Ella - Novas Espécies [L8]

Capítulo 4

- Quer salgadinho? Está uma delícia. - murmura Troy estirado em cima da cama com um pacote enorme de salgadinho, enquanto eu estava sentada de frente a penteadera tentando usar babyliss.

- Não enche Troy! - reclamei bufando de raiva, as vezes odiava ser mulher. - Você não vai se arrumar?

- Eu vou, mas ainda falta uma hora. Me arrumo em vinte minutos. - homens idiotas. Continuei enrolando o cabelo naquela prancha quente e bufando de raiva. - Ah, eu vou te dar privacidade. To indo para a hidromassagem.

Assenti me encarando no espelho e esperando o cacho ficar pronto, da próxima vez é melhor pedir uma peruca. Quando o cabelo já estava pronto eu comecei a maquiagem básica, não me lembrava de muita coisa e minha coordenação motora era péssima depois do acidente, fiz um esfumado preto basico e passei um batom vermelho cereja. Sobre as tatuagens eu passe um spray da cor da minha pele, escondi todas e dei uma suavizada nas cicatrizes causadas por Gross e Fire. Coloquei um pequeno cinto elástico em volta das minhas coxas para as facas caso necessário, pus o vestido preto fosco sem alças, era justo ao corpo e longo, tinha uma fenda na perna esquerda que acabava um pouco acima do meu joelho. Como não conseguia andar de saltos por causa da prótese auxiliar coloquei uma sapatilha brilhante. Estava terminando os pequenos retoques quando Troy apareceu arrumado em um esmoquim tradicional.

- Oh pai. Eu estou duro. - ele falou encostando na parede próximo ao espelho onde eu me olhava, sorri psra ele, isso era bom sinal que eu chamsria a atenção de qualquer idiota.

- E olha, o pau dele levanta mesmo. Achei que só servia para mijar. - passei por ele abrindo a porta do quarto.

- Muito engraçada. - ele ofereceu o braço e eu segurei ali dando a impressão que eramos um casal aos demais hóspedes.

Passamos pelo hall do hotel e o porteiro nos chamou um táxi, não podiamos ter o luxo de um carro no momento, seria uma grande oportunidade para uma sabotagem. Entramos no táxi e Troy colocou um brinco nada discreto ao redor de toda a minha orelha, parecia uma cobra enroscada nela.

- Toda dama precisa de uma jóia, no seu caso um comunicador. Ele nem vai notar. - sussurrou em meu ouvido fazendo cena para o motorista do Táxi que as vezes nos olhava como se fossemos um casal apaixonado.

- Obrigada. - respondi desviando o olhar para o enorme prédio dourado Monett Club. O táxi parou próximo ao tapete vermelho e nós descemos rápido entrando na fila para a lista de convidados.

- Ele não é velho, tente chamar sua atenção da melhor forma possível, e por favor seja doce homens ricos adoram garotas meigas e delicadas. - Troy sussurrou.

- Eu sou a meiguice em pessoa. - sorri para ele de um jeito fofo, ou quase.

- Você sorrindo me assusta, Ella. Tente não sorrir. - revirei os olhos, ao chegarmos no recepcionista velho e carrancudo Troy deu os nossos nomes e logo fomos liberados para o imenso salão decorado em preto.

Sem que eu notasse ele desapareceu se escondendo em meio a multidão, eu aproveitei para perambular um pouco enquanto bebericava um pouco de champanhe, tinha diversas mulheres rodeando o nosso alvo. Eliot não era velho mas estava com seu quarenta anos bem conservados, os cabelos grisalhos lhe davam um leve charme de maturidade, estava solteiro pelo que tinha visto em minhas pesquisas durante a tarde. Ele olhou para mim e sorriu, sutilmente comprimi os lábios em um sorriso tímido e desviei meu foco para o bar.

- Ella, não é hora para afogar as mágoas. - bradou Troy em meu ouvido, eu não podia vê-lo mas rinha certeza que estava me observando o tempo todo.

- Se na outra vida você for mulher, tente aprender um pouco comigo, Troy. - coloquei a taça de champanhe sobre o balcão do bar e joguei os cachos volumosos para trás. - Whisky com hortelã, por favor.

O Bar-man rapidamente atendeu o meu pedido e colocou um copo a minha frente, o líquido descia revigorando o meu corpo, de todas as bebidas eu realmente adorava whisky. O alvo estava se aproximando mas parou para conversar com um homem alto e careca, se não me engano era um cirurgião. Precisava chamar mais sua atenção. Sentei no banco do bar e cruzei as pernas fazendo com que a fenda se abrisse deixando minha perna esquerda a mostra.

- Uma tequila, por favor. - agora era só questão de tempo, eu não precisei esperar muito.

- O mesmo que a senhorita, por favor. - ao ingerir a tequila ele me olhou de soslaio, virei o meu copo derramando todo o líquido quente em minha garganta. - Quem uma mulher tão linda está tentando esquecer?

- Ex. - respondi pedindo outra dose ao jovem por trás do balcão.

- Não deveria sofrer por homem. Os mais novos tem pouco cérebro, não sabem como satisfazer uma mulher. - engoli outra dose e sorri para ele, um sorriso travesso.

- Eis a voz da experiência. Homens são idiotas, controladores e irritantes. - ele riu e mexeu em uma das mechas cacheadas do meu cabelo.

- Eu concordo com você, é por isso que deveria achar alguém com mais maturidade. - arqueei a sobrancelha e entreabri os lábios de um jeito sedutor.

- E quem seria esse alguém? - perguntei colocando as mãos sobre a perna exposta, o olhar dele serpenteou meu corpo com rapidez.

- Eu, talvez. Meu apartamento é alguns andares a cima, poderiamos conversar melhor lá. - sorri mordendo os lábios e joguei o cabelo para trás.

- Me dê um bom motivo para ir até o seu apartamento. - ele riu e pegou o pequeno copo cheio de tequila, derramou todo o líquido em meu busto e o vestido ficou marcado. Olhei para a situação da minha roupa e em seguida para seus olhos azuis convencidos. - Eu gostava desse vestido.

- Posso te comprar outro, ou você pode ir no meu apartamento para se secar. De qualquer forma meu talão de cheques está lá também. - me ofereceu o braço eu hesitei. - Não vai passar a festa inteira molhada, vai?

Dei de ombros e segurei em seu braço sendo rapidamente guiada até um elevador lateral vigiado por duas câmeras e dois seguranças.