I want to see you.

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Alyssa.

Eu sempre fui o tipo de pessoa que conta os dias para chegar a Véspera de Natal e do Ano Novo. Quando eu era menor chegava a contar as horas para as festas de fim de ano chegarem e eu poder vestir as roupas novas que a minha mãe comprava para eu usar somente nas festas que a família toda aparecia. Até hoje eu sou assim, fico animada ao andar na rua e ver cada enfeite espalhado pelas casas e estabelecimentos. As pessoas daqui sempre dão o melhor para deixar tudo perfeito e elas executam esse trabalho com dedicação.

A minha família sempre foi muito próxima dos Bennett's, passávamos os feriados juntos, um dia na minha casa e outro dia na casa deles. Isabella e Andrew, os pais de Liz e Lucca me viam como uma filha também, então não tinha um Natal que eles não me dessem presentes tão bons quanto os presentes que davam para os seus filhos. As coisas foram assim por anos, até descobrirem sobre o relacionamento que Liz e eu tínhamos e, segundo a minha mãe, nós destruímos a família que éramos.

Já fazem uns três anos que Liz e eu não passamos as festas com os nossos familiares e por algum milagre a mãe dela nos chamou para ficar com eles esse ano, então nós vamos, por mais que Liz insista em dizer que isso não vai dar certo. Para mim não custa nada tentar.

Um dia antes da Véspera de Natal, "Véspera da Véspera de Natal", como diz a Liz, nós fomos até o centro da cidade comprar os presentes e as nossas roupas para as festas. Sim, eu sei que estamos muito muito em cima da hora, mas, Liz costuma dizer que esse é um dom que nós temos.

- Sabe que eu odeio motos, não sei porquê ainda insiste em me fazer andar em uma - resmungo irritada depois de Liz tentar me convencer a irmos na moto dela.

- Eu não tenho a intenção de matar a gente, Alyssa, pode ficar tranquila.

- Não. Vamos de carro e ponto. - Falo já decidida indo até o meu carro que estava estacionado perto de uma SUV maravilhosa, nem dava pra ver o meu bebê ali do lado. - Poxa filho, eu nem te vejo perto dessa obra-oprima. - É estranho demais eu tratar o meu carro como um ser humano?

- Como se essa Mercedes não fosse algo a ser admirado - Liz fala ao passar por mim e entrar no carro depois de eu destravar o mesmo. - Ter uma mãe rica para te dar o que você quisesse quando fez 18 anos deve ter sido incrível, não? - Seu tom de voz é um tanto provocativo e eu apenas reviro os olhos, entrando no carro e me sentando no banco do motorista.

- E você não ganhou nada não, né? - Olho para ela com um sorriso torto no rosto e a mesma fica quieta. - É melhor se calar, querida.

Ficamos duas horas para Liz escolher as roupas que ela usaria. Meu Deus do céu, eu tenho pavor de provar mais do que três peças de roupas e Liz prova quarenta sem nenhum esforço; só de ver eu entro em pânico. A compra dos presentes é sempre uma parte meio complicada para mim. Qual é, eu nunca sei o que vão me dar e se eu der um presente muito ruim perto do que eu recebi, a pessoa ficaria chateada e achando que eu não me importo com ela. Péssimo, e meio paranoico da minha parte.

Liz me ajudou a comprar coisas que ela acha que as pessoas possam gostar bastante e ser bem útil em suas vidas.

- Mia ficaria feliz se você desse uma escova de cabelo para ela, Alyssa, pare de se preocupar demais.

Ignoro seu comentário e continuo olhando as prateleiras cheias de brinquedos dos mais variados tipos para meninas e meninos. Por fim, acabei levando uma barraca portátil para Mia, que é de um tecido completamente diferente dos outros mais comuns. Não me perguntem do que é feito, eu sei que não tem nada a ver com animais, então não vi porquê não comprar, a vendedora passou essa informação e eu achei essa merda a cara da Mia, então resolvi levar.

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