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Don't be sonic

Na manhã seguinte, acordei mais indisposta do que qualquer outro dia. Mia tinha conseguido dormir só depois de ter conversado por chamada de vídeo com a minha mãe pelo tablet. Já passavam das 02h da manhã quando eu tinha conseguido pregar os olhos e dormir de uma vez.

Não mandei mensagem nenhuma para Billie e ainda estava pensando se iria mandar hoje ou amanhã. Não tinha exatamente o que falar com ela depois de ontem. Quer dizer, talvez tivesse, mas no momento eu não quero pensar muito nisso.

Depois de tomar um banho e me vestir, pego o meu celular e saio do quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível pra não acordar a Mia, que dormia como um anjo abraçada no meu travesseiro. Agora são 08h da manhã e eu só queria voltar para a minha tão amada cama. Entro no quarto de Liz, sem me preocupar com o barulho, já que eu teria que acorda-la de um jeito ou de outro. Liz tinha chegado tarde pra caramba ontem a noite. Já se passava das 01h quando eu ouvi ela abrir a porta do quarto enquanto resmungava alguma coisa para o Tony.

Sento-me na cama ao seu lado e dou risada vendo Tony dormindo com a boca aberta em cima da barriga de Liz.

- Liz - chamo, mas ela não acorda de primeira. - Liz. - chacoalho seu corpo.

- O que... - resmunga, fazendo uma careta.

- Preciso falar com você, acorda - continuo até ela abrir os olhos.

- Tudo bem, droga - aumenta o tom de voz e se senta na cama sem se importar com Tony. - Aonde você vai? - franze o cenho e boceja.

- Tenho que passar na faculdade pra resolver uns assuntos do meu estágio e depois eu vou na empresa da minha mãe - suspiro. - Você sabe que sempre que ela viaja eu tenho que ir quase todos os dias lá.

Liz faz uma careta como se sentisse pena de mim, e tudo bem, eu também sinto. Minha mãe é organizadora de eventos, mas, o que ela faz de melhor é organizar casamentos. Ela ama isso. Já virou uma profissional bem procurada por muita gente, não só aqui em Los Angeles, mas em Nova York também, por exemplo, que é onde ela está trabalhando por esses dias.

Quando eu era menor, até pensei em seguir os passos dela, mas, conforme eu fui crescendo vi que isso seria chato demais pra eu querer levar pra vida toda, então, desisti e parti pra psicologia que sempre foi o que eu quis de verdade.

Quando Deborah viaja à trabalho, ela sempre deixa algumas coisas para eu cuidar pessoalmente, tipo o desempenho de alguns funcionários, alguns contratos recentes e até mesmo algumas ligações. Deborah me ensinou bastante coisas nos últimos anos sobre como cuidar disso tudo que ela criou, e eu até gosto desse sentimento de responsabilidade que me toma sempre quando eu tenho que cuidar nem que seja um pouco da empresa. Mas, não deixa de ser cansativo pra caramba, ainda mais se formos contar que isso tudo deixou de ser a minha praia há algum tempo.

- Ok, já falou. Posso voltar a dormir agora? Tenho que acordar de novo daqui 2 horas. - fala olhando no relógio ao lado da cama.

- Você disse que não ia trabalhar no meio do dia hoje - franzo o cenho. - Ia deixar a Mia com você enquanto eu não estou.

- E eu não vou trabalhar agora, Alyssa, mas eu vou caminhar - ela dá de ombros. - Posso leva-la comigo, sem problemas.

- Por mim tudo bem, se você precisar do número da babá é só me ligar - levanto-me da cama.

Liz assente com a cabeça antes de voltar a se deitar e puxar a coberta até o pescoço.

- Se cuida, até mais tarde. - diz, fechando os olhos.

- Você também, pequeno anjo. - respondo e saio do quarto fechando a porta atrás de mim.

Tomo um café da manhã rápido, um simples mingau de aveia mesmo. Pego a chave do meu carro e coloco o meu celular do bolso e saio de casa depois de me despedir de Tony com um beijo carinhoso perto do nariz dele. Para o meu querido azar, encontro Meghan entrando no elevador também, reviro os olhos e penso bem em descer as escadas de emergência, mas são 16 andares e eu morreria antes de chegar na recepção. Meghan sorri na minha direção e segura as portas do elevador, eu entro dando à ela um sorriso pequeno.