Did not you want to pee a lot?

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Os dias passaram correndo depois da festa na boate e do ocorrido no carro da Billie. Por incrível que pareça eu não fiquei pensando muito no que aconteceu naquele momento. Acidentes acontecem e eu tenho quase certeza de que eu não vou chegar nem perto de encostar a minha boca na boca daquela mulher novamente. Billie começou a me seguir no Instagram no dia seguinte, e Lauren no mesmo instante também achou a minha conta e resolveu fazer a mesma coisa que a amiga. Nem preciso dizer que eu surtei com isso, mas relevei, graças a Liz que me fez parar de gritar um minuto depois.

Neste exato momento eu me encontro indo buscar a minha irmã na casa da minha mãe do outro lado da cidade. Mia vai passar uns dias em casa enquanto a minha mãe viaja para NY à trabalho. Mia têm 5 anos de idade e é a criança mais tranquila que eu podia pedir para ter como irmã. Deborah resolveu procriar com um cara que ela conheceu em uma das suas viagens internacionais, dessa vez no México. Mia têm traços latinos e fala um pouco da língua do pai, mas como nasceu em L.A, é fluente em inglês. Fico feliz pela minha mãe ter arrumado um cara legal pra ter uma filha, e não um homem como o meu pai que sumiu quando eu tinha 12 anos. Luan é legal e bem-sucedido, o que pra mim conta bastante se formos considerar que o meu pai é um quase nada. 

Desço do meu carro sem me dar o trabalho de ativar o alarme já que estou em um dos melhores bairros da cidade. A porta da casa se abre no mesmo segundo em que eu pego a chave, é Luan saindo para trabalhar. Ele me vê logo de cara e sorri para mim, eu retribuo o gesto.

- Oi Alyssa, como vai? - cumprimenta gentilmente, carregando uma mala na mão direita.

- Luan. Estou bem e as coisas por aqui? - seguro a porta para ele sair. 

Luan coloca a mala no ombro e me dá um beijo no rosto. 

- Estão ótimas. Mia não vê a hora de ir pra sua casa com você. 

Sorrio abertamente e ele me dá espaço para entrar na casa. 

- E eu não vejo a hora de leva-la. Boa viagem, aliás. Minha mãe já foi? - franzo o cenho quando me dou conta de que ele já estava saindo para viajar depois do trabalho, e nada da minha mãe. 

- Ela está lá em cima, esperando por você. Íamos nos encontrar depois no aeroporto. - Luan olha no relógio de pulso. - Estou atrasado, até mais, mi querida. 

Luan praticamente corre até o seu carro que está estacionado na frente do meu, logo em seguida ele sai correndo como se não houvesse limites de velocidade por aqui. Dou risada e fecho a porta, ouço a risada alta de Mia vindo do andar de cima e só isso me deixa mais animada para vê-la logo. 

- Mia, por favor! - é a minha mãe gritando. - Alyssa vai chegar logo e você ainda não vestiu as calças. 

Ela é tranquila, eu juro. 

Subo as escadas dando risada do show que Mia está dando. Encontro as duas no corredor. Minha mãe está com uma calça azul nas mãos, e Mia está parada na outra ponta do corredor com as mãos na frente da parte íntima coberta somente pela calcinha. Quando ela me vê, vem correndo na minha direção, sem hesitar. Deborah, que estava de costas pra mim, se vira imediatamente e eu vejo-a suspirar antes de Mia agarrar as minhas pernas e gritar o meu nome como se eu fosse a melhor coisa que ela tivesse visto.

- Ei, calma - abaixo-me e pego-a no colo. - Sem calças, Mia? - finjo estar brava, mas ela me encara de uma forma que eu acabo rindo. 

- Você não liga de eu andar sem calças quando estou na sua casa - Mia responde e me abraça. - Senti saudades, maninha.

Retribuo o abraço, me sentindo a pior irmã mais velha do mundo. Eu até tenho um tempo para vir aqui e ficar um pouco com a Mia, mas, não tenho vontade nenhuma de ficar mais do que duas horas perto da minha mãe e da mente fechada que ela têm.

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