Ella - Novas Espécies [L8]

Capítulo 9

Ele saiu me deixando sozinha na sala que a cada segundo ficava mais quente, não tinha tubo de ar aqui. Eu precisava fazer alguma coisa para sair, tinha que ter um jeito, eu não entrei awui para ser resgatada como uma idiota indefesa. Sabia que eles tinham revistado meus bolsos por isso era meio óbvio que nenhuma faca tenha ficado para contar a história. Respirei fundo pensando em modo de me soltar, enquanto eu estava concentrada a porta se abriu novamente, dessa vez era Gezy.

- Ella, fiquei surpreso quando Rikki me disse que tinha conseguido prender você, isso não é uma tarefa muito fácil. Trabalhei com você, sei como pensa, está aqui porque quer estar. - sorri de lado para o loiro alto de olhos azuis, ele retribuiu.

- Eu sempre estou onde quero, Gezy. - ele assentiu se aproximando de mim cautelosamente.

- Duvido que queira estar amarrada no momento. - riu mexendo em meu cabelo; dei de ombros.

- Eu não trabalhei muito nesse detalhe, devo admitir. - respondi observando seu olhar vagando no meu rosto, aposto que estou com algumas marcas de dedos.

- A sala já está sendo preparada para você, ele me garantiu que você não vai sofrer muito. Eu vou estar te esperando no quarto da reabilitação, vamos voltar de onde paramos e a Mercile vai deixar você em paz assim que retirar tudo que você sabe. - gargalhei alto como se tivesse ouvido a melhor piada do mundo.

- Eles vão fritar meu cérebro, Gezy. Acha mesmo que vão perder tempo me fazendo esquecer das coisas?  Você é muito idiota. - algo que eu falei deve ter deixado ele irritado, porque segurou firme em meus ombros ao ponto que eu soltei um gemido abafado de dor, seus dedos estavam no lugar certo para desloca-los.

- Você é meu pagamento pelos serviços prestados a eles, me garantiram que não vão te matar, embora você merecesse. O Rikki ainda está tentando proteger você apesar de tudo, porque não entende isso? - o aperto dele aumentava, Gezy era forte e disso eu já sabia.

- Porque eu não quero proteção, vocês entregaram um bebê nas mãos de psicopatas! Entregaram o meu filho! - gritei o encarando em desafio.

- Aquilo não era seu filho! Aquela coisa que colocaram dentro de você não era um bebê! Ele quase te matou quando nasceu... era um monstro, eu não precisei de muito tempo para me convencer disso. - joguei minha cabeça para frente acertando o nariz de Gezy em cheio, ele gritou se afastando e acabou me derrubando no processo.  - Vadia!

- Fala do meu filho de novo seu imbecil! - a raiva tomou Gezy, ele começou a chutar meu estômago repetidas vezes, eu não tinha como me defender dos golpes então tentei tencionar o abdômen para evitar danos maiores.

- Vadia! Vadia! Eu espero que te matem! Cansei de você Ella! Cansei de tentar te proteger! - voltei a respirar normalmente quando a porta fechou, a visita tinha acabado. O sangue ja começava a sair da minha boca, provavelmente meu estômago estava ferrado depois desses chutes.

A dor me deixou zonza, estava perdendo a consciência, agora tinha notado que quebrar o nariz de Gezy não foi a coisa mais inteligente que eu fiz desde que cheguei aqui. Eu torcia mentalmente para não ter quebrado nenhuma costela, não seria muito bonito o meu fim.

[···]

Entre cochilos e solavancos o meu corpo reclamou da posição contra o chão, não sabia direiro quantas horas eu estava aqui mas meu organismo pedia água o tempo inteiro, o gosto metálico do sangue em minha boca também não ajudava muito na minha situação. Tentei me mover para longe da pequena poça de sangue que etava debaixo da minha boca, o resultado não foi muito satisfatório mas eu consegui me afastar um pouco, meu abdômen ajnda doia muito o que não me permitia uma boa movimentação do corpo.

- Se eu fosse você nunca deixaria o Gezy irritado de novo. - Ligia, a última pessoa que eu queria ver no momento.

- Achei que o horário das visitas tinha acabado. - ela riu estalando os dedos, um homem alto levantou a cadeira me fazendo um enorme favor.

- Você é a atração principal desse circo cheio de animais. - riu a da própria piada sem graça.

- A quanto tempo estou aqui? - ela olhou no relógio de ouro em seu pulso e meneou a cabeça.

- Pouco mais de vinte e quatro horas, não se preocupe daqui a pouco você sairá do nosso caminho. - sorriu abrindo a porta para sair.

- Acha mesmo que vai me fazer parar? Acha que eu não vou vir atrás do meu filho novamente? - a sua risada ecoou no quarto fechado e abafado.

- Quem disse que você vai ficar viva para isso? Gezy é alguém que podemos facilmente manipular, e se ele desobedecer vai parar no saco também. Ao menos alguém preza pela própria vida, o que obviamente não é o seu caso. - o homem saiu primeiro e ficou a aguardando do lado de fora. - Se o choque não te matar, eu mesma termino o serviço. Ah, não durma querida, em poucos minutos eles viram te buscar.

Subestimei eles, achei que no mínimo me drixariam viva por dois dias, eu não tenho nem horas de vida agora. O ar pesou em meus pulmões, eu tinha que estar no mesmo lugar onde escondem meu filho ou tudo isso terá sido em vão.