Capítulo 11 "Death calls"

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~Tyler~

O meu telemóvel tocava sem parar.

"Sim?"- disse meio ensonado.

"Estou aqui em baixo...".

O que estava ela a fazer lá em baixo? Alguma coisa tinha acontecido e eu não estava a gostar.

Eu abri-lhe a porta e ela subiu para o meu quarto.

- Ainda estavas a dormir meu dorminhoco?- disse ela agarrando no colarinho e puxando-me, tentando beijar-me.

- Kim, chega!- disse eu afastando-me.

Ela olhou-me com raiva.

- O que queres?- perguntei, seco.

- Tu sabes o que eu quero Tyler!

- Aquilo que tu queres eu nunca te poderei dar...

Ao aproximar-se de mim eu percebi que ela tinha pequenas gotas de sangue nos braços e na roupa. Lá em baixo a televisão estava a altos berros. Decidi descer, quando vi algo que me deixou sem folgo.

"Notícia de última hora... Ehren Braveheart, filho dos Grandes Braveheart's que recém chegaram à cidade de Londres, foi encontrado no antigo armazém de petróleo gravemente ferido! Foi há pouco tempo encaminhado de helicóptero para o hospital CrossLines pela unidade médica.
Pessoas dizem ter visto uma rapariga sair do armazém (..)".

Eu olhei para a Kim com um ódio que nem eu mesmo podia descrever. Eu avancei sobre ela, encostando-a à parede e apertando-lho pescoço, quase esmagando-o.

- O que lhe fizeste?

Ela tinha um sorriso malicioso na cara, ao mesmo que a sua expressão mudava para uma expressão de dor.

- Tyler... estás... a... magoar-me...- disse ela, quase sem ar.

- Eu garanto-te Kim, se o Ehren morre... EU MATO-TE A SEGUIR!

Eu larguei-a. Ela encontrava-se de joelhos no chão.

- O que vês nele que não vês em mim?- perguntou ela, com a mão no pescoço e meio afónica.

- O mesmo que eu vi no Soren e não em ti...

Ela levantou-se e soltou novamente um sorriso malicioso.

- O quê, o facto de ele ser paneleiro?

Naquele momento eu levantei a mão e ela virou a cara, mas a Summer apareceu, impedindo-me.

- Vai ver do Ehren que eu cuido dela! Há muito que desejo que este dia chegasse...

Eu confiava na Summer e sabia que ela iria tratar da Kim depois de todo o mal que ela fez a toda a gente.

Peguei nas chaves do carro e fui para o hospital o mais rápido possível. A culpa disto foi toda minha! Se eu tivesse ficado com ele...

- PORRA!- disse eu dando um murro no volante.

Em pouco tempo cheguei ao hospital.

Os país do Ehren estavam perto da porta do bloco operatório, o que fez ficar ainda mais receoso daquilo que podia acontecer com ele.

- Tyler!- disse a Sra. Braveheart, abraçando-me.

- Como é que ele está?- perguntei, quebrando o abraço.

- Em estado grave. Tem um corte que vai desde o peito até à barriga, na diagonal. Perdeu demasiado sangue e não sabem se... Não sabem se ele vai...

A Sra. Braveheart falava agora a soluçar. Ela chorava, furiosa, revoltada e sobretudo com medo de perder o filho que tanto amava.

Ouvi as portas a abrirem-se e uma mulher de cabelos loiros, alta e branca como a parede entrou, abraçando a Sra. Braveheart.

- Lena!

- Mãe! Como é que ele está?- perguntou ela, maluca por uma resposta positiva.

Ao saber das notícias, ela sentou-se e começou a olhar para mim.

- Quem és tu?

- O namorado do Ehren...- disse o Sr. Braveheart, pondo a mão no meu ombro, como sinal de conforto.

Ela levantou-se e abraçou-me.

- Vai correr tudo bem, o Ehren é forte!- disse ela quebrando o abraço e sorrindo.

Entretanto o médico chega. Ele não estava com boa cara.

- Como é que ele está?- perguntei, sem dar qualquer hipótese de respiração da parte dele.

- Lamento, mas trago más notícias...

A irmã do Ehren sentou-se juntamente com a Sra. Braveheart, que estava de boca na mão, totalmente chocada.

- O seu filho perdeu demasiado sangue. Ele transporta uma doença que nós não conhecemos, o que impossibilita o nosso trabalho. Lamento, mas...

"Lamento Ehren, mas não posso deixar-te morrer!"- disse eu pensando para mim.

- Vocês não a conhecem, nas eu e ele conhecemos! Ele estudou a sua própria doença e escreveu-a num diário, ao qual eu vim a descobrir. Ele pediu-me para não revelar nada, mas eu não o posso deixar morrer...- disse eu, apertando-lhe o braço, impedindo a sua partida.- Ele chamou a doença de Blood Destructor, que se baseia na destruição de glóbulos vermelhos. A única maneira de o salvar é uma pessoa doar o seu sangue que nele contenha uma grande quantidade de glóbulos brancos e acabe o vírus de uma vez por todas...

Ele olhava para mim totalmente espantado.

- Humm, e o que é você para ele?

Ele sabia a resposta.

- Namorado...- disse cabisbaixo.

- Pois, lamento, mas não poderá doar sangue.

- Porquê?- perguntou a Sra. Braveheart, chorando fortemente.

- Os homossexuais não podem dar sangue...- disse a irmã do Ehren, colocando a mão no meu ombro.

- Ouça com muita atenção aquilo que lhe vou dizer!- disse o Sr. Braveheart, pegando o homem pelo colarinho.- Se eu perder o meu filho, eu vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance, como juiz, para vos fazer perder o trabalho que por tanto lutaram na vida, um a um!

- Sr. Braveheart, acalme-se por favor...- disse eu, fazendo-o largar o homem.- Ouça, vocês preferem deixar uma pessoa morrer e ficarem com a consciência pesada, má reputação e perderem o trabalho que por tanto lutaram ou preferem salvar a vida de um inocente, independentemente dos seus gostos?

Eu chorava. Não aguentava mais. Eu não podia perde-lo, não podia!

- Muito bem, acompanhe-me por favor.

Dear diary (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora