depois dos 15, ele se revoltou e saiu de casa. Pegou vício em bebida e drogas e precisou se manter com algo. Começou a fazer serviços de matança fria, roubos e é isso.

Alex deu de ombros. Apesar de Alex fazer esses serviços, ele era gente boa e não parecia gostar do que fazia. Parecia que fazia apenas para não decepcionar Brandon, já que o via como seu mentor.

Comecei a pensar no que Alex havia dito. Brandon também tinha problemas paternos, ele não era tão diferente assim de mim. Vai ver que era isso que o fazia ser assim. Brandon não era uma pessoa ruim. Ele podia se tornar um cara doce. Ele ia.