The Forbidden Fruit

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As luzes coloridas do parque e o barulho ao redor deixavam Crowley desnorteado. Em contrapartida, Aziraphale parecia feliz em estar ali, principalmente acompanhado do demônio.

Os dois pararam em frente a um carrinho de pipoca.

— Uma salgada, por favor — Crowley pediu a um velho senhor do outro lado do carrinho — Quando disse para comemorarmos juntos, não era bem isso o que eu imaginava.

— O que você imaginava? — questionou Aziraphale.

— Deixa para lá — ele resmungou.

O pipoqueiro encheu um saquinho de papel, que tinha um desenho de dois querubins ao redor de um grande coração vermelho, e entregou para Crowley, que agradeceu com um sorriso no canto da boca, enquanto entregava a pipoca para Aziraphale.

Os dois dividiam a pipoca enquanto caminhavam pelo parque, quando Aziraphale avistou uma urso de pelúcia em forma de uma cobra em uma das tendas. Sua pele era escura como a noite, com detalhes em um vermelho sangue e seus olhos de um amarelo vibrante.
O anjo para repentinamente e saltita, enquanto aponta para a pelúcia.

— Crowley, é igual a você! — ele esbravejou enquanto entregava a pipoca a Crowley e ia em direção à tenda de jogos.

— Não parece nada comigo — ele disse revirando os olhos e jogando o saco de pipoca em uma lata de lixo.

— Boa noite, senhor — Aziraphale entregou algumas notas de dinheiro ao homem em sua frente, que lhe entregou três dardos. A barraca era pequena, mas cheia de pelúcias e outros prêmios para quem acertasse o grande alvo de madeira montado no meio da tenda.

Era um círculo de madeira repleto de balões coloridos. O objetivo era simples: acerte a bexiga do centro do alvo e leve um prêmio.

Aziraphale se postou de frente para o círculo, então, ele se prepara para sua primeira jogada.

— Errou! — disse o homem da tenda - Você ainda tem duas chances.

Novamente Aziraphale se concentrou para acertar o alvo, mantendo em mente o prêmio que ele queria.

— Errou! — o homem se abaixa e recolhe o dardo que caira no chão — Última chance, rapaz.

Aziraphale parecia triste e indignado ao mesmo tempo. Ele realmente queria aquele prêmio. Percebendo isso, Crowley afasta o anjo com a mão e, sem olhar para o alvo, acerta em cheio o dardo no centro do círculo. O homem da tenda parecia incrédulo.

— Nossa! Isso foi-

— Impressionante, eu sei. A cobra, por favor — interrompeu Crowley.

— Aquela no topo — completou Aziraphale.

O senhor subiu em uma cadeira e puxou a cobra para fora da prateleira. Quando entregue ao loiro, ele agarrou a pelúcia e a abraçou, depois, colocou debaixo do braço. Aziraphale agradece ao homem, e puxa Crowley em direção às outras barracas.

— Nem acredito que você conseguiu acertar aquilo. Foi quase como um... milagre — o anjo indagou em um tom irônico enquanto os dois se afastavam do lugar.

— Você sabe que ele estava roubando, né? Por isso ficou surpreso. Todas essas tendas são assim, só querem o seu dinheiro. Estamos rodeados por trapaceiros. Mas eles têm os truques deles e eu tenho os meus — retrucou Crowley em um tom orgulhoso.

— Você só sabe esperar o pior das pessoas — comentou o anjo.

— E você o melhor — Crowley debocha.

— O que acha que outro anjo faria no meu lugar no Jardim Éden? Esse meu jeito é o motivo de sermos amigos desde o princípio.

— Poderíamos ser mais que isso — Crowley grunhiu em baixo tom, quase inaudível.

— O que você está murmurando?

— Roda gigante? — Aziraphale revira os bolsos.

— Sem dinheiro — disse o anjo.

— Eu pago — Crowley o arrastou em direção a uma enorme roda gigante que ficava no coração do parque de diversões. Ela estava toda iluminada em tons de vermelho neon.

Casais se amontoavam na fila, de mãos dadas e de vez enquanto, trocando beijos. Enquanto isso, Crowley e Aziraphale ficaram olhando um para o outro envergonhados. Depois de 10 minutos, eles puderam seguir para seus assentos.

A cidade ficava cada vez menor conforme a roda subia, então ela parou por alguns minutos quando alcançou o topo.
Os dois apreciaram a vista por algum tempo, em silêncio. As costas de suas mãos se encostavam. Eles gostavam de sentir a presença um do outro. Crowley finalmente quebra o silêncio.

— Posso te fazer uma pergunta?

— Crowley, nos conhecemos há milhões de anos. Não precisa fazer cerimônia.

— Depois de tudo o que aconteceu, fim do mundo, não fim do mundo, eu pensei que talvez, você sabe. A minha casa é grande demais...

— Anthony J. Crowley, seja lá o que você quer dizer, diga logo — bradou o anjo.

— Vem morar comigo?

— Você vai me deixar morar na sua casa? Por que faria isso?

— Porque é para você, angel! — ele se ajeita no assento acolchoado da roda gigante — E para você eu faria qualquer coisa — Ele pega na mão de Aziraphale, sem cortar o contato visual entre eles — Não quero mais que fique sozinho na livraria. Gabriel e os outros podem querer se vingar. Quero estar por perto caso aconteça alguma coisa.

— Bem, não vejo outra resposta a não ser: sim, eu aceito.

O demônio grita em comemoração. Seu rosto aquilino iluminado pelas luzes da cidade e o seu sorriso com dentes pontudos causava uma sensação boa em Aziraphale, mas ele não saberia explicar o porquê. Em um momento ele aproxima seu rosto ao do anjo, e ele podia jurar que o ruivo iria beijá-lo, mas Crowley logo se afastou.

Ele fez um sinal para o maquinista lá embaixo, e logo a roda gigante voltou a girar.

— Assim que sairmos daqui, vamos à sua livraria e pegamos suas coisas — Crowley afirmou.

— Por que a pressa?

O ruivo aproximou seu rosto junto ao de Aziraphale, a ponta de seu nariz tocando no dele, e dessa vez, ele não recuou.

— Porque mais tarde, nós vamos comemorar de verdade — ele mordeu os lábios, fazendo Aziraphale corar.

— O que quer dizer? — Aziraphale indagou curioso.

— Faremos como Eva...— ele aproximou seu rosto mais ainda, seus lábios estavam praticamente se tocando — O que acha de comer do fruto proibido, angel?

Aziraphale bateu no ombro de Crowley.

— Crowley, pare de ser indecente! — ele bradou — Eu tenho certeza que o que você acabou de dizer é uma heresia!

— Quem liga?! — O demônio mergulhou o rosto nos cabelos loiros do anjo, enquanto ria da reação dele.

O ruivo realmente cumpriu o que disse. Os dois comemoram; De verdade; A noite inteira.

One shots - Ineffable HusbandsOnde histórias criam vida. Descubra agora