Lost Memories

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Onde Gabriel apaga Crowley da memória de Aziraphale após descobrir que os dois querem impedir o fim do mundo.
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Aziraphale estava sentado em uma cadeira de couro antiga, com sua postura habitualmente impecável, observando o demônio confuso à sua frente, que perambulava de um lado para o outro. Ele se posta à frente de Aziraphale.

- Qual a última coisa que você se recorda?

- De chegar à livraria e encontrá-lo. - o anjo murmurou pela milésima vez aquelas palavras a Crowley.

- Isso não é possível. Como diabos Gabriel descobriu que nós estamos trabalhando juntos?

Aziraphale prestava atenção em Crowley. Ele não conseguia entender direito como um demônio se sentia tão à vontade na presença de um anjo.

- Então nós éramos amigos?- questionou Aziraphale.

- Uma relação conturbada definiria melhor.

- Desde quando?

- Desde a criação desse mundo em que pisamos. Agora, você jura que não consegue se lembrar de nada? Tente se esforçar mais um pouco. - Crowley gesticulava com a mão, o que deixava Aziraphale um pouco desnorteado.

- Me desculpe, minhas memórias são como borrões. Está tudo um pouco confuso.

Crowley parecia desapontado e incrédulo com o que estava acontecendo. Então, teve uma ideia.

- Angel, onde você guarda uma caixa dourada com coisas antigas nela? - ele revirava algumas estantes da livraria. Aziraphale deu de ombros. - Esquece.

Crowley avista a caixa em uma estante alta, fica na ponta dos pés e tateia com os dedos, até que finalmente consegue pegá-la. Ele abre e joga o conteúdo em cima de uma mesa. Aziraphale se aproxima e vê que dentro dela havia diversas fotos dos dois.

- Te vi mexendo nessas fotos uma vez. Lhe perguntei o que era mas você evitou o assunto. Veja, tente se lembrar de algo.

O anjo segurava algumas fotos nas mãos enquanto as observava. Os dois pareciam ser realmente próximos. Ele sorria enquanto imaginava o contexto de cada fotografia e como estava feliz ao lado de Crowley, mas ainda sim, não se recordava de nenhuma daquelas memórias.

- Como eu já havia lhe dito, não consigo me lembrar de nada.

Crowley ficava cada vez mais apreensivo à medida que o anjo repetia aquela maldita frase. Ele revira a pilha de fotos, e então retira uma delas e levanta na direção de Aziraphale.

- Você se lembra? 1985, você aceitou ir a um show do Queen comigo após eu te perturbar por semanas. - Crowley procura por outra foto. - E essa? Inauguração da sua livraria. Você estava tão feliz que eu podia ver seus olhos brilharem e um sorriso de orelha a orelha.

Aziraphale nega com a cabeça. O demônio estava desesperado; Não sabia o que fazer. Uma angústia enchia seu peito, como se fosse sufocá-lo a qualquer instante.

- Você precisa se lembrar, Aziraphale. - ele apertava os braços do anjo e lágrimas se formavam em seus olhos por trás de seus óculos escuros. - Olhe para mim, tente se lembrar. Eu não posso lhe perder, por favor.

- Desculpe, eu não me lembro. - ele sussurrou.

Aziraphale podia sentir a dor em cada palavra dita por Crowley. Era notório que o sentimento que o ruivo nutria por ele ia além da relação entre amigos. Era como se uma parte dele tivesse sido arrancada.

Ele coloca suas mãos sobre a lateral dos óculos de Crowley, que rapidamente segura seus braços, tentando impedí-lo.

- Está tudo bem - Aziraphale fala calmamente enquanto retira os óculos -, eu gosto dos seus olhos. - ele enxuga as lágrimas de Crowley.

Inesperadamente, o demônio o abraça. Uma mão em sua nuca e a outra contornando sua cintura. Ele estava desesperado e apertava o anjo com todas as suas forças, buscando alguma forma de consolo. Ele puxava Aziraphale contra seu corpo, como se ele pudesse ser levado a qualquer momento.

Naquele instante, um sentimento inunda o peito de Aziraphale. Ele queria cuidar de Crowley; ajudá-lo. Assim como fez quando lhe entregou a água benta para não se meter em problemas. Assim como sempre fez desde o momento em que se conheceram, no Jardim do Éden. Ele estava se recordando de tudo.

- Crowley... - eles se afastam e Crowley enxuga suas lágrimas com as costas de sua mão -, eu me lembro de tudo.

Crowley sorri e Aziraphale retribui o gesto.

- Como isso é possível? - Crowley questiona.- Quer saber? Não importa.

O demônio parecia incrivelmente feliz enquanto jogava suas mãos para o alto, em comemoração.

Uma nova sensação percorria todo o corpo de Aziraphale. Os rostos dos dois se aproximavam cada vez mais, até que seus lábios se encontram. Os lábios de Crowley eram macios, suaves e doce, como ele imaginara. Uma mão do ruivo estava em sua nuca, enquanto a outra passeava com os dedos entre as mechas loiras do anjo.

Dos dois, Aziraphale foi quem mais demorou a aceitar o que estava sentindo. Para ele, Crowley ia "rápido demais" com sentimentos humanos, enquanto ele temia se aventurar naquela área. O anjo tinha uma longa lista de coisas inexploradas devido ao seu receio de estar indo contra as normas do céu.

Porém, se o que estava acontecendo naquele momento era contra as regras, Aziraphale estava infringindo-as com muito gosto.

Eles desfazem o beijo e Crowley encosta sua testa na do anjo.

- Crowley?

- Sim, angel? - O demônio lhe puxa para um abraço

- É errado eu dizer que te amo? - Crowley sorri.

- Por que seria?

- Você sabe... eu sou um anjo, você é um demônio...

- Não se preocupe, angel. Eu também te amo.

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Alguns capítulos, como esse, eu vou precisar colocar essas mini sinopses para vocês entenderem o contexto da história.
Espero que tenham gostado e semana que vem tem att.

One shots - Ineffable HusbandsOnde histórias criam vida. Descubra agora