Ella - Novas Espécies [L8]

Prólogo

Eu não conseguia mais guardar aquilo, no fundo eu sabia que ele não estava mentindo, mas não podia deixar transparecer nada a ninguém. As vezes me sentia pensativa e angustiada sem motivo, mau sabia eu que aquilo, aquele sentimento perturbador e profundo de inquietude era na verdade um sinal que eu havia tentado ignorar por tanto tempo. Chegou a hora de tomar uma atitude, de fato a mais louca da minha vida, abandonar tudo e ir atrás dele.

Estou aqui, encostada no berço de Spark o olhando dormir tranquilamente enquanto ronrona baixinho, coberto com seu lençol azul preferido. Seu quarto era pintado de bege e os móveis eram brancos com detalhes em um leve azul celeste. Sem dúvida sou um tipo horrível de mãe e ainda pior de esposa, pois estou prestes a ir embora atrás de algo incerto, uma suposição, um sentimento abafado. Tendo quase certeza que talvez não vá voltar a ve-los. Será que um dia me perdoariam?

Hoje era o dia da ronda noturna de Fire nos muros de Homeland, Ice e Kira estão junto a Cold dormindo no quarto de hospedes, passamos uma noite agradável e cheia de piadas sendo jogadas ao vento, mal sabiam eles o que eu planejava. Se não for hoje talvez eu nunca mais tenha a oportunidade de ir. Relutante e pela primeira vez temerosa eu saí do quarto de Spark fechando a porta com cuidado, me tranquei em meu quarto e liguei a televisão em um som ambiente, vesti um conjunto de roupas pretas confortáveis e coloquei o cinto tático com minhas armas e facas. Abri a janela devagar e desci deslisando pelo cano lateral da casa, o vento frio se chocou contra o meu corpo jogando meus cabelos para frente com força, eu quase desisti.

- Eu sinto muito. - sussurrei para o vento, a dor latejando meu coração, cada passo correndo entrenas árvores eram rios de lágrimas que desciam de meus olhos. Eu estava os abandonando porque não suportaria coloca-los em risco, nenhum deles. Sabia que estava indo direto para a toca do lobo e jamais permitiria que os espécies ou a força tarefa de Tim me seguissem, era uma coisa que eu tinha de fazer sozinha.

Espiei atrás de mim para ter certeza que não vinha ninguém em meu encalço, eu precisava ser rápida e chegar ao ponto cego do muro antes que alguém notasse o carro parado do outro lado. Não demoro a ver a corda que Troy jogou recentemente paranque eu pudesse subir. Tomei impulso e saltei agarrando a corda e forçando meu corpo para cima o qie seria bem mais fácil se minha perna direita contribuísse. Depois de quase dez minutos de esforço salto sobre um colchão na correceria da caminhonete preta. O impacto fez minhas costas doerem mas com um impulso rápido de adrenalina eu saltei da carroceria e me sentei no banco do carona. Troy já estava ligando o carro e acelerou por umanrota longa e alternativa com o intuito de evitar chamar a atenção dos espécies.

- Eu achei que você tinha desistido. - ele murmurou rindo pelo nariz, dei de ombros me aconchegando no banco de couro do carro.

- Quase. - afirmei, ele assentiu pisando firme no acelerador assim que entramos na estrada.

- Sabe que tudo isso pode ser mentira, e você estar indo direto para a ratoeira, não é? Não seria a primeirs vez que eles tentam matar você.  - ele advertiu, eu sabia mas aquele sentimento era mais forte do que eu,

- Eu sei, mas preciso ter certeza. Não consigo mais conviver com isso. - desabafei, Troy passou a mão em meu ombro como um conforto.

- E Fire? - uma lágrima traiçoeira escapou dos meus olhos e eu tratri de enchuga-la rapidamente desviando o olhar para a janela.

- Eu o abandonei, juste que me odei depois disso. Nem eu me perdoarei. - batuquei os dedos no apoio da porta.

- Não seja tão dura consigo mesma, se fosse deixar isso nas mãos da ONE talvez demorassem anos para descobrir alguma coisa. Nós temos metodos bem mais avançados, e eu vou fazer de tudo para que dure menos do que o planejado. - garantiu lembrando do plano que passamos um mês arquitetando, buscando informações e conseguindo todo o equipamento que precisariamos.

- Obrigada por sempre estar comigo, Troy. - agradeci sorrindo para ele que desviou rapidamente os olhos da estrada deserta para sorrir de volta escondendo seus olhos verdes.

- Ainda tenho a esperança que você caia na minha cama. - revirei os olhos em resposta. - Um homem pode sonhar, certo?