CAPÍTULO 02

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JACOB


— Você não está tentando passar a perna na gente para nos roubar, está? – ouvi Apolo dizer e o encarei sério.

— Amor, por favor, né?

— Eu só estou perguntando, Jacob. Nada demais.

— Não se preocupe. Eu só roubo, ou roubava, lojas de conveniências, porque lá tem dinheiro e comida. Há três dias roubei uma e entre os itens, eu peguei um jornal e foi assim que eu vi o anúncio de vocês.

— Você tem onde dormir?

— Tinha, mas quando Jaime foi preso, eu fui expulsa do local onde ficávamos e desde então vivo pela rua mesmo. E antes que perguntem, eu sou órfã e é por esse motivo que eu roubava, porque não tenho família para pedir teto e nem comida.

Senti muita pena daquela jovem, então logo a ideia de acolhê-la em nossa casa me veio à mente rapidamente.

— Não se preocupe, Thea. A partir de agora, você tem um lugar para morar enquanto estiver grávida. Nós cuidaremos de você e do bebê, né querido?

Olhei para Apolo que logo me chamou para conversar em particular, então o acompanhei para um dos cantos da sala.

— Você está ficando doido, amor? Como quer que acolhamos uma ladra na nossa casa? – ele sussurrou e encarou a Theodora de relance.

— Apolo, ela precisa da gente e a gente precisa do bebê. É a nossa chance de termos o filho que tanto sonhamos. Se acolhermos ela aqui, vai ficar mais fácil para acompanharmos a gravidez dela, cuidar da saúde de ambos e principalmente ajudar a Thea que é uma vítima de violência doméstica e que pelo visto já sofreu muito nessa vida.

— Pensando por esse lado, você tem razão.

— Eu sempre tenho – brinquei e ele sorriu, rolando os olhos, então lhe dei um selinho rápido antes de voltarmos para perto da Theodora.

— Será um prazer ter a sua companhia aqui em nossa casa.

— Não precisa fingir ser amável comigo, Apolo, porque eu sei que você não foi com a minha cara.

Ele ficou envergonhado enquanto eu tentava não sorrir.

— Eu sou meio desconfiado mesmo, me desculpe.

— Tudo bem.

— Bem-vinda a nossa família, Thea – anunciei e a abracei meio de lado, depois me virei para o Apolo – Amor, será que seu risoto dá para três pessoas comerem?

— Claro que dá, querido. Mas primeiro esta moça aqui vai subir comigo para se limpar e tirar esse cecê que está matando meu pobre e delicado nariz enquanto você, amor, vai colocando a mesa para mim, ok?

Apenas assenti, já sorrindo do Apolo que fez uma careta quando Theodora passou por ele.




APOLO


— Não precisa ter vergonha de ficar nua na minha frente, Thea – falei à medida que pegava uma toalha no armário do nosso banheiro – Mas se quiser privacidade, eu dou. Aqui está a toalha. Ali no box tem sabonete, shampoo e condicionador... apenas masculino. Vamos ter de comprar coisa de mulher para você – murmurei, meio pensativo, e sorri – Vou deixar uma camiseta e uma cueca boxer para você vestir e não se preocupe, que a cueca é nova.

Um Jeito Estranho de Amar + Cenas InéditasOnde histórias criam vida. Descubra agora