~Tyler~
Acordar não fazia parte dos meus planos para hoje, mas a escola nunca perdoa ninguém.
Dói-me tanto a cabeça... Não sei como vim parar a casa, mas também, o que interessa é que cá estou.
Olhei para o despertador. Este marcava 06:30 da manhã, a hora em que o inferno dos meus dias começa. Mas desta vez havia algo diferente... Havia algo ali que me deixava com a respiração descontrolada, algo que deixava o meu coração retraído e que trazia as memórias do passado de volta à vida. O que era isso? A fotografia do rapaz de quem gostei, a fotografia do rapaz a quem dediquei toda a minha vida e que não pude proteger...
Eu olhava para a fotografia com todo o ódio e culpa de mim mesmo. Como veio aqui parar?
A minha mãe entrou no quarto e vendo-me naquele estado, enrolou os seus braços pela minha cabeça, tentando causar-me uma sensação de conforto.
- Então filho, que se passa? - perguntou ela, limpando-me as lágrimas que me escorriam pelos olhos.
- O passado persegue-me... Por mais que eu me tente livrar deste ódio e desta culpa que tenho, não consigo...
Ela consolava-me com o carinho que sempre me acalmou nestes momentos.
- Depois de tanto tempo, ainda me sinto culpado pelo que aconteceu, sinto-me culpado por não o ter conseguido proteger...
- Filho, a culpa não foi tua... Se soubesses mais cedo que ele estava doente...
- Eu podia te-lo salvo e ele estava aqui comigo...- disse eu, interrompendo-a.
- Mas tu ainda o tens aqui contigo... Pode não estar vivo, mas está no teu coração! Mas passasse algo mais não passa filho?
- O Ehren... Ele...
A minha mãe deu-me um beijo na testa na testa e saiu para o trabalho.
A minha vontade de ir para a escola é nula, mas ele está lá e eu quero vê-lo para que um sorriso vivo nasça desta cara sem vida.
Vesti o uniforme e pus-me a monte. Quando cheguei, fui abordado pela Summer, que estava com um sorriso de orelha a orelha.
- Bom dia!
- Bom dia Summer...
O seu sorriso desapareceu.
- Que se passa Tyler?
Eu tirei a foto dele do meu bolso e passei-lha. Ela ficou sem reação.
- Como te sentes?
- Não sinto... O que se passou ontem na festa da Kim?
Ela travou a respiração e desviou o olhar.
- Estavas podre de bêbado... Fizeste asneira, mas mesmo assim houve quem se tivesse preocupado contigo...
Ela estava a esconder algo, algo que ela não queria que eu descobrisse. Ela revirou os seus olhos para aquele que agora tinha chegado.
- Ehren, espera...
- O que queres?
O seu olhar estava frio.
- Quero que me contes o que se passou na festa da...
- Pergunta à tua amiga Kim! Ao menos podes abraça-la e beija-la outra vez enquanto lhe perguntas isso!
A minha respiração parou. Era isto que a Summer não me queria contar?
- Ehren, eu...
- Não tens que me dar satisfações de nada. Tu não me és nada e eu não te sou nada, por isso, não há mais nada a dizer um ao outro.
Ele estava furioso comigo, notava-se perfeitamente nos seus olhos. O seu primo chegou e seguiram juntos, até entrarem no edifício escolar.
- Se eu fosse a ti ia a atrás dele e tentava corrigir as coisas...
A Summer tinha razão. Eu segui atrás deles. Ambos entraram na casa de banho e eu entrei a seguir.
- Ehren, podes-me ouvir por favor? Dá-me uma oportunidade de te explicar as coisas...
Ele pousou a sua mala em cima do balcão. Ele estava a ignorar-me.
- Bem, eu tenho de fazer umas coisas lá fora, por isso, vou andando...- disse o Marco, saindo porta fora.
Estávamos agora só nós os dois e apesar de aquele lugar não ser o melhor para resolver coisas deste género, eu queria resolver as coisas.
- Ehren, ouve-me por favor...- disse eu agarrando-lhe o braço.
- Não há nada para falar Tyler! Tu não me deves explicações absolutamente nenhumas...- disse ele, largando-se.
- Devo sim...
- Não, não deves... A quem deves explicações é a Kim, que não paraste de abraçar e beijar a noite toda ontem.
- Espera lá, tu estás com ciúmes?
Ele desviou o olhar.
- Tu estás com ciúmes não estás?
Ele pegou na mochila, pronto para sair porta fora, mas eu não deixei. Eu peguei-lhe no braço e puxei-o, ficando colado a ele.
- Deixa-me em paz Tyler!- disse ele, largando-se e saindo porta fora.
Porque é que eu são tão idiota!? Peguei nas chaves do carro e fui-me embora para casa. Eu não queria estar ali... Eu errei e precisava afastar-me para pensar naquilo que queria fazer.
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Dear diary (Romance gay)
RomanceEhren é um rapaz de 16 anos que sofre de uma doença desconhecida no quadro médico mundial. No seu dia de anos, Ehren recebe um diário que faz entrar Tyler na sua vida e apartir daí tudo mudará.